Congonhas – O medo de que a Barragem Casa de Pedra se rompa, em Congonhas, na Região Central de Minas, criou um estado de apreensão tão grande nos bairros suscetíveis a soterramento, que pais de crianças que estudam nessas quatro comunidades declararam que vão tirar os filhos das unidades. Desde 2016, quando a barragem apresentou infiltrações, sua proprietária, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), tenta combater esses indicativos de problemas estruturais. Mas a percepção de que ante os riscos que a estrutura da barragem apresentava a comunidade deveria ser treinada emergencialmente fez com que o governo de Minas Gerais tomasse ações paralelas, com um grupo de ação formado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e outras secretarias, como mostrou a reportagem do Estado de Minas da última quinta-feira.
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Uma das funcionárias da creche, a faxineira Rosilene Martins, de 44 anos, conta que muitos pais estão assustados com a falta de informações e temerosos pela segurança de seus filhos enquanto estão fora trabalhando e por isso pensam em procurar outras creches em locais mais seguros. “Todo mundo está muito assustado.
A cozinheira Maria Auxiliadora Marciano de Oliveira, de 50, conta que quando chove o pânico toma conta das crianças.
Exercício e sinalização
Está marcado para o dia 26 um exercício de evacuação organizado pela Prefeitura Municipal de Congonhas e a CSN. Até lá, a empresa afirma já ter parte das cinco sirenes de alerta em funcionamento para serem acionadas aos primeiros sinais de problemas na Barragem Casa de Pedra. Na segunda-feira, a CSN instalou uma das primeiras sinalizações de Ponto de Encontro nas comunidades ameaçadas e, à noite, houve reunião com a comunidade num galpão para falar sobre a evacuação de emergência. Em discurso numa rádio local, o prefeito José de Freitas Cordeiro, o Zelinho, (PSDB), informou que o município está contratando profissionais para auxiliar no monitoramento e que mantém conversas com a mineradora. “Há seis meses estamos em conversas para que a CSN mude a forma de disposição de rejeitos para uma forma sólida, sem água. Estamos monitorando essa situação por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e estamos contratando geólogos e especialistas para nos ajudar a fiscalizar”, disse.