Jornal Estado de Minas

Força-tarefa é criada no Centro-Oeste de Minas contra ataques a banco


O cerco está sendo fechado contra os ataques a caixas eletrônicos em cidades da Região Centro-Oeste de Minas Gerais. Somente na última semana, ao menos três ocorrências deste tipo de crime foram registradas. Para tentar frear a ação das quadrilhas especializadas, uma força-tarefa foi montada pelas polícias Civil e Militar. O foco é aumentar a segurança nos municípios de menor porte e capacitar ainda mais os policiais. Treinos com fuzis, calibres 556 e 762, estão sendo ministrados.

As ações foram criadas pela 7ª Região da Polícia Militar e o 7º Departamento da Polícia Civil. Ambas, atendem 50 cidades. O levantamento de ocorrências mostram que o crime vem caindo na região em relação ao ano passado.

Foram 19 casos em 2017, contra 22 no período anterior. “Mesmo com a redução, é uma situação que traz desconforto para a população. A sensação de segurança fica debilitada”, explica o coronel Helbert William Carvalhaes, comandante da PM responsável pela área.

Segundo o comandante, ações já estão sendo realizadas desde o início do ano, mesmo antes da força-tarefa. “Já identificamos que esses crimes estão acontecendo em cidades menores. Por isso, em maio, quando teve o curso de formação na região, os militares foram disponibilizados, em sua maioria, para esses municípios. Além disso, estamos fazendo uma capacitação em conjunto para policiais civis e militares.
Um perito, por exemplo, está dando aulas sobre artefatos, de como acontecem as explosões, e também da importância de se preservar o local do crime para o trabalho dos peritos”, comentou.

Outro treinamento que está sendo feito é com armas de alto impacto, como fuzis. “Esse trabalho é para que os militares revivam esses armamentos, já que tiveram acesso no curso de formação. Parte dos criminosos usam poder de fogo menor e outros com poder ofensivo maior. Por isso, estamos nivelando todos os policiais para trabalhar neste diagnóstico”, afirmou Carvalhaes.

Na última semana, a região teve ao menos três ocorrências de ataques a instituições financeiras. Em Pitangui, pelo menos dois homens tentaram explodir uma agência do Itaú e outra dos Correios, na quarta-feira. De acordo com a PM, os criminosos usavam armas longas e pistolas e estavam em um Sedan vermelho.
Por volta das 4h30, tentaram explodir o banco. Na madrugada desta quinta-feira, oito homens armados invadiram a agência do Sicoob de São Francisco de Paula, explodiram o cofre principal do terminal e furtaram todo o dinheiro que estava guardado. O grupo disparou tiros para o alto. Cápsulas calibre 12 e 762 foram apreendidas no local.

Na sexta-feira, aproximadamente seis homens fortemente armados atacaram uma agência do Banco Bradesco. Após explodirem os caixas eletrônicos, fugiram atirando e acertaram uma porta de vidro do Banco do Brasil.

Durante a coletiva desta sexta-feira, o delegado Ivan afirmou que já foram identificados três quadrilhas que atuam na região. Porém, dados não foram repassados para não atrapalhar nas investigações.

Tecnologia

A identificação de veículos roubados que entram nas cidades é uma das estratégias da força-tarefa. Equipamentos que identificam placas, chamados de OCR, serão instalados na entrada dos municípios. “Ele é um scanner de placas de veículos que identifica os automóveis com alguma queixa crime. Quando isso acontece, a central é acionada e podemos atuar mais a fundo e fazer ações pontuais”, explicou Carvalhaes.

Reuniões também serão realizadas com representantes de agências de instituições bancárias para poder melhorar os dispositivos de seguranças.
Segundo o comandante, uma das cobranças será a instalação ou melhoria de cortinas de fumaça, portas blindadas, portas giratórias, equipamentos de retardo de abertura de cofres, e melhora na boca de lobo dos caixas eletrônicos. .