Jornal Estado de Minas

Prefeitura quer restringir tráfego de veículos pesados no Anel Rodoviário

Em setembro deste ano, grave acidente matou três pessoas - Foto: Reprodução da Internet
Medidas emergenciais serão tomadas no Anel Rodoviário de Belo Horizonte na tentativa de frear tragédias na via. Entre as opções estudadas está a restrição da circulação de veículos de carga em determinados horários e trechos. A informação foi divulgada pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS) durante entrevista na tarde desta segunda-feira. Ele se manifestou depois de se encontrar com representantes das polícias Rodoviária Federal, Militar Rodoviária, e Via 040, concessionária responsável pela administração da rodovia, e Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).

A ação faz parte de um plano emergencial para o Anel Rodoviário que deve ser implantado em breve pela prefeitura. Segundo o Prefeito Alexandre Kalil, o estudo está sendo realizado para tentar evitar tragédias em uma das vias mais movimentadas de Belo Horizonte. Para se ter ideia, em alguns trechos, como o encontro com a Avenida Amazonas e no Bairro São Francisco, passam 160 mil veículos por dia.

Sobre a restrição dos veículos de carga, ainda serão definidos os detalhes da implantação. Ainda há dúvida sobre quais horários, locais e dias da semana a proibição será colocada em prática. Além disso, terá que ser definido em quais locais os caminhões e carretas ficarão retidas enquanto estiverem proibidas de circular.


O grupo vai voltar a se reunir na próxima quarta-feira. Na pauta, estarão outras medidas. Como a criação de áreas de escape ao longo da rodovia e a possibilidade de fazer o alargamento de alguns trechos.

“É um primeiro passo para acabar com a matança no Anel Rodoviário. Estou muito feliz pela iniciativa da ANTT, da concessionária VIA040, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar Rodoviária, que se sensibilizaram sobre o tema. Depois de anos e anos de descaso e desprezo, esse pessoal sabe da importância de estarmos engajados para resolver o problema”, afirmou Kalil. Questionado sobre de onde sairia os recursos para implantar o plano de emergência, o prefeito não quis comentar sobre o caso.


O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que é responsável pela administração do Anel Rodoviário, não participou do encontro.

Municipalização

A preocupação em torno do Anel Rodoviário de Belo Horizonte aumentou na administração do Prefeito Alexandre Kalil em setembro deste ano depois de mais uma tragédia. Um caminhão carregado de minério desceu a rodovia em alta velocidade arrastando ao menos oito veículos no trecho do Betânia, na Região Oeste. Três pessoas morreram. O condutor foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco do resultado apesar de não ter intenção de provocar as mortes. Em depoimento, alegou problemas mecânicos.

Depois do acidente, a Procuradoria-Geral do Município entrou com uma ação na Justiça para assumir a administração da rodovia. Em sua conta no Twitter, no dia da tragédia, Kalil classificou as mortes como "assassinato".
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