Tecnologia de Israel para socorrer 85 municípios dos vales do Jequitinhonha e Mucuri. Em um quadro de crise hídrica de proporções inéditas, o secretário de estado de Cidades e Integração Regional, Carlos Murta, informou ontem que está em andamento um programa de dessalinização de poços artesianos para enfrentar a questão e atender ao consumo humano no semiárido de Minas. “A água nessas áreas não é simplesmente salobra, mas salgada. O estudos estão sendo feitos com apoio do Ministério do Meio Ambiente, dentro do Programa Água Doce”, informou Murta, que participou, na tarde de ontem, da abertura da 6ª Conferência da Região Metropolitana de Belo Horizonte, no auditório da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais.
Leia Mais
Aumento do consumo é fator determinante para a escassez da água em MinasExploração das águas subterrâneas contribui para fim das nascentesPoluição do Rio Doce cresceu no último ano: 88,9% da água está comprometidaEncontro em Belo Horizonte celebra os 70 anos de criação do estado de IsraelCopasa quer fazer chover no Norte de Minas: entenda comoChuva provoca ligeira elevação nos reservatórios de água da Grande BHCarro desgovernado cai em ribanceira de 15 metros de altura em Juiz de ForaNa Grande BH, os problemas de escassez hídrica também são um drama, tanto que, em setembro, a direção da Copasa surpreendeu ao considerar a crise da falta de água a pior dos últimos 100 anos ou da história da capital, que completará 120 anos no dia 12. A captação no Rio Paraopeba, inaugurada no fim de 2015 e anunciada então como a solução para os problemas da região por 20 anos, chegou a ser suspensa devido ao baixo volume no curso d’água.
Segundo a estatal, com as chuvas dos últimos dias o volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Paraopeba (Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores) aumentou 960 mil metros cúbicos.
MOBILIDADE Coordenada pela Agência de Desenvolvimento da RMBH e realizada de dois em anos, a conferência, que termina hoje, vai discutir aspectos importantes para 34 municípios, onde vivem 5,2 milhões de habitantes, dos quais 2,5 milhões na capital. Estão presentes prefeitos ou representantes das administrações municipais e do governo de Minas, integrantes do Colegiado Metropolitano (membros da sociedade civil), especialistas em questões urbanas e professores universitários. “Formamos uma grande cidade, com problemas comuns, embora com jurisdições e outros aspectos diferentes”, disse a diretora-geral da agência, Flávia Mourão. Além da questão dos recursos hídricos, estão em pauta mobilidade, com destaque para o Plano de Mobilidade Metropolitana, em elaboração; organização territorial; habitação de interesse social; agricultura familiar; e meio ambiente. “Soluções apresentadas poderão virar políticas públicas”, adiantou a diretora-geral.
O prefeito de Ibirité, William Parreira, ressaltou que um dos maiores obstáculos à empregabilidade na cidade está no transporte.
Programa Água Doce
É uma ação do Governo Federal coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. O objetivo é estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para consumo humano, promovendo e disciplinando a implantação, a recuperação e a gestão de sistemas de dessalinização ambiental. Entre as metas estão atender prioritariamente as populações de baixa renda em comunidades difusas do semiárido. O PAD atende a cerca de 100 mil pessoas em 154 localidades do Nordeste do país e vem ampliando ações para garantir acesso à água nas comunidades difusas do semiárido.
.