Caminhões que trafegam pelo Anel Rodoviário de Belo Horizonte passarão por inspeção veicular. Essa é uma das medidas tomadas pelo grupo criado pela Prefeitura de BH para reduzir a quantidade de acidentes e mortes na via, em reunião nesta quarta-feira. Serão avaliados condições como freio e motor. A ação terá início imediato, segundo o presidente da BHTrans, Célio Bouzada. No entanto, ele não cravou uma data, pois ainda é necessário definir os pontos nos quais a verificação será feita. “Não vamos fazer no próprio Anel, porque vai atrapalhar. Mas podemos fazer perto de Sete Lagoas, no trevo de Ouro Preto (Região Central), onde as condições físicas da área permitam inspecionar com segurança”, afirmou.
Outra medida é a restrição ao tráfego de veículos, que deverá ocorrer no primeiro trimestre do ano que vem, no trecho que compreende o Bairro Olhos D'água até a Avenida Amazonas. A medida só poderá ser implantada depois de audiência pública, que tem duração de 90 dias. O prazo para o início dela está condicionado a um rito legal. Serão colhidas informações que permitirão definir o perfil dos veículos que sofrerão o impedimento de circular e o horário. De acordo com Bouzada, a decisão caberá à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável pelo trecho.
Essa foi a segunda reunião do grupo para tratar do assunto. Na segunda-feira, o prefeito Alexandre Kalil anunciou a intenção de restringir veículos de carga. Na pauta do grupo, estarão outras medidas. Como a criação de áreas de escape ao longo da rodovia e a possibilidade de fazer o alargamento de alguns trechos.
Municipalização
A preocupação em torno do Anel Rodoviário de Belo Horizonte aumentou na administração do Prefeito Alexandre Kalil em setembro deste ano depois de mais uma tragédia. Um caminhão carregado de minério desceu a rodovia em alta velocidade arrastando ao menos oito veículos no trecho do Betânia, na Região Oeste. Três pessoas morreram. O condutor foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco do resultado apesar de não ter intenção de provocar as mortes. Em depoimento, alegou problemas mecânicos.
Depois do acidente, a Procuradoria-Geral do Município entrou com uma ação na Justiça para assumir a administração da rodovia. Em sua conta no Twitter, no dia da tragédia, Kalil classificou as mortes como "assassinato".