Já era noite quando policiais militares foram até uma casa no Bairro Jardim Felicidade, na Região Norte de Belo Horizonte, depois de receber uma denúncia anônima. No local, foi descoberto um grande esquema de receptação de motos roubadas. A participação da população por meio de ligações via telefone 181, como a que indicou o local do desmanche, há 10 anos vem ajudando as forças de segurança a combater o crime em Minas Gerais. Desde a criação do Disque-Denúncia, que neste ano completa uma década, os relatos de cidadãos foram responsáveis por mais de 157 mil pessoas detidas – número equivalente a uma cidade do porte de Patos de Minas, no Alto Paranaíba –, além de aproximadamente 33 toneladas de drogas apreendidas, ou o equivalente à carga de uma carreta de dois eixos e 18 metros. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) estuda ampliar os canais de comunicação no próximo ano. Uma das ideias é criar acesso via internet.
“Com o Disque-Denúncia conseguimos uma qualificação maior para a ação da polícia, pois os militares ficam sabendo exatamente onde está acontecendo a situação ilícita. Ou seja, complementa o trabalho de inteligência, tornando mais efetiva a ação”, explicou Aaron Dalla. Diariamente, o canal de comunicação, que tem o sigilo absoluto e anonimato garantidos, recebe aproximadamente 2 mil ligações. Desse total, 13% se transformam em denúncias.
A intenção da Sesp é ampliar ainda mais o acesso dos moradores ao serviço. Para isso, projetos já estão em andamento e podem entrar em operação no próximo ano. “Temos projetos de ampliação a médio prazo, para aumentar os canais. Estamos tentando implantar a denúncia via web, de modo que seja possível garantir o anonimato e haja outras opções para denúncia”, contou Aaron Dalla.
Apenas nos primeiros 10 meses deste ano, o total de denúncias já acumula alta de 81% em comparação com o primeiro ano do projeto. Em 2017, foram 66.148 comunicados ao serviço, sendo 43.437 relativos a tráfico de drogas. Mais de 28 mil pessoas foram detidas, além da apreensão de 1.347 balanças de precisão, 2.372 armas de fogo, 20.431 cápsulas de munição e 4.913 animais silvestres. “A gente percebe que o tráfico de drogas é um tipo de crime que as pessoas conseguem observar com mais facilidade. Mas é bom destacar que há aumento de denúncias de outros tipos de crimes, por exemplo em relação a irregularidades com boates. Essa alta ocorreu, principalmente, depois da tragédia da Boate Kiss (no Rio Grande do Sul)”, comenta o coordenador do programa.
OS LÍDERES Cinco municípios mineiros são os que concentram o maior número de denúncias. Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora, Uberlândia e Betim representam 44% do total de ligações registradas pelo serviço. Também se destacam Divinópolis, Ipatinga e Montes Claros, cujos cidadãos acionaram o serviço milhares de vezes na década. No ranking das 15 cidades que mais registram comunicados aparecem, além da capital mineira, que lidera, Ribeirão das Neves, Governador Valadares, Santa Luzia, Sete Lagoas, Uberaba, Sabará e Vespasiano.
Nem todos os casos devem ser denunciados ao 181. Se for uma questão que exija resposta rápida, como em casos de flagrante, o morador deve entrar em contato direto com as corporações, como a Polícia Militar (telefone 190), Polícia Civil (197) e Corpo de Bombeiros (193). Denúncias específicas de violência contra idosos, mulheres e pessoas com deficiência também não devem ser feitas pelo 181, mas pelo Disque Direitos Humanos (0800 031 1119), um serviço gratuito, sigiloso, que também recebe ligações de todo o estado e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.
Desde a sua criação, em 2007, o Disque-Denúncia recebeu 7,6 milhões de chamadas. “Percebemos, na criação, que precisávamos de um canal de comunicação com a sociedade que garantisse o anonimato para contribuir para a questão da segurança. Com o Disque-Denúncia, conseguimos inúmeros resultados positivos. O serviço vem se consolidando e a participação só aumenta”, afirma Aaron Dalla, coordenador do Disque-Denúncia unificado da Sesp.
Os resultados das apurações com informações passadas por meio do telefone 181 mostram que a parceria com a população vem dando certo. Na última década, além das prisões e da droga apreendida, foram retiradas de circulação 18 mil armas de fogo, como fuzis e metralhadoras, e apreendidos aproximadamente R$ 22 milhões em dinheiro. A polícia conseguiu realizar, ainda, mais de 167 mil conduções, prisões, apreensões ou recapturas. Nas operações, ainda foram apreendidas 8 mil balanças de precisão e 210 mil cápsulas de diferentes calibres."Estamos tentando implantar a denúncia via web, de modo que seja possível garantir o anonimato e haja outras opções para denúncia"
Aaron Dalla, coordenador do Disque-Denúncia unificado da Sesp
“Com o Disque-Denúncia conseguimos uma qualificação maior para a ação da polícia, pois os militares ficam sabendo exatamente onde está acontecendo a situação ilícita. Ou seja, complementa o trabalho de inteligência, tornando mais efetiva a ação”, explicou Aaron Dalla. Diariamente, o canal de comunicação, que tem o sigilo absoluto e anonimato garantidos, recebe aproximadamente 2 mil ligações. Desse total, 13% se transformam em denúncias.
A intenção da Sesp é ampliar ainda mais o acesso dos moradores ao serviço. Para isso, projetos já estão em andamento e podem entrar em operação no próximo ano. “Temos projetos de ampliação a médio prazo, para aumentar os canais. Estamos tentando implantar a denúncia via web, de modo que seja possível garantir o anonimato e haja outras opções para denúncia”, contou Aaron Dalla.
Apenas nos primeiros 10 meses deste ano, o total de denúncias já acumula alta de 81% em comparação com o primeiro ano do projeto. Em 2017, foram 66.148 comunicados ao serviço, sendo 43.437 relativos a tráfico de drogas. Mais de 28 mil pessoas foram detidas, além da apreensão de 1.347 balanças de precisão, 2.372 armas de fogo, 20.431 cápsulas de munição e 4.913 animais silvestres. “A gente percebe que o tráfico de drogas é um tipo de crime que as pessoas conseguem observar com mais facilidade. Mas é bom destacar que há aumento de denúncias de outros tipos de crimes, por exemplo em relação a irregularidades com boates. Essa alta ocorreu, principalmente, depois da tragédia da Boate Kiss (no Rio Grande do Sul)”, comenta o coordenador do programa.
OS LÍDERES Cinco municípios mineiros são os que concentram o maior número de denúncias. Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora, Uberlândia e Betim representam 44% do total de ligações registradas pelo serviço. Também se destacam Divinópolis, Ipatinga e Montes Claros, cujos cidadãos acionaram o serviço milhares de vezes na década. No ranking das 15 cidades que mais registram comunicados aparecem, além da capital mineira, que lidera, Ribeirão das Neves, Governador Valadares, Santa Luzia, Sete Lagoas, Uberaba, Sabará e Vespasiano.
Nem todos os casos devem ser denunciados ao 181. Se for uma questão que exija resposta rápida, como em casos de flagrante, o morador deve entrar em contato direto com as corporações, como a Polícia Militar (telefone 190), Polícia Civil (197) e Corpo de Bombeiros (193). Denúncias específicas de violência contra idosos, mulheres e pessoas com deficiência também não devem ser feitas pelo 181, mas pelo Disque Direitos Humanos (0800 031 1119), um serviço gratuito, sigiloso, que também recebe ligações de todo o estado e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.