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Estado de Minas

UFMG apura fraudes em cotas raciais do mestrado

Estudantes denunciam que uma das candidatas aprovada não tem as características físicas obrigatórias para preencher a vaga


postado em 23/11/2017 16:56 / atualizado em 23/11/2017 17:06

Depois de três alunos de medicina se tornarem alvo de denúncia por irregularidades na Lei de Cotas, agora a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apura outro suposto caso de fraude nas cotas raciais do processo seletivo para o mestrado em comunicação. Estudantes denunciam que uma das candidatas aprovadas não tem as características físicas obrigatórias para preencher a vaga. As queixas foram recebidas na Ouvidoria da instituição de ensino e, segundo a UFMG, ainda serão apuradas.

A suspeita ocorre logo na primeira seleção da pós-graduação com reserva de vaga para cotistas. O caso veio à tona depois de uma jovem publicar a lista de aprovados em uma rede social. "Eu fiquei sabendo da fraude por meio de amigos que estavam tentando o mestrado na UFMG. Quando saiu a lista, eu confirmei e fiquei indignada. Mesmo depois de sair na mídia, há poucos meses atrás, o 'bafão' das fraudes, a gente vê isso se repetir", afirma ativista negra Thaís Geckseni, de 22.

Ela questiona que, enquanto isso, nove pessoas negras não passaram no mestrado utilizando a cota racial. "Até quando a instituição vai fechar os olhos? Não tenho dúvidas que ela se esforçou no processo, porém houve a conveniência do uso de um direito do qual não lhe pertence", pontua.

Procurada pela reportagem, a acusada A.C.A, de 27 anos, se defendeu das acusações. "Eu sou parda, eu sou afrodescedente e me encaixo nas cotas. No início, fiquei preocupada de ter entendido mal a natureza das cotas. Mas, eu pesquisei e eu estou sim inclusa. As pardas também tem direito a cotas", pontuou a estudante. Ela enviou uma carta com a autodeclaração e conta que cresceu com os avós, sendo que o avô é negro e os pais são pardos.

A UFMG informa que está apurando o caso. A reportagem do em.com.br entrou em contato com o Diretório Acadêmico de Estudantes (DCE), que informou que vai se pronunciar quando o caso estiver formalizado pela universidade.


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