Jornal Estado de Minas

Proteção contra febre amarela em Minas é insuficiente

Prestes a entrar no período com maior probabilidade de ocorrência da febre amarela, 75% das cidades de Minas Gerais ainda não atingiram a meta de vacinar 95% de seus habitantes. Essa taxa de imunização é a suficiente para evitar surtos da doença. A enfermidade, em sua forma silvestre, teve o seu pior surto no país desde 1980, segundo o Ministério da Saúde. Foram mais 261 pessoas mortas em decorrência da virose e mais de 770 infectadas desde dezembro do ano passado. Somente no estado foram 162 casos fatais, o que corresponde a 62% dos óbitos.

O boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) nesta quinta-feira mostra que dos 853 municípios mineiros, 639 ainda não conseguiram chegar à meta de 95% de imunização dos moradores. As regionais de Varginha e Pouso Alegre, ambas no Sul do Estado, são as que mais somam cidades que ainda não chegaram ao objetivo: 48 e 51, respectivamente.

Nesse aspecto destacam-se ainda a Regional de Divinópolis, na Região Centro-Oeste, com 38 municípios que não atingiram a meta, e Montes Claros, na Região Norte, com 37 cidades. A Regional Belo Horizonte também tem número alto de integrantes que não atingiram o objetivo– 32 no total.

Diante do cenário, a SES/MG recomendou que os municípios que ainda não atingiram a meta façam o monitoramento rápido de coberturas vacinais, ampliem o horário de funcionamento das salas de vacina, providenciem a imunização em domicílios, escolas, universidades e locais de trabalho, promovam busca ativa de não vacinados e envolvam a atenção primária nas ações, inclusive com a participação de agentes de saúde.

Desde abril o país adota o esquema vacinal de uma única dose durante toda a vida, seguindo orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina tem eficácia de 95% a 99%, mas é contraindicada para menores de 6 meses, pessoas com baixa atividade do sistema imunológico e com reação alérgica grave a ovo.

INFECTADOS Minas Gerais não registra um novo caso da doença desde junho deste ano.
Segundo a SES, o último paciente que contraiu febre amarela no estado começou a sentir os sintomas em 9 de junho. Desde dezembro de 2016 foram registrados 475 casos da doença, com 162 mortes.

Mesmo assim, o vírus continua circulando no estado. Prova disso são as mortes de primatas pela doença. Desde julho foram registrados casos de óbitos de macacos em 97 municípios mineiros. Desse total, oito foram confirmados com a enfermidade. Ainda estão sendo investigadas ocorrências em 18 cidades. Em outras 30 a causa da morte ainda é indeterminada, pois não houve a coleta de material genético.
Em 43 casos foi descartada a morte por febre amarela..