No boletim de hoje, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec) informou que, até o momento, não foram registradas vítimas do temporal. O órgão está monitorando a situação nos municípios.
Um dos locais mais atingidos na Grande BH foi Ribeirão das Neves. Segundo a prefeitura da cidade, os ventos chegaram a 75 quilômetros por hora. Quinze minutos foram suficientes para causar grandes danos. “Vários órgãos do governo e inúmeras residências e estabelecimentos comerciais foram atingidos. O teto da UPA Joanico desabou e os pacientes foram transferidos para a UPA Justinópolis. Os pacientes do 3º andar do Hospital São Judas Tadeu foram remanejados para o segundo andar”, diz a nota publicada no perfil do Executivo municipal no Facebook.
20h24 - Nas últimas quatro horas tivemos ocorrência de granizo, ventanias fortes (acima de 70 km/h) e tempestades em alguns municípios limítrofes à BH, por exemplo Ribeirão das Neves e Caeté. Segue vídeo cedido pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Neves. pic.twitter.com/84mVG8c6hv
%u2014 Defesa Civil BH (@defesacivilbh) 29 de novembro de 2017
A Defesa Civil de Neves informou que o município vai decretar situação de emergência. O objetivo é receber recursos par a reparação dos estrangos. A chuva de ontem destelhou boa parte das edificações da região central da cidade. Os bairros Santa Marta e Santa Martinha. A cidade está sem luz e sem telefone, o que dificulta o trabalho da Defesa Civil.
Como algumas escolas e creches de Ribeirão das Neves suspenderam as aulas, sem ter com quem deixar as crianças, muita gente não pôde ir trabalhar.
Centenas saem de casa em Caeté
Já em Caeté, muitas famílias ficaram desabrigadas. Pedras de granizo do tamanho de bolas de tênis de mesa foram encontradas nas ruas e quintais. Carros foram danificados e telhados foram destruídos. A prefeitura da cidade e moradores se mobilizaram nas redes sociais para pedir doações para quem teve suas casas comprometidas.
As famílias precisam de colchões, lençóis, cobertores, materiais de higiene e peças de roupa. Os materiais podem ser entregues no Ginásio Poliesportivo do município (Avenida Carlos Cruz, sem número, Bairro José Brandão). Os telefones de contato são (31) 3651-1348 e 3651-3266. Em caso de novas chuvas ou outras solicitações de emergência, a prefeitura de Caeté disponibilizou o telefone (31) 3651-3243.
Segundo o secretário de Governo de Caeté, Webber Leite, a prefeitura decretou situação de emergência ainda ontem em busca de auxílio dos governos estadual e federal. Foi montado um posto de comando onde eles recebem apoio da Defesa Civil estadual e também de Contagem. “Estamos fazendo o cadastramento na Secretaria de Obras das famílias que tiveram casas danificadas pelo granizo. Encomendamos telhas e lonas e já começamos ontem a distribuição emergencial”, detalha.
A Cedec doou 250 telhas para Caeté, além das que serão compradas por conta do decreto de emergência. “Estamos hoje com uma estimativa de 200 famílias fora de seus domicílios e de 2 mil residências danificadas, em condições inapropriadas de habitação”, detalha Leite. Vinte e duas famílias, sem ter para onde ir, foram abrigadas no ginásio da cidade. Os colchões solicitados pela prefeitura também serão encaminhados aos moradores que estão recebendo vizinhos em não têm camas suficientes. “Todo voluntariado é bem-vindo. Se não puder com doações, doe a mão de obra do seu ofício. Vamos precisar fazer um mutirão para colocar as telhas. Quanto mais gente, melhor. Na área da saúde também”, diz o secretário de governo.
Os bairros mais atingidos foram o São Geraldo e Emboabas. No primeiro, foi organizado um mutirão para servir almoço, lanche e jantar à população. Hoje, a prefeitura recebeu relatos de casas isoladas nos bairros José Brandão e Cai N'Água. Além das residências, imóveis públicos também foram destruídos. O cenário impressiona, conforme Webber Leite. “Até moradores mais velhos das áreas mais atingidas nunca tinham visto isso. É a primeira vez que a cidade passa por uma intempérie dessas. Estamos com dois postos de saúde sem condições de operar, escolas com aulas suspensas”, diz. Servidores e voluntários hoje também correm contra o tempo, pois há previsão de mais chuvas e é preciso colocar lonas nos locais em situação mais grave.
Pedro Leopoldo
Em Pedro Leopoldo, a tempestade provocou quedas de árvores, alagamento, destelhamento de casas e falta de energia elétrica. A Vila Aparecida e o distrito de Vera Cruz de Minas estão entre as áreas mais atingidas. Em um vídeo divulgado ontem, o prefeito Cristiano Marião informou que a Guarda Municipal e a Defesa Civil estão de prontidão e os moradores podem entrar em contato pelo telefone (31) 3662-3777.
"Foi uma forte chuva, com diversas quedas de árvores. Felizmente, ninguém se feriu, mas muitas famílias ficaram desabrigadas. Já disponibilizamos transporte para que todas sejam levadas para a Escola Municipal Inhazinha para passar a noite. Agora, estamos providenciando uma sopa para servi-lás. Estamos priorizando o atendimento às vítimas", disse o Secretário de Segurança Pública de Pedro Leopoldo, Coronel Alberto Luiz Alves, em entrevista ao em.com.br na quarta-feira.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Pedro Leopoldo, até a manhã desta quinta-feira foram registradas 200 pessoas desabrigadas. Algumas preferiram ir para a casa de parentes, mas a escola está disponível para quem precisar se abrigar. A Secretaria Municipal de Segurança Pública recebe as doações que serão repassadas às famílias. Ela fica na Rua Dirceu Lopes, número 207, no Centro.
Na noite passada, máquinas trabalhavam na região da Estrada do Coqueirinho, que ficou obstruída por troncos das árvores que caíram durante a chuva. Ainda segundo a prefeitura, todas as estradas já foram liberadas e o trabalho de limpeza e levantamento de danos está em andamento. O Executivo também pretende decretar situação de emergência.
FALTA DE ENERGIA Nesta quinta-feira, a assessoria de imprensa da Cemig informou que técnicos já trabalham para restabelecer a energia elétrica para os moradores de Ribeirão das Neves, Pedro Leopoldo, Caeté e também Esmeraldas. Ainda não há previsão para que a situação seja normalizada, mas a expectativa é de que o fornecimento de energia seja restabelecido ao longo do dia. Em Belo Horizonte, não há grandes áreas com desligamento, apenas atendimentos pontuais, segundo a Cemig.
Ao todo, 500 profissionais, com reforço de equipes de outras regiões do estado, fazem o reparo de postes caídos, fios partidos e a retirada de árvores e galhos de grande porte que foram lançados na rede.