Criado há mais de 30 anos, o Zoológico de Montes Claros já estava fechado para a visitação pública desde janeiro e vinha enfrentando problemas estruturais e atos de vandalismo. Na semana passada, um jacaré do papo amarelo foi morto por vândalos que invadiram o local. Na última segunda-feira, em reunião com outros órgãos ambientais, a Semma anunciou que, devido à falta de condições de funcionamento e alto custo de manutenção para a prefeitura (cerca de R$ 200 mil por mês), o logradouro será fechado em definitivo.
A pasta informou também que os cerca de 140 animais de diversas espécies do zoo da cidade do Norte de Minas serão transferidos para outros zoológicos credenciados pelo Ibama. O secretário de Meio Ambiente de Montes Claros, Paulo Ribeiro, disse que os zoológicos de Belo Horizonte e de Uberlândia (Triängulo Mineiro) manifestaram interesse em receber as doações, mas ainda não se sabe quando será feita a transferência.
Por outro lado, a municipalidade já vinha em entendimentos com o IEF para a possível instalação do Centro de Triagem de Animais Silvestres no atual espaço do zoológico, aproveitando recursos destinados pelo Ministério Público de Meio Ambiente como compensação ambiental de empresa.
Ontem, uma equipe do IEF e da Diretoria de Infraestrutura e Patrimônio (Dipa) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentavel (Semad) fez uma vistoria técnica no zoológico, a fim de averiguar as condições do local para receber o Centro de Triagem de Animais Silvestres. Entre outros profissionais, a equipe técnica foi integrada por veterinário, biólogo e arquiteto, sendo acompanhada por servidores da Semma.
A supervisora regional do IEF em Montes Claros, Margarete Caires, informou ainda que deverá ser assinado um termo de comodato entre o município e o estado, com a cessão do imóvel do zoológico por 30 anos.
Segundo ela, o Centro de Triagem vai ocupar uma parte do atual terreno do zoológico e os animais encaminhados para o local não receberão visitação pública. Ela explicou que após serem apreendidos pelos órgãos ambientais, animais silvestres transportados ilegalmente ou mantidos em cativeiro são encaminhados para o centro de triagem, onde permanecem por 40 dias, período em que recebem tratamento e passam por uma espécie de readaptação para que sejam libertados novamente na natureza. Durante a “quarentena”, eles devem ficar isolados, recebendo apenas os cuidados de biólogos, veterinários e outros profissionais.
Caires disse ainda que a proposta é que seja implantada em outro espaço do atual zoológico da cidade (fora do Centro de Triagem) uma unidade municipal de educação ambiental, com animais silvestres. Porém, as visitas ao local serão monitoradas e restritas a estudantes de escolas do ensino fundamental e médio.