Servidores que utilizam os serviços médicos do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) têm enfrentado dificuldades para agendarem consultas, exames médicos e, até mesmo, cirurgias.
A acompanhante e irmã de uma servidora que aguarda, com guia médica, uma cirurgia no pé desde quarta-feira, contou quecom a falta de leitos para a as operações, os pacientes aguardam as liberações em cadeiras distribuídas pelos corredores do Serviço Médico de Urgência.
"Minha irmã está aguardando uma cirurgia no pé aqui com a guia desde quarta-feira. Não tem vaga nos leitos e eles não definem uma data para a cirurgia. Disseram que deve ocorrer hoje (sexta-feira), mas não avisam horário, não falam mais nada. Tem paciente aqui com a saúde mais agravada, que a pessoa está internada aqui em jejum e não tem preparação para a cirurgia e leito para o paciente", contou a mulher que pediu para ter a identidade preservada.
Outra reclamação é sobre as acomodações do hospital com a superlotação. "São mais de 30 pessoas aguardando uma cirurgia e não tem cadeira suficiente para todo mundo. Os corredores só lotados de macas e cadeiras de roda. A gente pergunta aos funcionários e ninguém dá nenhuma resposta e só falam que tem atraso de dinheiro do estado," disse.
Ao questionar a coordenação do hospital, a mulher informou que funcionários relataram atrasos no repasse feito pelo Governo de Minas Gerais. Com os atrasos, segundo a denúncia, clínicas não estariam marcando consultas e demais procedimentos médicos.
Em nota, a assessoria de imprensa do Ipsemg confirmou os atrasos no repasse de verba e informou que, com a falta de leitos, as cirurgias em que os pacientes estão com casos mais agravados estão sendo priorizadas.
"O Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) informa que neste momento, o bloco cirúrgico do Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP) trabalha priorizando o cronograma de cirurgias emergenciais e oncológicas. O Ipsemg aguarda liberação de créditos no caixa pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) para pagamento dos serviços prestados. Até o momento não há comunicação formal de nenhum credenciado que tenha suspendido atendimento."
Ainda segundo o instituto, o quadro de anestesistas disponíveis também é deficiente e atrasa as cirurgias. " Embora o Ipsemg esteja credenciando médicos anestesiologistas, ainda encontra dificuldades para repor seu quadro de profissionais, o que inviabiliza a realização de cirurgias eletivas no momentos", diz a nota.