Moradores do Condomínio Residencial Assunção Life, no Bairro Camargos, Região Oeste de Belo Horizonte, voltam a sofrer com problemas da chuva em menos de um ano. Novamente, o escorregamento de terra destruiu um muro próximo a três prédios do conjunto. Por causa disso, 62 famílias tiveram que deixar o local. A revolta tomou conta das pessoas que vivem nos imóveis.
De acordo com a moradora Aline Santos, de 36 anos, o susto começou na madrugada. “Por volta de 1h30, escutamos um estrondo. Levantamos correndo achando que era trovão. Saímos e parecia que estava caindo alguma coisa em cima. Vimos que era o muro. Descemos com neném pequeno e ficamos embaixo esperando. Voltei correndo, peguei o que tinha que pegar, e fui para a casa da minha sogra. Foi uma correria”, disse a mulher. Ela estava com uma criança de um ano e três meses no colo no momento do desabamento.
Depois que desceu, ela e o marido foram alertando outros moradores. “Era um avisando o outro, batendo nas portas, colocando no grupo do WhatsApp”, disse. “Passei a noite na minha sogra. Não sabemos se vamos ser levados para algum hotel”, completou.
Essa foi a segunda vez em menos de um ano que estruturas do prédio desabam. Em dezembro do ano passado, as famílias viveram o mesmo drama. Quarenta apartamentos foram impactados, sendo que pelo menos quatro, segundo moradores, estavam vazios, o que significa impacto direto na vida de 36 famílias. Além da interdição dos blocos 13 e 14, a Defesa Civil também isolou uma área de um dos apartamentos do bloco 25, por conta do risco de outro muro desabar e atingir a área privativa do imóvel do primeiro andar.
A moradora critica as ações para mitigar os danos no conjunto de prédios. “Arrumaram um e deixaram desfalcado o resto. Sabiam que podia acontecer isso. Simplesmente estavam torcendo para não acontecer. Está sendo na mesma época do ano passado. Então, você gasta dinheiro na reforma do apartamento, custa a comprar, e, então, destrói o seu sonho”, desabafou.
Uma das subsíndicas dos prédios, Nilma Helena, de 60 anos, afirmou que os riscos de desabamento já tinham sido detectados por um laudo pedido pelos próprios moradores. “Já tínhamos apresentado laudo de instabilidade há algumas semanas para a Tenda. Esse laudo condena o condomínio inteiro. Todos os taludes feitos e também o solo do estacionamento foram mal compactados. O documento aponta o condomínio está com risco de erosão”, comentou.
A construtora Tenda informou por meio de nota que sua equipe técnica está trabalhando no residencial desde a madrugada para solucionar as questões levantadas. "Ao mesmo tempo, os moradores estão recebendo toda a assistência necessária, assim como todas as informações a respeito da situação", disse.