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Militar ferido em troca de tiros em ataque a banco teve braço amputado Presos mais dois suspeitos de participação de ataque com morte em Pompéu Quadrilha mata PM e morador em ataque a banco em PompéuCriminosos atiram para alto e atacam banco no interior de Minas GeraisEm ação com dois mortos e três presos, PM desmonta quadrilha de ataque a carro-fortePM prende quadrilha que planejava explosão de caixa eletrônico em São João del ReiMilitares prendem quadrilha e impedem ataques a caixas eletrônicos no Triângulo Mineiro 'Elementos de alta periculosidade', diz coronel sobre mais procurados de MinasVeja a lista dos criminosos mais procurados de Minas GeraisCabo da PM morto por bandidos é enterrado em Martinho CamposBandidos tentam assaltar agência bancária em Nova PonteJustiça decreta prisão preventiva de suspeitos de ataque a banco em PompéuPara o policial, há iniciativas de sucesso da rede bancária para evitar os roubos dos caixas, como a ativação de um mecanismo que suja as notas com uma tinta caso um caixa seja explodido. Essa medida inviabiliza o uso do dinheiro roubado. “As notas pintadas em alguns pontos mostrando eficiência na ação já deveriam ter sido padronizadas no Brasil e infelizmente ainda não vemos essa ação por parte desse setor, que é importante para nossa sociedade, mas precisa atuar veementemente com isso”, diz o major.
OUSADIA No caso de maior ousadia da madrugada, bandidos chegaram em cinco veículos à cidade de Pompéu, um deles em uma moto. Armados com fuzis e espingardas calibre 12, eles tentaram trancar a porta do quartel com correntes. Atiraram várias vezes contra o imóvel e os militares revidaram, evitando que a entrada fosse fechada. Logo em seguida, comparsas explodiram agência do Banco do Brasil.
Alisson dos Reis Pinheiro, de 22, funcionário de uma lanchonete, foi baleado quando saía do estabelecimento no meio do confronto. “Não tenho dúvidas de que a ação desses infratores foi no sentido de atirar contra o membro da sociedade para evitar que a Polícia Militar continuasse no encalço deles. Como uma estratégia de guerrilha”, comentou o major Flávio Santiago.
Apesar de nenhuma autoridade pública falar em crimes orquestrados, praticamente ao mesmo tempo outro grupo de bandidos atacava Morro do Ferro, distrito de Oliveira, também na Região Centro-Oeste, a 250 quilômetros de Pompéu. De acordo com a corporação, 14 homens cercaram uma agência do Banco Sicoob na localidade e explodiram os caixas eletrônicos. Conforme a PM, o grupo se dividiu e alguns criminosos foram atá a casa do cabo Leonel Richs de Aquino, no distrito, e cercaram o imóvel. O militar percebeu a ação criminosa e pediu ajuda ao destacamento de Oliveira. Ao tentar sair, foi baleado com um tiro no tórax, que atingiu um pulmão. Pelo WhatsApp, ele pediu ajuda e foi socorrido por militares de Oliveira e pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv). Ele foi internado em hospital particular de BH e seu estado de saúde era estável na noite de ontem. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso.
Ainda na madrugada, as cidades de Tapira, no Alto Paranaíba, e Santa Rita de Caldas, no Sul do estado, foram atacadas.
Clima de luto e caçada aos criminosos
A cidade de Pompéu, além do clima de luto pela morte do cabo e um jovem, tornou-se a base da operação policial para localizar os cerca de 15 bandidos que atacaram o quartel da Polícia Militar e uma agência bancária no município. Durante todo o dia de ontem foi intensa a movimentação em Pompéu de militares da capital e de Contagem, na Grande BH, Sete Lagoas e Curvelo, na Região Central, e Divinópolis e Bom Despacho, no Centro-Oeste. Uma verdadeira caçada humana que, de acordo com o tenente-coronel Rodrigo Teixeira Coimbra, comandante do 7º Batalhão da PM, até o começo da noite tinha resultado na prisão de quatro suspeitos, além da apreensão de veículos e armas.
Dois foram encaminhados para a delegacia da Polícia Civil da cidade, e outros dois estavam no quartel da PM. Informações preliminares dão conta de que na BR-494, em Divinópolis, foram presos A.D.F. e M.A.O., num Toyota Corolla, com placas clonadas. Com eles, foram apreendidos uma pistola calibre 9 milímetros e um rádiocomunicador. A outra dupla, Y.F.F. e W.D.S.N., foi presa em Moema, no Centro-Oeste, num Ford Focus, com rádios de comunicação.
Em Pompéu, o clima era de luto pelas mortes do militar Osias Alves de Barros e do jovem Alisson dos Reis Pinheiro, de 22 anos. Irmão do rapaz, Adilson Pinheiro, de 18, disse que ele foi atingido ao sair do trabalho na lanchonete, quando seguia de bicicleta para casa.
Febraban defende ação preventiva
Para a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), a ação de segurança necessária para fazer frente à violência empregada por ladrões de caixas eletrônicos está “fora de alcance das instituições privadas, como estabelecimentos comerciais e bancos”. Para a entidade, é necessário combater as causas desses crimes. “Em primeiro lugar, impedindo que os bandidos tenham acesso fácil a explosivos. Em segundo lugar, desbaratando as quadrilhas, o que se faz com ações de inteligência. Em terceiro lugar, dificultando o acesso dos bandidos ao produto do crime”, considerou, em nota, a instituição.
Além disso, a Febraban destaca que os bancos aumentaram em três vezes o valor destinado para impedir o avanço da criminalidade, na comparação com 10 anos atrás. Segundo a Febraban, são R$ 9 bilhões investidos na segurança bancária atualmente. A entidade ainda pontua que promove intensa cooperação com as autoridades encarregadas de segurança pública.
Ainda segundo a Febraban, um levantamento com 17 instituições financeiras, entre elas os principais bancos de varejo brasileiros, mostra que, em 2016, foram registrados 339 assaltos e tentativas de assaltos no país, o menor número nos últimos 17 anos. O número indica redução em relação a 2015, quando foram registradas 394 ocorrências (-14%) e está bem abaixo ao registrado em 2000, quando houve 1.903 assaltos e tentativas de assaltos. Porém, a Febraban não informa ocorrências específicas de explosões a caixas eletrônicos, que segundo a Polícia Militar acabam registradas na maioria das vezes como furto qualificado.
MEMÓRIA
Crime cinematográfico
O poder de fogo dos bandidos que assaltam caixas eletrônicos e roubam cofres de bancos e instituições de valores foi colocado à prova em 6 de novembro, quando um grupo de cerca de 20 homens invadiu a sede da empresa Rodoban, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. A ofensiva teve tiros de fuzil, transformadores de energia elétrica estourados a bala, barricadas com carros e pneus queimados, correntes e “miguelitos” (objetos perfurantes para estourar pneus), tudo para barrar a reação policial. Somente depois de duas horas de cerco sob fogo as forças de segurança foram capazes de montar bloqueios nas saídas da cidade, o que não evitou a fuga do bando. A investida teve início às 3h e terminou às 5h15. Uma pessoa se feriu e bairros inteiros ficaram sem energia elétrica. O grupo roubou uma quantia que pode chegar a R$ 20 milhões, segundo fontes extraoficiais – o valor não foi informado pela empresa nem pela polícia. Três suspeitos de participação no crime foram presos e um homem que também teria envolvimento com o caso foi encontrado morto..