De acordo com Leopoldo Lacerda, delegado da Polícia Federal, as oito pessoas conduzidas para prestarem depoimento são da alta cúpula da UFMG. A instituição, por sua vez, informou que os conduzidos são: o reitor Jaime Arturo Ramírez; a vice-reitora Sandra Goulart (eleita para a reitoria a partir de 2018); o presidente da Fundep Alfredo Gontijo de Oliveira; a ex-vice reitora (2006 a 2010) e atual coordenadora do Projeto República da UFMG Heloísa Starling; a ex-vice reitora (2010-2014) Rocksane Norton e uma das responsáveis no Memorial da Anistia, Silvana Cozer.
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Caso os suspeitos sejam condenados, o delegado informou que eles podem responder por peculato de desvio e formação de quadrilha.
PROTESTOS
Professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Eli Lola Gurgel Andrade, diz que o caso surpreendeu os docentes. "Nos causa estranheza, ainda mais que seja com centenas de projetos que andam na UFMG, exatamente o projeto que levanta o compromisso que a universidade tem com a luta pelas liberdades democráticas neste país," explicou. Por sua vez, o professor do Departamento de Filosofia da UFMG, Rodrigo Duarte, afirmou que a condução dos educadores foi precipitada.
Em relação às denúncias de excesso durante a operação, o delegado afirmou que “as conduções coercitivas são uma forma de atuação na investigação para evitar combinação de depoimentos. Está previsto por lei”.
MEMORIAL
"A vice-reitora sempre foi a coordenadora do projeto financiado pelo Ministério da Justiça. A UFMG, como executora, contratou uma construtora e a Fundep para executar a pesquisa. O contrato foi várias vezes aditivado e prorrogado. Até hoje, não finalizado e os valores sempre aumentaram", concluiu delegado.
O Estado de Minas entrou em contato com a assessoria de imprensa da UFMG que informou que está aguardando um posicionamento jurídico.
*Sob supervisão da subeditora Ellen Cristie