Santa Cruz do Escalvado – A principal rua do Centro de Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata, está embaixo da lama que desceu junto com a água do temporal que atingiu a cidade na segunda-feira. Além das casas danificadas ou destruídas, o serviço público também foi afetado. A policlínica do município foi interditada e houve perda de materiais. O prédio onde está localizada a Secretaria de Educação e Polícia Militar (PM) será fechado. A prefeitura decretou situação de emergência. Moradores tiveram de deixar as residências e ser levados para escolas. Imóveis foram interditados. Assistentes sociais vão percorrer a área para levantar os danos.
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LIMPEZA Um verdadeiro batalhão da limpeza atua em Santa Cruz do Escalvado para retirar a lama e objetos das casas e ruas. A prefeitura doou produtos aos moradores para o trabalho, como detergentes e água sanitária.
Os produtos estão sendo entregues por assistentes sociais e voluntários. O pedagogo Márcio Greick Martins, de 42 anos, saiu da zona rural para socorrer moradores. “É importante ajudar neste momento, se disponibilizar e dar apoio ao outro”, disse com um balde na mão, onde levava os produtos de limpeza.
A assistência social da prefeitura é composta por sete pessoas, entre educadores, psicólogos e orientadores sociais. Uma delas é Eunice Aparecida Macedo, de 26. A jovem se diz impressionada com a situação da cidade, mas se sente importante na reconstrução. É gratificante. Sinto gratidão de poder fazer algo.
A prefeitura abriu uma conta para quem quiser fazer doações: Agência 0088-4 conta corrente 50214-6 Banco do Brasil.
DEPOIMENTO
‘Tristeza pela perda de vidas’
“A dificuldade e a dor fazem as pessoas ficarem mais fortes. Como Agnaldo, tio de duas crianças que morreram depois que a casa delas foi levada pela enxurrada em Parada Paulista, no distrito de Urucânia. No local onde estava o imóvel sobrou apenas a base, o chão. O restante está espalhado por metros de distância, talvez quilômetros. O que mostra a força da correnteza. A cena do tio com uma enxada nas mãos foi comovente. A única esperança dele: ‘Vou encontrar meu sobrinho. Farei isso mesmo que eu tenha que morrer’.
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