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Estado de Minas

Sobe para oito o número de mortes em decorrência da chuva em Minas

A localização do corpo de idosa na Zona da Mata atualizou a conta da tragédia provocada pela chuva que atinge todo o estado. Outras três pessoas são procuradas


postado em 09/12/2017 06:00 / atualizado em 09/12/2017 09:49

Santa Cruz do Escalvado é uma das cidades mais castigadas por inundações na Zona da Mata(foto: lFacebook/Reprodução da Internet/Portal Caparaó)
Santa Cruz do Escalvado é uma das cidades mais castigadas por inundações na Zona da Mata (foto: lFacebook/Reprodução da Internet/Portal Caparaó)

Cinco dias depois do temporal que arrasou comunidades inteiras em pelo menos seis cidades da Zona da Mata, a população viu a água baixar, mas ainda não consegue contabilizar o tamanho dos prejuízos nem saber a exata dimensão das perdas humanas. O número de mortes comprovadas na região subiu ontem, quando militares do Corpo de Bombeiros encontraram no Rio Casca o corpo de Eva de Jesus, de 67 anos, que tinha desaparecido na cidade vizinha de Urucânia. Com isso, o total de vítimas da estação chuvosa aumentou para oito no estado, e ainda pode chegar a 11, já que duas pessoas continuam sendo procuradas na região, e uma em Vespasiano, na Grande BH.

O governo federal reconheceu a situação de emergência em 14 municípios mineiros em publicação no Diário Oficial da União (DOU), o que pode acelerar ações de resposta, segundo o Ministério da Integração Nacional. E os danos podem aumentar, já que a sexta-feira foi de muita chuva em regiões como a Grande BH, dando trabalho para bombeiros em Contagem, que tiveram que tirar uma família de casa e interditar o imóvel após a queda de um muro. A previsão aponta a possibilidade de chuvas em todo o estado neste fim de semana.

Mobilizados desde o último dia 4 para as buscas por quatro pessoas desaparecidas em Urucânia, na Zona da Mata, os bombeiros chegaram à localização do segundo corpo na manhã de ontem. Eles já tinham encontrado a adolescente Maria Fernanda Juventino Iris Rosema, de 13 anos, e ontem localizaram o corpo da avó da jovem, Eva de Jesus, nas imediações do Bairro Areal, em Rio Casca, na Zona da Mata. Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), as duas foram arrastadas junto com o outro neto da mulher, depois que a casa em que a família estava foi levada pela enchente na zona rural da cidade, em um local conhecido como Sítio Parada Paulista.
Moradores contam os prejuízos na zona rural de Urucânia(foto: Ramon Lisboa/EM/DA PRESS)
Moradores contam os prejuízos na zona rural de Urucânia (foto: Ramon Lisboa/EM/DA PRESS)

Conforme o major Anderson Passos, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad), as buscas continuam para encontrar os outros desaparecidos. “Foi percorrido um longo trecho de um riacho que deságua no Rio Casca e o corpo foi encontrado cerca de 30 quilômetros abaixo da Usina de Jatiboca, local de início das buscas”, diz o militar.

Foi nas imediações da usina que outro homem também desapareceu. Segundo os bombeiros, ele seria um prestador de serviço que trabalhava na região e pelo fato de não ser morador do local ainda não foi identificado. As buscas continuam por essas pessoas na Zona da Mata, mas também se concentram em Vespasiano, na Grande BH, onde um homem de 37 anos desapareceu após cair em um córrego no último domingo. Ontem foi feita uma varredura em um curso d’água da cidade, mas ele ainda não foi encontrado.

Conforme a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), as declarações de emergência feitas pelos municípios atingidos pela chuva em Minas e pelo estado já foram consideradas pelo órgão nacional como forma de acelerar medidas de assistência. Segundo a Sedec, a pasta reconheceu, na última quinta-feira, emergência em 14 municípios. Abre Campo, Lajinha, Piedade de Ponte Nova, Ponte Nova, Raul Soares, Rio Casca, Santa Cruz do Escalvado, Santo Antônio do Grama, São José do Mantimento, São Pedro dos Ferros e Urucânia estão na Zona da Mata. Pedro Leopoldo e Caeté ficam na Grande BH e Nova Serrana está na Região Centro-Oeste. Ribeirão das Neves, também na Grande BH, já tinha a situação de emergência reconhecida pelo governo federal desde o dia 5.

CONTAGEM O deslizamento de um barranco no Bairro Bandeirantes, em Contagem, na Grande BH, provocou a interdição de um imóvel pelo Corpo de Bombeiros. Os militares retiraram a família da casa, que fica na Rua Franciscanos, e interditaram o imóvel. De acordo com o centro de climatologia PucMinas/TempoClima, deve chover em praticamente todo o estado durante este fim de semana. Apenas o Campo das Vertentes, Zona da Mata e Sul de Minas não deverão ter volume de chuva significativo. Em Belo Horizonte, há precipitação prevista para os períodos da tarde e noite até o início da próxima semana.


BR-116 liberada após desmoronamento

Um alívio diante dos prejuízos causados pela chuva veio de Muriaé, também na Zona da Mata, onde foi liberado parcialmente o tráfego de veículos na BR-116, a Rio-Bahia. Interditado desde 2 de dezembro, o trânsito foi prejudicado por um escorregamento de uma encosta às margens da rodovia. Autoridades locais definiram pelo bloqueio total diante da instabilidade da área, segundo o inspetor Américo Cabral, chefe da delegacia de Leopoldina da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Depois de duas detonações de rochas e da constatação de que o terreno estava estável, o tráfego foi parcialmente liberado. Um quebra-molas foi instalado no local para diminuir a velocidade dos veículos no trecho, e a pista será completamente liberada apenas depois de um trabalho mais completo de recomposição e limpeza, a ser contratado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).


ENQUANTO ISSO...
...Regiões de BH batem média de chuva no mês

Em oito dias, duas regiões de Belo Horizonte superaram a média histórica de chuva prevista para todo o mês de dezembro. As regiões Oeste e Noroeste ultrapassaram os 319,4 milímetros esperados para o último mês do ano. Na Oeste, a chuva já representava 341,2 milímetros até as 17h30 de ontem, enquanto choveu 320 milímetros da Região Noroeste no mesmo período. A Região Norte é a área da cidade onde menos choveu em dezembro, com apenas 152,6 milímetros (48% da média). Nas demais regiões, o índice de precipitação também foi alto: choveu 288,1 milímetros no Barreiro (90% do esperado), 267,8 na Centro-Sul (84%), 204,1 na Leste (63%), 234,4 na Nordeste (73%), 279,8 na Pampulha (88%) e 273,9 em Venda Nova (86%).


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