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Estado de Minas

Aberto em capacidade plena, Hospital do Barreiro conta com repasses

Enfim em condições de atuar com plena capacidade, hospital depende agora da manutenção de repasses da prefeitura, estado e União para garantir operação, estimada em R$ 21,8 milhões


postado em 15/12/2017 06:00 / atualizado em 15/12/2017 07:44

Interior do Hospital do Barreiro, agora com 460 leitos disponíveis e capacidade de atendimento mensal de 2 mil internações(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Interior do Hospital do Barreiro, agora com 460 leitos disponíveis e capacidade de atendimento mensal de 2 mil internações (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

Após dois anos de sua inauguração parcial, em 2015, o Hospital Metropolitano Doutor Célio de Castro, no Barreiro, foi aberto com capacidade total na manhã de ontem. Com 460 leitos, o segundo maior hospital de Belo Horizonte tem capacidade de atendimento mensal de 2 mil internações. Um dos maiores desafios é racionalizar os recursos para manter a unidade. A prefeitura estipula que para o funcionamento total são necessários mais de R$ 20 milhões em repasses divididos entre o governo federal, estadual e o município. No mês passado, os gastos foram custeados pela União e pela prefeitura da capital. Autoridades de saúde presentes na solenidade ontem garantiram que o hospital vai continuar funcionando e que a questão financeira será equacionada gradualmente.

Para o funcionamento total do Hospital Célio de Castro, devem ser gastos R$ 21,8 milhões. Agora, a expectativa é de que cerca de 50% dos recursos venham do governo federal, o equivalente a R$ 11.995.418,40. As portarias publicadas pelo Ministério da Saúde até agora garantem R$ 3.227.800,86 por mês. A outra metade será divida entre a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e o governo de Minas. No dia 11, o Estado publicou a Resolução 5.991, que inclui o hospital no Programa Pro-hosp, garantindo um repasse mensal de R$ 5.319.587,50. Assim, a prefeitura e o governo de Minas ficariam, cada um, responsáveis por uma fatia de 25%.

Em novembro, ainda sem operar com capacidade total, o gasto do Célio de Castro foi de R$ 14.473.192,93. Segundo a prefeitura, deste valor, R$ 2.199.821,87 foram repassados pelo Ministério da Saúde e, o restante pago pelo Executivo municipal. “Aguardamos mais publicações, mais liberações de recursos por parte da União, até chegarmos ao R$ 11 milhões mensais que foram solicitados ao Ministério da Saúde”, disse a diretora-executiva do Hospital do Barreiro, Maria do Carmo.

Participaram da solenidade de abertura o prefeito Alexandre Kalil (PHS), o governador Fernando Pimentel (PT), o secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, além de gestores do hospital, representantes do Conselho Municipal de Saúde e da comunidade do Barreiro.

Após citar, em uma entrevista à Rádio Itatiaia veiculada em 12 de dezembro, a falta e repasses do governo do estado ao Hospital do Barreiro, Alexandre Kalil agradeceu a Fernando Pimentel pela resolução publicada um dia antes da divulgação da entrevista. “Vou agradecer ao governador por ter publicado a portaria do comprometimento tripartite desse hospital, o que para nós é muito importante”, disse em seu pronunciamento durante a solenidade. O prefeito encerrou sua participação de forma enfática. “Acabo com todos os agradecimentos e começo meu discurso. Prometi que ia abrir o Hospital do Barreiro na campanha para prefeito de BH, e está aberto. Muito obrigado a todos”.

O governador de Minas definiu a abertura completa do hospital como “um dia de alegria”, e elogiou Kalil. “Conseguimos, e aí se deve, sem sombra de dúvidas, à determinação do Kalil. Como ele mesmo disse, prometeu e cumpriu. Disse na campanha que ia ocupar o hospital e que ia abrir 100% e agora está fazendo com o apoio de todos. É importante ressaltar isso: que todos se envolveram e não é um esforço individual, ele sabe disso”, afirmou Pimentel.

Ele lembrou o apoio do secretário de Atenção à Saúde e indicou dificuldades financeiras ao comentar a questão dos repasses do estado ao hospital. “Foi fundamental o apoio do ‘Chico’ (Francisco de Assis Figueiredo) no Ministério da Saúde. O governo do estado tentando de todos os jeitos ajudar e, só agora, no finalzinho, conseguimos publicar a resolução, que é difícil, porque estamos com uma situação financeira apertada. Mas, isso não vem ao caso. O que importa aqui é que estamos entregando para a população de Belo Horizonte um hospital de primeiro mundo, de primeira qualidade e dirigido pela Maria do Carmo, que é a melhor gestora de saúde pública deste país”, declarou Fernando Pimentel na cerimônia.

Representando a União, Francisco de Assis Figueiredo também garantiu que, da parte do governo federal, os repasses virão aos poucos. “Já estamos conversando há um bom tempo e todas as habilitações, tudo aquilo que é necessário de documentações, estão sendo encaminhados para o Ministério da Saúde. Os recursos já caem no mês subsequente às habilitações feitas. Estamos totalmente em dia. Tudo aquilo que o Ministério vem programando está caindo regularmente na prefeitura de Belo Horizonte”.

Questionado se há um prazo para que os repasses do Ministério da Saúde cheguem a 50%, Figueiredo não falou em datas. “À medida em que vai crescendo sua produção (do hospital), imediatamente a prefeitura manda a documentação, nós habilitamos, como também já demos um certificado de filantropia para este hospital que foi fundamental”, explicou. As entidades que têm certificado de filantropia contam com isenção de contribuições sociais, o que representa uma economia de R$ 2,2 milhões por mês à unidade. *Estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia


(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

Internações apenas com encaminhamento

 

Operando em escala parcial desde dezembro de 2015, a unidade, agora, terá capacidade para realizar, mensalmente, 2 mil internações, 1 mil cirurgias, 3,4 mil consultas de pré e pós-operatório, além de cerca de 20 mil exames por mês. Para que estes procedimentos sejam feitos, o hospital é estruturado com 460 leitos para atendimentos clínicos e cirúrgicos, 16 blocos cirúrgicos e salas de exames de média e alta complexidade para diferentes especialidades médicas.

A diretora-executiva da instituição, Maria do Carmo, explicou que não haverá atendimento de pronto-socorro na unidade. “A população não deve procurar diretamente o hospital. As internações serão feitas e encaminhadas pela Central de Internação da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, os exames, pela Central de Marcação de Consultas e Exames e o resultado disso é que potencializa mais a capacidade do hospital”, detalhou. “A partir do momento que a central faz a avaliação prévia dos casos, ela consegue tirar de outros hospitais, como pronto-socorro e das nove unidades de pronto-atendimento (UPAs) de BH, além de municípios do entorno aqueles casos mais graves, que as vezes os pacientes ficavam dias em macas aguardando internação para mandar para o hospital”, disse.

Tratado como referência para pacientes de clínica médica, ortopedia, cirurgia geral, cirurgia vascular, neurocirurgia, neurologia e urologia, o hospital oferece 35 leitos destinados a pessoas que apresentarem diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC), explicou Maria do Carmo.

“Esse hospital é extremamente sofisticado em sua construção. Não há trânsito de material biológico, não há trânsito de medicamentos fisicamente, é tudo feito por ar comprimido. É um hospital que não tem papel, é tudo eletrônico. Por exemplo, no CTI, os leitos são isolados e apresentam circulação de ar independente do resto do hospital para que uma pessoa que esteja internada com uma doença infecciosa não sirva como fonte (para contaminar outros doentes)”, detalhou o secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto.


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