Após dois anos de sua inauguração parcial, em 2015, o Hospital Metropolitano Doutor Célio de Castro, no Barreiro, foi aberto com capacidade total na manhã de ontem. Com 460 leitos, o segundo maior hospital de Belo Horizonte tem capacidade de atendimento mensal de 2 mil internações. Um dos maiores desafios é racionalizar os recursos para manter a unidade. A prefeitura estipula que para o funcionamento total são necessários mais de R$ 20 milhões em repasses divididos entre o governo federal, estadual e o município. No mês passado, os gastos foram custeados pela União e pela prefeitura da capital. Autoridades de saúde presentes na solenidade ontem garantiram que o hospital vai continuar funcionando e que a questão financeira será equacionada gradualmente.
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Participaram da solenidade de abertura o prefeito Alexandre Kalil (PHS), o governador Fernando Pimentel (PT), o secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, além de gestores do hospital, representantes do Conselho Municipal de Saúde e da comunidade do Barreiro.
Após citar, em uma entrevista à Rádio Itatiaia veiculada em 12 de dezembro, a falta e repasses do governo do estado ao Hospital do Barreiro, Alexandre Kalil agradeceu a Fernando Pimentel pela resolução publicada um dia antes da divulgação da entrevista. “Vou agradecer ao governador por ter publicado a portaria do comprometimento tripartite desse hospital, o que para nós é muito importante”, disse em seu pronunciamento durante a solenidade. O prefeito encerrou sua participação de forma enfática.
O governador de Minas definiu a abertura completa do hospital como “um dia de alegria”, e elogiou Kalil. “Conseguimos, e aí se deve, sem sombra de dúvidas, à determinação do Kalil. Como ele mesmo disse, prometeu e cumpriu. Disse na campanha que ia ocupar o hospital e que ia abrir 100% e agora está fazendo com o apoio de todos. É importante ressaltar isso: que todos se envolveram e não é um esforço individual, ele sabe disso”, afirmou Pimentel.
Ele lembrou o apoio do secretário de Atenção à Saúde e indicou dificuldades financeiras ao comentar a questão dos repasses do estado ao hospital. “Foi fundamental o apoio do ‘Chico’ (Francisco de Assis Figueiredo) no Ministério da Saúde.
Representando a União, Francisco de Assis Figueiredo também garantiu que, da parte do governo federal, os repasses virão aos poucos. “Já estamos conversando há um bom tempo e todas as habilitações, tudo aquilo que é necessário de documentações, estão sendo encaminhados para o Ministério da Saúde. Os recursos já caem no mês subsequente às habilitações feitas. Estamos totalmente em dia. Tudo aquilo que o Ministério vem programando está caindo regularmente na prefeitura de Belo Horizonte”.
Questionado se há um prazo para que os repasses do Ministério da Saúde cheguem a 50%, Figueiredo não falou em datas. “À medida em que vai crescendo sua produção (do hospital), imediatamente a prefeitura manda a documentação, nós habilitamos, como também já demos um certificado de filantropia para este hospital que foi fundamental”, explicou. As entidades que têm certificado de filantropia contam com isenção de contribuições sociais, o que representa uma economia de R$ 2,2 milhões por mês à unidade. *Estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia
Internações apenas com encaminhamento
Operando em escala parcial desde dezembro de 2015, a unidade, agora, terá capacidade para realizar, mensalmente, 2 mil internações, 1 mil cirurgias, 3,4 mil consultas de pré e pós-operatório, além de cerca de 20 mil exames por mês. Para que estes procedimentos sejam feitos, o hospital é estruturado com 460 leitos para atendimentos clínicos e cirúrgicos, 16 blocos cirúrgicos e salas de exames de média e alta complexidade para diferentes especialidades médicas.
A diretora-executiva da instituição, Maria do Carmo, explicou que não haverá atendimento de pronto-socorro na unidade.
Tratado como referência para pacientes de clínica médica, ortopedia, cirurgia geral, cirurgia vascular, neurocirurgia, neurologia e urologia, o hospital oferece 35 leitos destinados a pessoas que apresentarem diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC), explicou Maria do Carmo.
“Esse hospital é extremamente sofisticado em sua construção. Não há trânsito de material biológico, não há trânsito de medicamentos fisicamente, é tudo feito por ar comprimido. É um hospital que não tem papel, é tudo eletrônico. Por exemplo, no CTI, os leitos são isolados e apresentam circulação de ar independente do resto do hospital para que uma pessoa que esteja internada com uma doença infecciosa não sirva como fonte (para contaminar outros doentes)”, detalhou o secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto..