Preso em Salvador na manhã de quarta-feira, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy, de 50 anos, condenado a 113 anos de prisão pela chacina ocorrida no Acampamento Terra Prometida, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na Fazenda Nova Alegria, em Felisburgo, em 2004, foi apresentado nessa sexta-feira pela Polícia Civil e encaminhado ao presídio São Joaquim de Bicas 1. Ele se negou a falar com a imprensa, mas, ao delegado, se disse arrependido pelo que chamou de “incidente” que provocou cinco mortes e deixou 17 pessoas feridas.
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Condenado a 113 anos de cadeia, fazendeiro é preso e encaminhado para São Joaquim de BicasMandante da chacina de Felisburgo, Norte de Minas, é preso em SalvadorConflito agrário deixa seis feridos em Capitão Enéas no Norte de MinasFamília morre em chacina dentro de casa no interior de MinasSegundo o delegado o acusado é proprietário de fazendas em Itajuípe, Ilhéus e Itabuna, de vários imóveis de alto padrão, e de um shopping em Salvador, de onde passou a conduzir seus negócios. Também a frequência a praias badaladas e restaurantes requintados deixou alguns rastros que ajudaram em sua prisão.
Em depoimento ao delegado, Chafik se disse arrependido pelas vidas perdidas e atribuiu a um “incidente” as cinco mortes e 17 feridos no acampamento. Segundo o depoimento, ele se dirigiu à fazenda para tentar “um diálogo” e um de seus seguranças disparou a arma, “por acidente”, resultando em descontrole total dos demais que também passaram a atirar.
A fazenda Nova Alegria pertencia ao avô de Chafik, que viera do Líbano no início do século.