O poder de fogo de uma quadrilha especializada em explosões de caixas eletrônicos, ataques a carros-fortes e a bancos impressionou as autoridades de segurança. Três integrantes do bando foram presos entre a noite de sábado e a madrugada de ontem no Norte de Minas Gerais. Dois criminosos acabaram mortos em confronto com a Polícia Militar. Com eles, foram apreendidos armamentos de guerra, como uma arma calibre .50, com potencial para derrubar aeronaves e romper blindagem de tanques. Estavam, ainda, com uma chapa de aço, que seria adaptada em uma caminhonete, capaz de suportar tiros de fuzil. Nela, foram feitos buracos para o bando colocar as armas e atirar contra a polícia no momento do assalto. Segundo a Polícia Militar (PM), os bandidos, que agiam também em outros estados, planejavam atacar um carro-forte em Grão Mogol, na quarta-feira. Na mesma cidade, eles cometeram um crime semelhante em outubro. O bando seria ainda responsável pela morte de quatro policiais, na Bahia e em Goiás.
A operação para chegar até o bando começou de forma integrada. Serviços de inteligência de forças federais e estaduais de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Distrito Federal e Pará, trocaram informações sobre um possível ataque no Norte de Minas. Diante disso, policiais militares foram até um lava a jato, em Montes Claros, “Equipes da PM de Montes Claros e do Batalhão de Operação Especial (Bope) encontraram o cidadão de nome Naelbe no estabelecimento, com uma SW4, com documentação regular. Nos deslocamos até o apartamento onde ele mora e lá Jean Júlio, irmão dele, foi preso”, afirmou o Major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da PM.
As prisões ocorreram em bairros de classe média da cidade. Os presos são Naelbe Bezerra e Jean Júlio Bezerra. O primeiro confessou que dava apoio logístico para a quadrilha, como carregar armamentos. Inclusive, esteve presente na ação da quadrilha contra um carro-forte em Grão Mogol, no Norte de Minas, em outubro. Na ocasião, todo o dinheiro que estava no veículo foi levado. Naelbe afirmou que recebeu R$ 80 mil. Já o segundo era o olheiro do bando.
Quando estavam no apartamento, policiais interceptaram uma ligação telefônica feita para o celular de um dos dois indivíduos. O aparelho foi colocado no viva voz. As informações obtidas levaram aos outros integrantes da quadrilha. “A PM conseguiu determinar que um caminhão trazia mercadorias. Essa era a informação passada na ligação. Eram explosivos. Seis quilos aproximados de encartuchados de emulsão foram apreendidos. Foi interceptado o caminhão e preso o motorista”, completou o major.
TIROS Com a apreensão, a PM conseguiu informações da localização de outros dois membros da quadrilha. A dupla estava em uma comunidade rural de Grão Mogol. A ação ocorreu na madrugada de ontem. Quando os policiais interceptaram os dois homens, eles atiraram contra as viaturas. Houve troca de tiros. O líder do bando, Jean Carlos de Barros Dantas, o Bereberê, foi morto, assim como Aldenir Quirino de Sá, que era foragido da Justiça por roubo a banco.
Com os criminosos, foram apreendidos cinco fuzis, sendo um deles calibre.50, com alto poder de fogo, duas pistolas nove milímetros, farta munição, 20 quilos de explosivos, uma chapa de aço que seria colocada em um dos carros participantes da ação e vasta documentação falsa. De acordo com a PM, as apreensões e prisões significam a desarticulação total da quadrilha. “Vale ressaltar o potencial bélico dessas quadrilhas. Foram mil cartuchos de fuzil, além de 50 cartuchos de .50, que tem uma capacidade de atuar de forma antiaérea. Armamento utilizado em guerras. Além da placa de aço capaz de suportar disparos de fuzil, preparadas em adaptação em caminhonete. Nela, existem furos para até colocar os canos dos fuzis para fora e atentar contra a vida de policiais”, concluiu Flávio Santiago.
Foi apurado pela PM que a quadrilha tem amplo histórico de ataques, desde maio, em diferentes estados do país. O então líder do bando, Carlos Jardiel de Barros Dantas, foi morto em um confronto com a Polícia Militar de Goiás quando o grupo se preparava para atacar um carro-forte em Aragarças (GO).
Dali em diante, a chefia da quadrilha foi assumida pelo irmão de Jardiel, Jean Carlos de Barros Dantas. Sob o comando de Jean, o grupo se envolveu em um roubo a um carro-forte em Unaí, no Noroeste de Minas, quando foram presos três membros da quadrilha e apreendidos oito fuzis, além da ação na BR-251, nas imediações de Grão Mogol (Norte de Minas).
O grupo também é responsável por mortes de policiais. “É importante frisar a capacidade dos indivíduos e mais do que isso, a ousadia. Tivemos dois policiais mortos em Goiás e dois na Bahia, inclusive esses últimos torturados pelo bando”, disse Santiago.
A violência dos ataques a bancos em Minas Gerais vem tirando o sono da população. Somente de janeiro a novembro, foram 149 ocorrências do tipo em Minas Gerais, o que dá uma média de pelo menos um município atacado a cada dois dias. Para tentar diminuir este tipo de crime, uma força-tarefa foi montada com a participação de diferentes forças de segurança. Somente em uma semana, cinco quadrilhas foram desmanteladas, de acordo com a Polícia Militar, incluindo a organização criminosa no Norte do estado.
“Cruzamento de informações da inteligência federal e estadual proporciou que a PM conseguisse a retirada de circulação dessas quadrilhas. Conseguimos encontrar criminosos em Itabirito, Santa Juliana e São João del Rey. Foram 15 presos, entre eles pessoas ligadas a facções de São Paulo e outros de Pernambuco”, disse o major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da PM.
Na quinta-feira, policiais militares de Santa Juliana, no Triângulo Mineiro, a 450 quilômetros da capital, interceptaram uma quadrilha que planejava explodir caixas eletrônicos na cidade. Seis homens foram presos e apreendidos explosivos e armas de fogo. Acredita-se que o grupo possa estar envolvido em outros ataques na região e também em municípios do Alto Paranaíba.
Outra ação foi em São João del-Rey, no Campo das Vertentes. Policiais do 38º Batalhão da PM receberam informações de que uma quadrilha de São Paulo planejava um roubo no Bairro Bonfim. Foi enviado reforço para região de várias unidades, como o Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Belo Horizonte, além de equipes do Tático Móvel de Barbacena. Na quinta-feira, militares que monitoravam o local apontado como alvo do crime desconfiaram da movimentação de dois homens e fizeram um cerco, mas os suspeitos tentaram fugir. Eles ainda entraram em luta corporal com os militares, mas foram dominados e presos. No carro em que estavam, a polícia encontrou uma porção de maconha.
Como a PM tinha a informação da participação de seis pessoas no crime, os militares acabaram conseguindo, a partir da prisão dos dois primeiros, descobrir a localização de um casal que agia como informante dos criminosos paulistas. Um homem tentou fugir, mas foi capturado e contra ele havia um mandado de prisão em aberto.
Na noite da terça-feira, policiais militares de Itabirito, na Região Central, receberam denúncia de que dois suspeitos circulavam num Toyota Corolla prata num distrito da cidade. O carro havia sido furtado em Nova Serrana, Centro-Oeste do estado. Durante a checagem, os PMs foram informados de que o veículo estava na garagem de um motel.
A operação para chegar até o bando começou de forma integrada. Serviços de inteligência de forças federais e estaduais de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Distrito Federal e Pará, trocaram informações sobre um possível ataque no Norte de Minas. Diante disso, policiais militares foram até um lava a jato, em Montes Claros, “Equipes da PM de Montes Claros e do Batalhão de Operação Especial (Bope) encontraram o cidadão de nome Naelbe no estabelecimento, com uma SW4, com documentação regular. Nos deslocamos até o apartamento onde ele mora e lá Jean Júlio, irmão dele, foi preso”, afirmou o Major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da PM.
As prisões ocorreram em bairros de classe média da cidade. Os presos são Naelbe Bezerra e Jean Júlio Bezerra. O primeiro confessou que dava apoio logístico para a quadrilha, como carregar armamentos. Inclusive, esteve presente na ação da quadrilha contra um carro-forte em Grão Mogol, no Norte de Minas, em outubro. Na ocasião, todo o dinheiro que estava no veículo foi levado. Naelbe afirmou que recebeu R$ 80 mil. Já o segundo era o olheiro do bando.
Quando estavam no apartamento, policiais interceptaram uma ligação telefônica feita para o celular de um dos dois indivíduos. O aparelho foi colocado no viva voz. As informações obtidas levaram aos outros integrantes da quadrilha. “A PM conseguiu determinar que um caminhão trazia mercadorias. Essa era a informação passada na ligação. Eram explosivos. Seis quilos aproximados de encartuchados de emulsão foram apreendidos. Foi interceptado o caminhão e preso o motorista”, completou o major.
TIROS Com a apreensão, a PM conseguiu informações da localização de outros dois membros da quadrilha. A dupla estava em uma comunidade rural de Grão Mogol. A ação ocorreu na madrugada de ontem. Quando os policiais interceptaram os dois homens, eles atiraram contra as viaturas. Houve troca de tiros. O líder do bando, Jean Carlos de Barros Dantas, o Bereberê, foi morto, assim como Aldenir Quirino de Sá, que era foragido da Justiça por roubo a banco.
Com os criminosos, foram apreendidos cinco fuzis, sendo um deles calibre.50, com alto poder de fogo, duas pistolas nove milímetros, farta munição, 20 quilos de explosivos, uma chapa de aço que seria colocada em um dos carros participantes da ação e vasta documentação falsa. De acordo com a PM, as apreensões e prisões significam a desarticulação total da quadrilha. “Vale ressaltar o potencial bélico dessas quadrilhas. Foram mil cartuchos de fuzil, além de 50 cartuchos de .50, que tem uma capacidade de atuar de forma antiaérea. Armamento utilizado em guerras. Além da placa de aço capaz de suportar disparos de fuzil, preparadas em adaptação em caminhonete. Nela, existem furos para até colocar os canos dos fuzis para fora e atentar contra a vida de policiais”, concluiu Flávio Santiago.
Troca de liderança
Foi apurado pela PM que a quadrilha tem amplo histórico de ataques, desde maio, em diferentes estados do país. O então líder do bando, Carlos Jardiel de Barros Dantas, foi morto em um confronto com a Polícia Militar de Goiás quando o grupo se preparava para atacar um carro-forte em Aragarças (GO).
Dali em diante, a chefia da quadrilha foi assumida pelo irmão de Jardiel, Jean Carlos de Barros Dantas. Sob o comando de Jean, o grupo se envolveu em um roubo a um carro-forte em Unaí, no Noroeste de Minas, quando foram presos três membros da quadrilha e apreendidos oito fuzis, além da ação na BR-251, nas imediações de Grão Mogol (Norte de Minas).
O grupo também é responsável por mortes de policiais. “É importante frisar a capacidade dos indivíduos e mais do que isso, a ousadia. Tivemos dois policiais mortos em Goiás e dois na Bahia, inclusive esses últimos torturados pelo bando”, disse Santiago.
Cerco contra alta violência
A violência dos ataques a bancos em Minas Gerais vem tirando o sono da população. Somente de janeiro a novembro, foram 149 ocorrências do tipo em Minas Gerais, o que dá uma média de pelo menos um município atacado a cada dois dias. Para tentar diminuir este tipo de crime, uma força-tarefa foi montada com a participação de diferentes forças de segurança. Somente em uma semana, cinco quadrilhas foram desmanteladas, de acordo com a Polícia Militar, incluindo a organização criminosa no Norte do estado.
“Cruzamento de informações da inteligência federal e estadual proporciou que a PM conseguisse a retirada de circulação dessas quadrilhas. Conseguimos encontrar criminosos em Itabirito, Santa Juliana e São João del Rey. Foram 15 presos, entre eles pessoas ligadas a facções de São Paulo e outros de Pernambuco”, disse o major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da PM.
Na quinta-feira, policiais militares de Santa Juliana, no Triângulo Mineiro, a 450 quilômetros da capital, interceptaram uma quadrilha que planejava explodir caixas eletrônicos na cidade. Seis homens foram presos e apreendidos explosivos e armas de fogo. Acredita-se que o grupo possa estar envolvido em outros ataques na região e também em municípios do Alto Paranaíba.
Outra ação foi em São João del-Rey, no Campo das Vertentes. Policiais do 38º Batalhão da PM receberam informações de que uma quadrilha de São Paulo planejava um roubo no Bairro Bonfim. Foi enviado reforço para região de várias unidades, como o Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Belo Horizonte, além de equipes do Tático Móvel de Barbacena. Na quinta-feira, militares que monitoravam o local apontado como alvo do crime desconfiaram da movimentação de dois homens e fizeram um cerco, mas os suspeitos tentaram fugir. Eles ainda entraram em luta corporal com os militares, mas foram dominados e presos. No carro em que estavam, a polícia encontrou uma porção de maconha.
Como a PM tinha a informação da participação de seis pessoas no crime, os militares acabaram conseguindo, a partir da prisão dos dois primeiros, descobrir a localização de um casal que agia como informante dos criminosos paulistas. Um homem tentou fugir, mas foi capturado e contra ele havia um mandado de prisão em aberto.
Na noite da terça-feira, policiais militares de Itabirito, na Região Central, receberam denúncia de que dois suspeitos circulavam num Toyota Corolla prata num distrito da cidade. O carro havia sido furtado em Nova Serrana, Centro-Oeste do estado. Durante a checagem, os PMs foram informados de que o veículo estava na garagem de um motel.