Um homem apontado pela Polícia Civil como um dos maiores estelionatários da Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi preso em Contagem.
Além de Janderson Oliveira Lacerda, de 45 anos, o filho dele, Janderson Oliveira Lacerda Júnior, de 24, também foi detido. Os dois estavam em um condomínio fechado de Capim Branco.
Com eles, segundo a polícia, foram encontrados carimbos, diversos documentos falsos, produtos médico-hospitalares, avaliados em R$ 500 mil, e grande quantidade de maconha, cocaína e crack. O pai aplicava golpes de venda de imóveis, carros clonados e produzia diversos documentos falsos, entre carteiras de identidade e de habilitação, até procuração de residências e propriedades. Os dois foram apresentados nesta segunda-feira.
Uma simples ocorrência de briga de casal é que levou a polícia a chegar nos estelionatários. Segundo as investigações, os militares foram até a residência de Janderson Júnior e encontraram diversos carimbos, uma réplica de arma de fogo e 11 buchas de maconha. Ele foi encaminhado para a delegacia em setembro deste ano.
Diante dessas constatações, a polícia começou a investigar mais a fundo a situação. “Ele estava com diversos carimbos de autoridades policiais de outros estados da federação, além de carimbos de médicos e autoridades militares. Acirramos as apurações também sobre o pai dele, que já era conhecido no meio policial por atuar na área de falsificação. Mesmo não tendo passagens pelo crime, tínhamos o conhecimento de diversas reclamações e boletins de ocorrência a esse respeito contra ele”, explicou o delegado Regional de Contagem, Christiano Xavier.
Segundo o delegado, foi identificado que Janderson pai atuava nos crimes utilizando 11 nomes diferentes, sendo que em dois deles já tinha um mandado de prisão em aberto. A comprovação foi realizada pelo Instituto de Identificação, que conseguiu comprovar que se tratava da mesma pessoa. “Diante disse, fomos até o Fórum de Paraopeba e Sete Lagoas e conseguimos retificar os mandados de prisão no nome dele. Então, passamos a fazer diligências para prendê-lo”, afirmou.
Uma força-tarefa foi montada para tentar chegar no homem. Dois endereços que poderiam ser dele foram identificados, um deles no condomínio fechado de luxo em Capim Branco. Na última quinta-feira, os policiais de Contagem e da cidade foram até a residência onde encontrou os dois alvos. “Quando chegamos, o pai conseguiu correr até uma outra casa pulando o muro. O cerco foi feito e ele acabou detido. O filho dele também estava no local e também foi detido”, completou o delegado.
De acordo com as investigações, Janderson atuava em diferentes crimes de estelionato. “Ele falsificava escrituras de imóveis. Pegava muitas vezes chaves na imobiliária e mostrava o imóvel para o interessado na compra. Depois, negociava por meio de escrituras falsificadas. Também falsificava muitos atestados médicos, e fazia todo tipo de falsificação possível. Diversas células foram apreendidas com ele, como de documentos de veículos e carteiras de habilitação”, diz Christiano Xavier. “Alguém que precisava de uma coisa errada procurava o Janderson e ele dava um jeito”, completou.
Tráfico de drogas
Na casa onde Janderson foi encontrado a polícia apreendeu 32 quilos de maconha, parte da droga estava misturada com haxixe, 61 pinos de cocaína, além de crack, e aproximadamente R$ 500 milde produtos hospitalares oriundos de cargas roubadas. A quantidade de entorpecentes impressionou a polícia. “Sabíamos que tinha envolvimento no tráfico, mas não desta demanda. As investigações e a confissão dele comprovam que era abastecedor do Aarão Reis, Taquaril e do Morro do Papagaio, em BH”, comentou o delegado.
As investigações da polícia vão continuar para tentar identificar os parceiros de Janderson no tráfico de drogas. “Temos informações que ele teria um carregamento de uma tonelada de drgoas que chegou e foi usada para abastecer os aglomerados. Já temos indícios de outras pessoas envolvidas no mundo do tráfico e vamos continuar as investigações”, afirma Xavier. Pai e filho foram presos em flagrante por tráfico de drogas, receptação.
O pai ainda tinha dois mandados em aberto em Paraopeba e Sete Lagoas. Ao serem apresentados, os dois comentaram as acusações da polícia. Janderson negou os crimes de estelionato. “São coisas antigas. Estou respondendo por este crime. Fui criminoso no estado de Minas Gerais, mas estava há cinco anos sem cometer crime”, disse. Já o filho, confessou a porte das drogas. “Medicamento estava no sítio que eu estava morando há um mês, pois tenho problema na Justiça e eu estava correndo deles. Essa droga eu troquei em uma moto velha e em um carro porque uso muito entorpecente. Briguei com meu pai e não tenho muito diálogo com ele. Os carimbos foram encontrado na casa da minha avó, na casa de um inquilino”, explicou.