Já está em poder da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) um relatório enviado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) sobre as ações executadas, em 2017, no conjunto moderno da Pampulha, reconhecido há um ano e meio como patrimônio e paisagem cultural da humanidade. Entre elas, está a demolição de uma guarita em frente da Casa do Baile, atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte, na Avenida Otacílio Negrão de Lima. Segundo o diretor de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Yuri Mello Mesquita, a retirada da estrutura faz parte das recomendações da Unesco, pois impede, a quem passa na via pública, ter visão do monumento. A PBH também conduz um plano estratégico com uma série de ações para a Pampulha.
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ESTRATÉGICO Além do relatório encaminhado à Unesco este mês, a PBH está fazendo o planejamento estratégico da Pampulha, região que abriga obras da década de 1940 projetadas por Oscar Niemeyer (Museu de Arte da Pampulha, antigo Cassino, Igreja de São Francisco de Assis, Casa do Baile e Iate Tênis Clube) ligados pelo espelho-d’água da Pampulha.
No documento, fundamental para nortear as atividades nos próximos anos, estão os programas de educação patrimonial e de pertencimento da população em relação ao patrimônio; usos da orla e intervenções nos bens, conforme as recomendações da Unesco, que declarou a Pampulha como Patrimônio e Paisagem Cultural da Humanidade em 17 de julho de 2016, durante a 40ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, em Istambul, na Turquia; e outras questões de preservação e utilização.
Entre as ações previstas no plano estratégico, estão a demolição de um anexo do Iate Tênis Clube, previsto para 2018 (ver o quadro); restauro do Museu de Arte da Pampulha (MAP), com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Igreja da Pampulha, com verba federal; demolição de um anexo do Iate Tênis clube, um dos pontos mais polêmicos da requalificação da Pampulha e pode, se não for executado, pôr em perigo o título sob chancela da Unesco; reforma da Praça Dino Barbieri, com reconstituição dos jardins projetados pelo paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994).
Yuri acrescenta que, em 2017, foram executados serviços na estátua, portal e praça dedicados a Iemanjá, também na orla da Pampulha, que é um dos principais cartões-postais da capital e recebe visitantes do Brasil inteiro e de vários países.
Ações na Pampulha
» Igreja São Francisco de Assis
Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap/PBH) conclui detalhamento técnico para fazer a licitação. Previsão de início da obra: março ou abril, com recursos federais assegurados. Templo está fechado
» Museu de Arte da Pampulha (MAP)
Reforma prevista do antigo cassino para o segundo semestre de 2018 com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
» Iate Tênis Clube
Um dos pontos mais polêmicos da requalificação da Pampulha. Os entendimentos estão “avançados” com a diretoria do clube para demolição de um anexo da construção, em 2018, conforme recomendação da Unesco
» Casa do Baile
Em andamento: demolição da guarita, que tira a visada da construção que abriga o Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte, conforme recomendação da Unesco
» Praça Dino Barbieri
O espaço ao lado da Igreja São Francisco de Assis já tem concluído um projeto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para recuperação dos jardins originais projetados pelo paisagista Burle Marx
Fonte: Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura