Mariana Depois de quase dois anos de obras, a Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção, mais conhecida como Catedral da Sé de Mariana, na Região Central, tem concluída a primeira etapa de restauração, que se refere à parte arquitetônica. Pioneira de Minas e uma das cinco primeiras catedrais do Brasil, a igreja já atrai olhares de admiração dos moradores e visitantes, com as cores originais na fachada: saiu o cinza das paredes, entrou o bege claro; e as janelas e portas ganharam um tom vinho no lugar do verde. “O resultado está belíssimo e as cores destacam mais este templo de valor extraordinário. Estamos muito contentes”, disse, ontem, o arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha.
“Falta agora a parte interna, o forro e os elementos artísticos, que necessitam de restauração. Estamos em entendimentos com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que a igreja seja reaberta a visitas, desde que com toda segurança também para os trabalhadores. Para a celebração de missas, não há definição”, explicou o arcebispo. Ele lembrou que um dos tesouros do templo, o órgão musical construído no século 18, em Hamburgo (Alemanha), por Arp Schnitger (1648-1719), está desmontado e deverá voltar à cena, quando tudo estiver pronto. Provisoriamente, funciona como catedral o Santuário de Nossa Senhora do Carmo, na Praça Minas Gerais, no Centro Histórico.
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Igreja São José abre oratório antes restrito à comunidade religiosaDom Walmor anuncia elevação de igrejas da Serra da Piedade, em Caeté, a basílicasSacrário roubado em igreja é encontrado com hóstias intactas no Lago de FurnasSobre o início de uma nova etapa de intervenções, os técnicos do Iphan adiantam que está em fase final de publicação um processo de licitação para restauro dos elementos artísticos integrados (forro, retábulos e complementares). A reabertura da Sé ao público dependerá do cronograma da segunda etapa, com previsão de ser iniciada ainda no início de 2018.
HISTÓRIA A história da catedral começa em 1704, quando o bispo do Rio de Janeiro dom Frei Francisco de São Gerônimo, com jurisdição sobre Minas, cria a paróquia – nessa época, havia no arraial apenas as capelas de Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora da Conceição. Três anos depois, ocorreu a instalação da matriz, transferida da Igreja do Rosário Velho (atual Capela de Santo Antônio) para a Capela de Nossa Senhora da Conceição, por oferecer mais espaço e estar no centro urbano que não parava de crescer.
Após a criação da Vila do Ribeirão do Carmo (nome primitivo de Mariana), em 8 de abril de 1711, a coroa portuguesa determinou que a câmara se empenhasse na construção da matriz. Em 14 de maio de 1714, os “notáveis” da Vila do Carmo se reuniram para garantir os recursos. A obra é confiada ao mestre Jacinto Barbosa Lopes, então vereador da câmara. Padre Nedson conta que, em arquivo do Legislativo, está um documento datado de 1716, convidando o mestre “a vir concluir as obras da matriz” comandadas pela Irmandade do Santíssimo Sacramento.
Entre 1716 e 1718, foram concluídas as obras da matriz, no sistema construtivo de madeira e taipa.
Avaria no telhado
Uma pequena parte da cobertura da Catedral de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, caiu na noite de quinta-feira. Mesmo não causando acidentes, o local, no Centro Histórico da cidade, foi interditado com faixas. Datado de 1854, o templo fica na área reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Segundo testemunhas, não houve queda de telhas, mas de argamassa do beiral.
Decisão popular
A volta das cores originais à fachada da Catedral da Sé de Mariana foi definida em voto popular, em abril, conforme noticiou o Estado de Minas. Na época, foram 160 prospecções pictóricas (pequenas janelas feitas nas pinturas) e os restauradores se surpreenderam ao encontrar bege-claro nas paredes e vinho nas demais partes da construção do século 18.