Mariana Depois de quase dois anos de obras, a Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção, mais conhecida como Catedral da Sé de Mariana, na Região Central, tem concluída a primeira etapa de restauração, que se refere à parte arquitetônica. Pioneira de Minas e uma das cinco primeiras catedrais do Brasil, a igreja já atrai olhares de admiração dos moradores e visitantes, com as cores originais na fachada: saiu o cinza das paredes, entrou o bege claro; e as janelas e portas ganharam um tom vinho no lugar do verde. “O resultado está belíssimo e as cores destacam mais este templo de valor extraordinário. Estamos muito contentes”, disse, ontem, o arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha.
“Falta agora a parte interna, o forro e os elementos artísticos, que necessitam de restauração. Estamos em entendimentos com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que a igreja seja reaberta a visitas, desde que com toda segurança também para os trabalhadores. Para a celebração de missas, não há definição”, explicou o arcebispo. Ele lembrou que um dos tesouros do templo, o órgão musical construído no século 18, em Hamburgo (Alemanha), por Arp Schnitger (1648-1719), está desmontado e deverá voltar à cena, quando tudo estiver pronto. Provisoriamente, funciona como catedral o Santuário de Nossa Senhora do Carmo, na Praça Minas Gerais, no Centro Histórico.
Fechada desde janeiro de 2016, a Sé corria sérios riscos estruturais, segundo informações do Iphan. Em nota, a autarquia federal informa que, na primeira fase de obras, foram realizados serviços de restauração, incluindo consolidação e reforço estrutural, com monitoramento arqueológico; drenagem de águas pluviais; e instalações hidrossanitárias. No trabalho, foram investidos cerca de R$ 2,72 milhões do programa Avançar, do governo federal, por meio do Iphan.
Sobre o início de uma nova etapa de intervenções, os técnicos do Iphan adiantam que está em fase final de publicação um processo de licitação para restauro dos elementos artísticos integrados (forro, retábulos e complementares). A reabertura da Sé ao público dependerá do cronograma da segunda etapa, com previsão de ser iniciada ainda no início de 2018.
HISTÓRIA A história da catedral começa em 1704, quando o bispo do Rio de Janeiro dom Frei Francisco de São Gerônimo, com jurisdição sobre Minas, cria a paróquia – nessa época, havia no arraial apenas as capelas de Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora da Conceição. Três anos depois, ocorreu a instalação da matriz, transferida da Igreja do Rosário Velho (atual Capela de Santo Antônio) para a Capela de Nossa Senhora da Conceição, por oferecer mais espaço e estar no centro urbano que não parava de crescer.
Após a criação da Vila do Ribeirão do Carmo (nome primitivo de Mariana), em 8 de abril de 1711, a coroa portuguesa determinou que a câmara se empenhasse na construção da matriz. Em 14 de maio de 1714, os “notáveis” da Vila do Carmo se reuniram para garantir os recursos. A obra é confiada ao mestre Jacinto Barbosa Lopes, então vereador da câmara. Padre Nedson conta que, em arquivo do Legislativo, está um documento datado de 1716, convidando o mestre “a vir concluir as obras da matriz” comandadas pela Irmandade do Santíssimo Sacramento.
Entre 1716 e 1718, foram concluídas as obras da matriz, no sistema construtivo de madeira e taipa. Em 1734, a igreja foi alvo de uma intervenção radical: a reedificação arrematada pelo pedreiro Antônio Coelho da Fonseca, sendo, nesse período, incluída no projeto a divisão em três naves e concluídas a fachada e as torres. Doze anos depois (1745), o rei de Portugal, dom João V, elevou a vila do Ribeirão do Carmo à categoria de cidade, dando-lhe o nome de Mariana. Em 6 de dezembro daquele ano, pela bula Candor Lucis Aeternae (Resplendor da luz eterna) do papa Bento XIV, é criada a diocese de Mariana, a primeira do interior do país e primaz de Minas. Os retratos antigos ajudam a contar a história, com o registro, do início do século passado, quando ainda havia a Capela do Senhor dos Passos.
Uma pequena parte da cobertura da Catedral de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, caiu na noite de quinta-feira. Mesmo não causando acidentes, o local, no Centro Histórico da cidade, foi interditado com faixas. Datado de 1854, o templo fica na área reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Segundo testemunhas, não houve queda de telhas, mas de argamassa do beiral.
A volta das cores originais à fachada da Catedral da Sé de Mariana foi definida em voto popular, em abril, conforme noticiou o Estado de Minas. Na época, foram 160 prospecções pictóricas (pequenas janelas feitas nas pinturas) e os restauradores se surpreenderam ao encontrar bege-claro nas paredes e vinho nas demais partes da construção do século 18. Diante da descoberta, foi convocada uma audiência pública para a comunidade decidir que rumo seguir. O bege claro e o vinho estavam sob quatro camadas de tinta e, ao longo do tempo, houve repinturas e remoções. Uma semana antes da audiência, foi feita uma reunião técnica, com análise das prospecções, participando especialistas em restauro: representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), prefeitura local, Arquidiocese de Mariana, Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Mariana e sociedade civil.
“Falta agora a parte interna, o forro e os elementos artísticos, que necessitam de restauração. Estamos em entendimentos com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que a igreja seja reaberta a visitas, desde que com toda segurança também para os trabalhadores. Para a celebração de missas, não há definição”, explicou o arcebispo. Ele lembrou que um dos tesouros do templo, o órgão musical construído no século 18, em Hamburgo (Alemanha), por Arp Schnitger (1648-1719), está desmontado e deverá voltar à cena, quando tudo estiver pronto. Provisoriamente, funciona como catedral o Santuário de Nossa Senhora do Carmo, na Praça Minas Gerais, no Centro Histórico.
Fechada desde janeiro de 2016, a Sé corria sérios riscos estruturais, segundo informações do Iphan. Em nota, a autarquia federal informa que, na primeira fase de obras, foram realizados serviços de restauração, incluindo consolidação e reforço estrutural, com monitoramento arqueológico; drenagem de águas pluviais; e instalações hidrossanitárias. No trabalho, foram investidos cerca de R$ 2,72 milhões do programa Avançar, do governo federal, por meio do Iphan.
Sobre o início de uma nova etapa de intervenções, os técnicos do Iphan adiantam que está em fase final de publicação um processo de licitação para restauro dos elementos artísticos integrados (forro, retábulos e complementares). A reabertura da Sé ao público dependerá do cronograma da segunda etapa, com previsão de ser iniciada ainda no início de 2018.
HISTÓRIA A história da catedral começa em 1704, quando o bispo do Rio de Janeiro dom Frei Francisco de São Gerônimo, com jurisdição sobre Minas, cria a paróquia – nessa época, havia no arraial apenas as capelas de Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora da Conceição. Três anos depois, ocorreu a instalação da matriz, transferida da Igreja do Rosário Velho (atual Capela de Santo Antônio) para a Capela de Nossa Senhora da Conceição, por oferecer mais espaço e estar no centro urbano que não parava de crescer.
Após a criação da Vila do Ribeirão do Carmo (nome primitivo de Mariana), em 8 de abril de 1711, a coroa portuguesa determinou que a câmara se empenhasse na construção da matriz. Em 14 de maio de 1714, os “notáveis” da Vila do Carmo se reuniram para garantir os recursos. A obra é confiada ao mestre Jacinto Barbosa Lopes, então vereador da câmara. Padre Nedson conta que, em arquivo do Legislativo, está um documento datado de 1716, convidando o mestre “a vir concluir as obras da matriz” comandadas pela Irmandade do Santíssimo Sacramento.
Entre 1716 e 1718, foram concluídas as obras da matriz, no sistema construtivo de madeira e taipa. Em 1734, a igreja foi alvo de uma intervenção radical: a reedificação arrematada pelo pedreiro Antônio Coelho da Fonseca, sendo, nesse período, incluída no projeto a divisão em três naves e concluídas a fachada e as torres. Doze anos depois (1745), o rei de Portugal, dom João V, elevou a vila do Ribeirão do Carmo à categoria de cidade, dando-lhe o nome de Mariana. Em 6 de dezembro daquele ano, pela bula Candor Lucis Aeternae (Resplendor da luz eterna) do papa Bento XIV, é criada a diocese de Mariana, a primeira do interior do país e primaz de Minas. Os retratos antigos ajudam a contar a história, com o registro, do início do século passado, quando ainda havia a Capela do Senhor dos Passos.
Avaria no telhado
Uma pequena parte da cobertura da Catedral de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, caiu na noite de quinta-feira. Mesmo não causando acidentes, o local, no Centro Histórico da cidade, foi interditado com faixas. Datado de 1854, o templo fica na área reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Segundo testemunhas, não houve queda de telhas, mas de argamassa do beiral.
Decisão popular
A volta das cores originais à fachada da Catedral da Sé de Mariana foi definida em voto popular, em abril, conforme noticiou o Estado de Minas. Na época, foram 160 prospecções pictóricas (pequenas janelas feitas nas pinturas) e os restauradores se surpreenderam ao encontrar bege-claro nas paredes e vinho nas demais partes da construção do século 18. Diante da descoberta, foi convocada uma audiência pública para a comunidade decidir que rumo seguir. O bege claro e o vinho estavam sob quatro camadas de tinta e, ao longo do tempo, houve repinturas e remoções. Uma semana antes da audiência, foi feita uma reunião técnica, com análise das prospecções, participando especialistas em restauro: representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), prefeitura local, Arquidiocese de Mariana, Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Mariana e sociedade civil.