Todos os dias, moradores de cidades do interior de Minas Gerais enfrentam longas jornadas nas estradas para fazer exames, tratamentos médicos e outros procedimentos de média e alta complexidade nas unidades de saúde de Belo Horizonte. Dados de internações, por exemplo, mostram que 44% são pessoas de fora de município. A rotina das viagens, porém, está sendo de medo e angústia por causa da violência no trânsito. Somente em novembro, 15 mortes foram registradas em acidentes envolvendo veículos de saúde que seguiam ou voltavam da capital mineira. Em dezembro, os riscos persistiram. No dia 18, uma van da Prefeitura de Buritis, Noroeste do estado, bateu em um ônibus na BR-040, e 12 pessoas ficaram feridas. O acidente de dezembro ocorreu por volta das 6h30. A van seguia em direção a Patos de Minas, no Alto Paranaíba, onde os pacientes receberiam atendimento. Quando estava próximo ao km 50, em Paracatu, colidiu na traseira do ônibus que transportava funcionários de uma usina de álcool. Com o impacto, 12 pessoas se feriram. O motorista e outros dois ocupantes da van, que ficaram presos às ferragens, foram encaminhados em estado grave para o Hospital Municipal de Paracatu.
Em um dos graves acidentes registrados em novembro, no dia 28, um Dobló que prestava serviço para a Prefeitura de Tocantins, na Região da Zona da Mata, seguia na BR-040 com pacientes que haviam acabado de fazer tratamento médico em BH, quando uma carreta invadiu a contramão e bateu de frente com o veículo. Um ônibus também foi atingido. Quatro pessoas morreram, entre elas três da mesma família. As vítimas foram identificadas como Maria Aparecida Oliveira Souza, de 51 anos, o neto dela J.S.O, de 11, e a mãe do garoto, Silvana da Silva Oliveira, de 29, além de Maria Aparecida da Costa Nascimento, cuja idade não foi informada.
Para o prefeito de Tocantins, Ieder Washington de Oliveira, conhecido como Nem, os acidentes nas viagens são um desafio difícil de superar. “Todos os dias estamos sujeitos a isso. Cidades do interior têm veículos da área de saúde e a exposição ao risco é muito grande. O que buscamos fazer é dar o mínimo de segurança necessária. O veículo mais novo da frota foi o que sofreu o acidente”, afirmou. Pacientes da cidade percorrem 290 quilômetros até chegar a Belo Horizonte para receber tratamento.
O desastre com o carro da Prefeitura de Tocantins não foi o único. Oito dias antes, moradores de Virginópolis que voltavam da capital mineira depois de passarem por tratamentos sofreram um acidente na MG-129, em São Gonçalo do Rio Abaixo, Região Central de Minas. Elas estavam em uma van que foi atingida por uma carreta ao desviar de gado solto na pista. O coletivo caiu em uma ribanceira e três pessoas morreram na hora.
Em 1º de novembro, um carro da Prefeitura de Central de Minas rodou na BR-381, entre Timóteo e Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, e foi atingido por um caminhão. Cinco pessoas morreram. O veículo levava uma idosa para fazer tratamento na capital mineira. Também foi registrado acidente envolvendo pacientes na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, com três mortos.
Essas longas viagens ocorrem por causa da falta de serviços de atendimento à saúde alta e média complexidade em cidades do interior de Minas Gerais. Quando um município não tem um determinado serviço disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), ele pode pactuar com outras cidades para realizar o atendimento dos usuários. Belo Horizonte é referência para todos os 853 municípios mineiros para a alta complexidade. Já na média complexidade, é referência para outras 700 cidades. A média de internações por mês na capital é de 20 mil, sendo que 44% são de pacientes do interior.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica de Minas Gerais, o médico Oswaldo Furtini, as longas viagens de pacientes estão longe de serem resolvidas. “Não vejo possibilidade de resolver essa questão de diminuir a vinda a Belo Horizonte. A capital é muito boa em diagnósticos e tratamentos”, disse.
Uma das soluções propostas pelo presidente é o investimento em cidades das macrorregiões do estado. “É preciso fornecer para grandes centros a possibilidade cada vez maior de fazer diagnósticos e tratamentos necessários, como estudo de imagens, laboratório, hemodiálise. Deve-se escolher polos e fazer com que eles sejam bem aparelhados. Isso é uma coisa viável de se fazer”, completou.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) afirmou que tem envidado esforços e incentivado financeiramente os municípios na constituição de redes de atenção em média e alta complexidade nas regiões ampliadas de saúde. O objetivo é evitar os longos deslocamentos até a capital mineira.
Em um dos graves acidentes registrados em novembro, no dia 28, um Dobló que prestava serviço para a Prefeitura de Tocantins, na Região da Zona da Mata, seguia na BR-040 com pacientes que haviam acabado de fazer tratamento médico em BH, quando uma carreta invadiu a contramão e bateu de frente com o veículo. Um ônibus também foi atingido. Quatro pessoas morreram, entre elas três da mesma família. As vítimas foram identificadas como Maria Aparecida Oliveira Souza, de 51 anos, o neto dela J.S.O, de 11, e a mãe do garoto, Silvana da Silva Oliveira, de 29, além de Maria Aparecida da Costa Nascimento, cuja idade não foi informada.
Para o prefeito de Tocantins, Ieder Washington de Oliveira, conhecido como Nem, os acidentes nas viagens são um desafio difícil de superar. “Todos os dias estamos sujeitos a isso. Cidades do interior têm veículos da área de saúde e a exposição ao risco é muito grande. O que buscamos fazer é dar o mínimo de segurança necessária. O veículo mais novo da frota foi o que sofreu o acidente”, afirmou. Pacientes da cidade percorrem 290 quilômetros até chegar a Belo Horizonte para receber tratamento.
O desastre com o carro da Prefeitura de Tocantins não foi o único. Oito dias antes, moradores de Virginópolis que voltavam da capital mineira depois de passarem por tratamentos sofreram um acidente na MG-129, em São Gonçalo do Rio Abaixo, Região Central de Minas. Elas estavam em uma van que foi atingida por uma carreta ao desviar de gado solto na pista. O coletivo caiu em uma ribanceira e três pessoas morreram na hora.
Em 1º de novembro, um carro da Prefeitura de Central de Minas rodou na BR-381, entre Timóteo e Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, e foi atingido por um caminhão. Cinco pessoas morreram. O veículo levava uma idosa para fazer tratamento na capital mineira. Também foi registrado acidente envolvendo pacientes na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, com três mortos.
Essas longas viagens ocorrem por causa da falta de serviços de atendimento à saúde alta e média complexidade em cidades do interior de Minas Gerais. Quando um município não tem um determinado serviço disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), ele pode pactuar com outras cidades para realizar o atendimento dos usuários. Belo Horizonte é referência para todos os 853 municípios mineiros para a alta complexidade. Já na média complexidade, é referência para outras 700 cidades. A média de internações por mês na capital é de 20 mil, sendo que 44% são de pacientes do interior.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica de Minas Gerais, o médico Oswaldo Furtini, as longas viagens de pacientes estão longe de serem resolvidas. “Não vejo possibilidade de resolver essa questão de diminuir a vinda a Belo Horizonte. A capital é muito boa em diagnósticos e tratamentos”, disse.
Uma das soluções propostas pelo presidente é o investimento em cidades das macrorregiões do estado. “É preciso fornecer para grandes centros a possibilidade cada vez maior de fazer diagnósticos e tratamentos necessários, como estudo de imagens, laboratório, hemodiálise. Deve-se escolher polos e fazer com que eles sejam bem aparelhados. Isso é uma coisa viável de se fazer”, completou.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) afirmou que tem envidado esforços e incentivado financeiramente os municípios na constituição de redes de atenção em média e alta complexidade nas regiões ampliadas de saúde. O objetivo é evitar os longos deslocamentos até a capital mineira.
Desastre de Rubelita
As tragédias com pacientes que enfrentam longas viagens para tratamentos médicos são um desafio antigo em Minas Gerais. Em novembro de 2013, um micro-ônibus que saiu de Rubelita, Norte do estado, levando, além do motorista, 25 pessoas para tratamento médico em Montes Claros, batem em uma carreta desgovernada na BR-251, em Padre Carvalho, na mesma região. Com o impacto, 14 pessoas morreram. Outros 12 ocupantes do coletivo e o motorista do veículo de carga ficaram feridos.