As empresas de ônibus de Belo Horizonte têm sua segunda derrota em menos de uma semana. Após um pedido de liminar reivindicando o reajuste de passagem ter sido negado pelo juiz Marco Aurélio Abrantes Rodrigues no dia 22, nesta terça-feira foi a vez de o desembargador Wander Marotta, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) rejeitar um agravo de instrumento sobre o mesmo tema impetrado por consórcios que atuam no transporte coletivo em BH. O caso foi levado à Justiça pelas concessionárias do serviço depois de ela terem pedido reajuste 10,5% nas tarifas e o Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), afirmar que não haveria aumento enquanto uma auditoria nos custos não fosse feita.
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Kalil diz que ônibus não terá reajusteJustiça nega pedido das empresas para reajustar preço das tarifas de ônibus em BH Ônibus de BH circulam no horário de férias a partir de hojeInscrições para meio passe estudantil serão abertas na semana que vemPrefeitura de BH lança novo edital para auditoria das empresas de ônibusContagem e Betim negam aumento do preço das passagens de ônibusPassagens de ônibus intermunicipais ficam mais caras a partir do dia 1ºDois homens tentam incendiar um ônibus no BarreiroDe acordo com a decisão do desembargador ao negar a liminar solicitada pelas concessionárias, o pedido foi indeferido "por não haver prova de que esse indeferimento ocasionará prejuízo irreversível para os impetrantes". Marotta pondera ainda que "é sempre prudente, nesta etapa, aguardar-se a apresentação de informações que tragam as razões do impetrado (BHTrans), que merecem ser conhecidas". O mérito da questão ainda não foi julgado.
Na semana passada, o juiz de primeira instância entendeu que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) poderia realizar uma auditoria até o dia 25 – sendo essa uma condição considerada pelas concessionárias como "essencial" para que o reajuste fosse feito. Na decisão, o magistrado afirmou que Kalil ainda não havia sido definitivo quando se posicionou e, por isso, a medida (aumento concedido judicialmente) não era "pertinente". De acordo com o contrato que regula os aumentos das passagens, a decisão sobre os reajustes deveria ser publicada no Diário Oficial do Município (DOM) no dia 26, para que passasse a valer no dia 29.
PROMESSA Entre as promessas de Kalil quando disputava o cargo para o Executivo municipal estava a de "abrir a caixa-preta" do transporte público de Belo Horizonte. Na última semana, o prefeito anunciou que o reajuste da passagem da cidade seria "zero", e que uma auditoria ainda não havia sido feita por impedimento pela Justiça. "Vamos colocar outro edital na rua, e como eu disse, sem auditoria, o reajuste da tarifa é zero. O prefeito não vai fazer decreto de reajuste nenhum. O pronunciamento é curto, rápido e sem delongas: não tem reajuste (nas tarifas) de ônibus enquanto não se abrir a caixa-preta da BHTtrans", anunciou.
A Empresa de Transporte de Belo Horizonte (BHTrans) disse que, como o mandado foi indeferido, não há sobre o que se posicionar. Já a PBH, por meio da Procuradoria Geral do Município, informou que ainda não foi notificada oficialmente sobre a decisão da Justiça. O prazo para o procurador-geral do município ser notificado, de acordo com a decisão do desembargador, é de 10 dias. O SetraBH, sindicato que representa as concessionárias, foi procurado mas ainda não se posicionou sobre o caso.
*Estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia