“É só buraco, é só buraco. E vai aí, Afonso, desvia pra lá, desvia pra cá. Olha a buracada, minha gente.” O relato é do empresário José Célio Dorneles, de 51 anos, que registrou a dificuldade de trafegar na BR-352, entre Pitangui e Martinho Campos, Centro-Oeste de Minas Gerais.
Dorneles contou à reportagem do em.com.br que a situação na rodovia se agrava entre os meses de novembro e janeiro, durante os períodos de chuva. “Todo final de ano é assim, porque é só começar a chover e os buracos abrem. Outra coisa é que o tráfego de caminhões aqui é pesado e os caminhoneiros não têm educação, eles passam de qualquer jeito e vai apertando a gente,” explica.
A precariedade da BR, como mostram as imagens, dificulta também o processo de obras para melhorias aos motoristas. “Agora, do jeito que a situação está, nem tapa-buraco resolve,” lamenta José Célio.
Morador de Belo Horizonte, José Célio viaja constantemente às duas cidades para realização de serviços de serralheria. Para desviar dos buracos, segundo ele, às vezes é preciso aumentar a viagem em até 80km, com desvios realizados pelas BRs 040 e 262.
DNIT garante obras
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pela administração da BR-352, informou, nesta manhã de sexta-feira, que uma empresa licitada há duas semanas já iniciou os preparativos na rodovia para as obras.
Segundo o órgão, as instalações dos canteiros de obras estão em andamento. A rodovia deverá passar por operação tapa-buraco, manutenção nas redes de drenagens da estrada, capina e recapeamento de pontos mais críticos da estrada.
Ainda conforme o DNIT, a obra tem prazo de dois anos para conclusão e o custo aproximado é de cerca de R$5 milhões. Sobre as reclamações de falta de iluminação, o órgão disse que a instalação de pontos de iluminação é de responsabilidade das prefeituras.
Motorista questiona o prazo
Para José Célio Dorneles, o prazo de dois anos é exagerado para as obras. “Uma operação tapa-buraco tinha que ser feita entre 30 e 60 dias, não é pra demorar esse tempo todo. Se quiser fazer, faz. Se fosse uma obra de duplicação explicaria todo esse tempo de dois anos. É mais uma obra que vai só arrancar o nosso dinheiro,” lamentou.
Período chuvoso castiga estradas mineiras
Levantamento feito pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagens de Minas Gerais (DEER/MG) mostra que 24 estradas de concessão estadual estão com paralisações parciais por causa de incidentes como buracos e deslizamentos de terra que foram causados durante a chuva que caiu com mais intensidade sobre Minas entre a última quinzena de novembro e as primeiras semanas de dezembro.
Dentre as 24 estradas com algum tipo de restrição de tráfego, quatro foram interditadas pelo departamento: MG-329, entre Ponte Nova e Rio Casca, devido ao rompimento de um bueiro e á queda de um viaduto; LMG-840, entre Padre Fialho e Pedra Bonita, por problemas estruturais na ponte sobre o Rio Matipó; MG-448, próximo à entrada de Barbacena por causa de problemas na estrutura da ponte sobre o Rio Tiguá; CMG-154, entre Ituiutaba e Cruzelândia, onde o tráfego esta impedido para veículos pesados com peso acima de 4 toneladas.
*Sob supervisão do editor Benny Cohen