Em um dos casos que mais chamaram a atenção nas redes sociais nos últimos dias, o solicitante D. J., de 43 anos, se deparou com uma mensagem inusitada do motorista, que dizia estar “fumando um baseado”, e que havia iniciado a corrida sem querer, mas que iria buscá-lo. As capturas da tela do celular, enviadas ao EM, mostram os questionamentos do cliente. O golpista respondeu usando frases como: “Quer fumar comigo?”.
O usuário conta que, ao fazer o boletim de ocorrência, percebeu que a placa mostrada no aplicativo não condizia com o verdadeiro veículo, de acordo com levantamento feito pela polícia. “O motorista ficava rindo da minha cara e rodando pela cidade. Foi da Raja Gabaglia até o Bairro Funcionários, depois para a Pampulha, até que foi parar no Anel Rodoviário”, relatou o solicitante, que também orienta outras vítimas a registrar queixa. A corrida total foi de R$ 88,11 e o valor foi estornado 11 dias depois.
A funcionária pública aposentada Cida Martins, de 62, também relatou que sua filha, de 32, foi uma das vítimas do golpe. “Na última quarta-feira, ela solicitou o 99Pop e o motorista iniciou a corrida sem aparecer no local. O valor foi cobrado como se a viagem tivesse sido feita normalmente”, contou. Segundo ela, a empresa foi procurada e respondeu que vai ressarci-la.
REEMBOLSO
Apesar de a 99Pop prometer ressarcir as vítimas em quatro dias úteis, os usuários reclamam da falta de assistência da empresa, da demora e da forma de restituição. O reembolso da estudante Ana Clara Araújo Gouveia, de 23, entrevistada pelo Estado de Minas, por exemplo, caiu apenas ontem – 26 dias após o golpe.
Em nota, a 99Pop se posicionou sobre as cobranças irregulares e sobre o reembolso aos usuários que sofreram prejuízos. “A 99Pop identificou ocorrências de cobrança irregular por parte de alguns motoristas usuários do aplicativo e estes já estão impedidos de realizar novas corridas na plataforma. Sobre o pagamento, esclarecemos que o procedimento padrão de reembolso é feito de forma total”, informou a empresa, que solicita aos usuários prejudicados que entrem em contato com seu serviço de atendimento.
(Com Lucas Soares, estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia)