Ontem começou a programação para lançamento no lago das quatro balsas que carregam duas toneladas de fogos. Três das embarcações ficarão posicionadas entre o vertedouro da represa e o Iate Tênis Clube, enquanto a outra ficará ancorada próximo à igrejinha de São Francisco de Assis. A festa está programada para começar a receber os visitantes por volta das 20h, com esquemas próprios de trânsito, bloqueios estratégicos e áreas de estacionamento para garantir a fluidez do tráfego e a comodidade dos pedestres.
O show receberá todos os tipos de fogos para balsas, com brilhos e cores variadas. Serão estourados cakes, candeias e morteiros de até oito polegadas. Os efeitos foram escolhidos especialmente para o evento, somando 20 toneladas de equipamentos e artefatos, tudo preparado por profissionais com experiência no setor e dentro de rigorosos padrões de segurança.
Segundo o responsável pelo espetáculo de fogos dos últimos três anos, Wellinton Oliveira, os espectadores desfrutarão de mais de 300 efeitos durante os 12 minutos de queima. “Programamos efeitos sincronizados por computador, que trarão uma experiência muito intensa e surpreendente para quem estiver na região, sobretudo quem vier à orla”, disse.
ALIMENTAÇÃO Belo-horizontinos e turistas que participarem do evento também terão à disposição diversos pontos para lanche, podendo escolher entre variadas opções de cardápio. Cerca de 100 fornecedores foram cadastrados para o dia do evento e tiveram treinamento com representantes de órgãos de segurança, além passar por fiscalização da Vigilância Sanitária. A festa também contará com apoio da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal.
A TV Alterosa providenciou o isolamento dos imóveis e estruturas integrantes do patrimônio histórico da Pampulha, como o Museu de Artes, a Casa do Baile e a igrejinha. Todos os anos é feito um inventário fotográfico das condições desses pontos antes do evento, para que possa ser providenciado o reparo de tudo o que eventualmente for danificado.
SUPORTE
Serão 300 banheiros químicos espalhados entre os pontos de visualização do espetáculo pirotécnico na Pampulha. Visitantes terão ainda à disposição dois postos médicos e seis UTIs móveis para atendimento, localizados no vertedouro, na Praça de Iemanjá e na praça da Igreja São Francisco de Assis. A segurança é promovida por operação conjunta envolvendo as polícias Militar e Civil, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, Regional Pampulha, Superintendência de Limpeza Urbana e BHTrans.
Obediência às regras e muito cuidado para que a festa não vire preocupação. Esses são os princípios básicos para que os tradicionais fogos de artifício tragam apenas diversão para as famílias na virada do ano. Em tempos em que muitas pessoas sem experiência manuseiam foguetes, o Corpo de Bombeiros acende o sinal de alerta para evitar acidentes. “O foguete em si não é um problema e não oferece qualquer risco ou grande perigo. O risco é a inobservância das regras”, afirma o tenente Pedro Aihara, chefe da Sala de Imprensa da corporação.
Segundo ele, seguindo as orientações do manual do fabricante, dificilmente há possibilidade de problemas. A primeira providência é comprar o artefato explosivo em local autorizado, que garanta a procedência do material.
Outra providência indispensável é verificar as condições do lugar onde se vai disparar o artefato. Nas proximidades de locais como escolas ou hospitais a prática é proibida. “Isso deve ser feito em lugar aberto, onde não haja pessoas, crianças idosos e animais por perto”, diz. Observar a trajetória que será percorrida pelo foguete é também fundamental, para verificar se ele não seguirá em direção à fiação elétrica, árvore ou estrutura de edificações.
Mais uma dica preciosa é sempre soltar foguete com a base no chão. “Depois de calçar a base com tijolos, assim que o pavio começar a ser consumido a pessoa deve se afastar para uma distância de ao menos cinco metros”, ensina o bombeiro. Caso o artefato não exploda, jamais se deve tentar reacendê-lo, para evitar uma explosão inesperada durante a segunda tentativa. A indicação é aguardar 30 minutos e só depois disso, guardá-lo na caixa para levar à loja onde foi comprado.
ÁLCOOL E RISCO Muitos acidentes que envolvem fogos de artifício, explica o tenente Aihara, estão relacionados à combinação desses artefatos com bebidas alcoólicas. As lesões mais recorrentes são queimaduras ou amputação de membros.
Para evitar problemas, em lojas como a Casa do Fogueteiro, na Avenida Bias Fortes, Centro de Belo Horizonte, orientação é palavra de ordem, especialmente em épocas como dezembro, quando o movimento cresce, com ápice na semana entre o Natal e o réveillon.
De acordo com a sócia-proprietária do estabelecimento, Vânia Soares, este ano muitos clientes têm optado pelos kits montados. Basta pôr no chão, cercar a base e acender o pavio para que os foguetes sejam disparados em sequência. São cinco minutos de duração do foguetório. “Todo produto tem orientação na caixa e, por mais que a pessoa esteja com pressa, também damos informações. A prioridade é a segurança”, diz Vânia.
Os vendedores são orientados também a questionar em que tipo de ambiente o artefato será usado. “Não adianta a pessoa querer algo se não tem lugar adequado. A gente não vende. Para locais fechados, por exemplo, temos os produtos próprios, os chamados indoor. A pessoa que compra tem de ter consciência de que esse produto requer cuidados e eles devem ser seguidos.”
Nesta semana, o empresário Amaro Camilo, de 44 anos, saiu da loja com várias caixas de foguetes e um kit para a festa que a família fará em um sítio.