Jornal Estado de Minas

Réveillon 2018 em BH terá 12 minutos de queima de fogos; fique por dentro da festa

Movimento é grande em lojas especializadas no comércio de fogos - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PressEm toda a extensão dos 18 quilômetros da orla da Lagoa da Pampulha e de diversos pontos da região turística será possível apreciar o espetáculo de queima de fogos preparado para o 28º Réveillon da TV Alterosa, que vai brindar a chegada de 2018. A maior festa de virada de ano da capital mineira promete receber milhares de pessoas e encantar os visitantes com um show de luzes, com direito a reflexo no espelho d’água do lago que é um dos símbolos de Belo Horizonte, parte do complexo eleito Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. No ano passado, festejaram a passagem de ano na Pampulha cerca de 150 mil pessoas, com segurança e infraestrutura.


Ontem começou a programação para lançamento no lago das quatro balsas que carregam duas toneladas de fogos. Três das embarcações ficarão posicionadas entre o vertedouro da represa e o Iate Tênis Clube, enquanto a outra ficará ancorada próximo à igrejinha de São Francisco de Assis. A festa está programada para começar a receber os visitantes por volta das 20h, com esquemas próprios de trânsito, bloqueios estratégicos e áreas de estacionamento para garantir a fluidez do tráfego e a comodidade dos pedestres.


O show receberá todos os tipos de fogos para balsas, com brilhos e cores variadas. Serão estourados cakes, candeias e morteiros de até oito polegadas. Os efeitos foram escolhidos especialmente para o evento, somando 20 toneladas de equipamentos e artefatos, tudo preparado por profissionais com experiência no setor e dentro de rigorosos padrões de segurança.

Segundo o responsável pelo espetáculo de fogos dos últimos três anos, Wellinton Oliveira, os espectadores desfrutarão de mais de 300 efeitos durante os 12 minutos de queima. “Programamos efeitos sincronizados por computador, que trarão uma experiência muito intensa e surpreendente para quem estiver na região, sobretudo quem vier à orla”, disse.

O vendedor de bebidas Aroldo Muniz, de 57 anos, disse que espera bom movimento, com base no sucesso que conseguiu nos últimos eventos. “As pessoas vêm muito animadas e querem brindar o tempo inteiro. O clima é especial também para nós, que vamos trabalhar. A gente começa o ano satisfeito por trazer o sustento mais uma vez para casa”, disse.

ALIMENTAÇÃO Belo-horizontinos e turistas que participarem do evento também terão à disposição diversos pontos para lanche, podendo escolher entre variadas opções de cardápio. Cerca de 100 fornecedores foram cadastrados para o dia do evento e tiveram treinamento com representantes de órgãos de segurança, além passar por fiscalização da Vigilância Sanitária. A festa também contará com apoio da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal.

A TV Alterosa providenciou o isolamento dos imóveis e estruturas integrantes do patrimônio histórico da Pampulha, como o Museu de Artes, a Casa do Baile e a igrejinha. Todos os anos é feito um inventário fotográfico das condições desses pontos antes do evento, para que possa ser providenciado o reparo de tudo o que eventualmente for danificado.
Uma equipe da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) fará a limpeza do local antes e depois da festa.

 

SUPORTE

Serão 300 banheiros químicos espalhados entre os pontos de visualização do espetáculo pirotécnico na Pampulha. Visitantes terão ainda à disposição dois postos médicos e seis UTIs móveis para atendimento, localizados no vertedouro, na Praça de Iemanjá e na praça da Igreja São Francisco de Assis. A segurança é promovida por operação conjunta envolvendo as polícias Militar e Civil, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, Regional Pampulha, Superintendência de Limpeza Urbana e BHTrans.

- Foto: Precaução para garantir a festa

Obediência às regras e muito cuidado para que a festa não vire preocupação. Esses são os princípios básicos para que os tradicionais fogos de artifício tragam apenas diversão para as famílias na virada do ano. Em tempos em que muitas pessoas sem experiência manuseiam foguetes, o Corpo de Bombeiros acende o sinal de alerta para evitar acidentes. “O foguete em si não é um problema e não oferece qualquer risco ou grande perigo. O risco é a inobservância das regras”, afirma o tenente Pedro Aihara, chefe da Sala de Imprensa da corporação.

Segundo ele, seguindo as orientações do manual do fabricante, dificilmente há possibilidade de problemas. A primeira providência é comprar o artefato explosivo em local autorizado, que garanta a procedência do material.

“Acidentes muitas vezes são provocados por artefatos produzidos em casa ou de maneira clandestina”, avisa. Outra recomendação básica é ler as instruções que estão na caixa de cada produto. O tenente afirma que essa regra é de ouro: “A pessoa pode estar acostumada com algo parecido, mas pode haver uma particularidade em determinado produto”.

Outra providência indispensável é verificar as condições do lugar onde se vai disparar o artefato. Nas proximidades de locais como escolas ou hospitais a prática é proibida. “Isso deve ser feito em lugar aberto, onde não haja pessoas, crianças idosos e animais por perto”, diz. Observar a trajetória que será percorrida pelo foguete é também fundamental, para verificar se ele não seguirá em direção à fiação elétrica, árvore ou estrutura de edificações.

Mais uma dica preciosa é sempre soltar foguete com a base no chão. “Depois de calçar a base com tijolos, assim que o pavio começar a ser consumido a pessoa deve se afastar para uma distância de ao menos cinco metros”, ensina o bombeiro. Caso o artefato não exploda, jamais se deve tentar reacendê-lo, para evitar uma explosão inesperada durante a segunda tentativa. A indicação é aguardar 30 minutos e só depois disso, guardá-lo na caixa para levar à loja onde foi comprado.

ÁLCOOL E RISCO Muitos acidentes que envolvem fogos de artifício, explica o tenente Aihara, estão relacionados à combinação desses artefatos com bebidas alcoólicas. As lesões mais recorrentes são queimaduras ou amputação de membros.
O militar informa que a prevenção vale também para bombas, que devem ser sempre lançadas a uma distância e em local seguro – jamais na mão. Mas, se algum artefato tiver de ser segurado, o correto é fazê-lo pela base e longe do corpo, caso de fumaça colorida.

Para evitar problemas, em lojas como a Casa do Fogueteiro, na Avenida Bias Fortes, Centro de Belo Horizonte, orientação é palavra de ordem, especialmente em épocas como dezembro, quando o movimento cresce, com ápice na semana entre o Natal e o réveillon.

De acordo com a sócia-proprietária do estabelecimento, Vânia Soares, este ano muitos clientes têm optado pelos kits montados. Basta pôr no chão, cercar a base e acender o pavio para que os foguetes sejam disparados em sequência. São cinco minutos de duração do foguetório. “Todo produto tem orientação na caixa e, por mais que a pessoa esteja com pressa, também damos informações. A prioridade é a segurança”, diz Vânia.

Os vendedores são orientados também a questionar em que tipo de ambiente o artefato será usado. “Não adianta a pessoa querer algo se não tem lugar adequado. A gente não vende. Para locais fechados, por exemplo, temos os produtos próprios, os chamados indoor. A pessoa que compra tem de ter consciência de que esse produto requer cuidados e eles devem ser seguidos.”

Nesta semana, o empresário Amaro Camilo, de 44 anos, saiu da loja com várias caixas de foguetes e um kit para a festa que a família fará em um sítio.
“Não se pode brincar sem cuidado. É preciso saber com o que se mexe”, diz. A também empresária Vânia Cedro, de 54, comprou vários itens para revenda e para consumo próprio. “No meu comércio, as bombas são restritas de acordo com a idade. Em casa, só adulto manipula os fogos e, mesmo assim, tendo atenção”, diz.

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