Uma mulher foi baleada na cabeça na madrugada desta segunda-feira, logo após a virada do ano, em um bar no Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte.
O projétil que atingiu a funcionária pública Paula Puntel Candiotto de Carvalho, de 32 anos, pode ter sido disparado para o alto em um ato irresponsável e criminoso de comemoração do Ano Novo.
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"Escolhemos ir passar o réveillon num lugar tranquilo. Tinha música ao vivo, muitas crianças e idosos no local. Tínhamos acabado de estourar um champanhe, quando ela sentiu uma dor na cabeça e já caiu no colo do marido dela. Ela ficou meio desacordada", relatou a testemunha, que está grávida de 7 meses.
Ainda sem entender o que tinha acontecido, um dos amigos passou a mão na cabeça dela pra tentar identificar o objeto que a atingiu e encontrou o projétil. "Meu marido encontrou a bala no topo da cabeça dela. Estava fincada pela metade, mas não sangrava" relatou. Desesperados, eles saíram às pressas com a mulher pro Hospital João XXIII. "Ela foi chorando de dor no banco de trás do nosso carro, mas não sabia o que tinha acontecido", disse .
No hospital, a mulher ferida foi encaminhada para sala de cirurgia. A bala foi retirada da cabeça e ela ficou internada até a manhã desta terça-feira.
Ainda em estado de choque, a amiga da vítima se diz revoltada com situação, já que o autor do disparo não foi identificado e vai ficar impune. " Queria muito divulgar isso para que haja conscientização. As pessoas não podem fazer isso, meu Deus do céu. Que mundo é esse?" desabafou.
Em contato com a Polícia Civil, a corporação informou que uma ocorrência foi registrada na Polícia Militar na madrugada do dia primeiro de janeiro e o fato teria ocorrido às 1h.
Projétil foi confundido com rolha de espumante
O marido de Paula Puntel, um servidor público de 32 anos que pediu para ter a identidade preservada, disse ao em.com.br nesta manhã de terça-feira que, no momento em que a esposa foi atingida, as pessoas que estavam na mesa com o casal desconfiaram que a rolha de um espumante teria acertado a cabeça da mulher.
“Estava tendo música ao vivo e, na mesma hora que o garçom abriu uma garrafa de espumante, coincidiu com o barulho do disparo e até achamos que poderia ter sido a rolha do espumante, mas o garçom disse que abriu a garrafa em outra direção. Aí começamos a desconfiar e ela ficou tonta e desacordada”, relatou.
Ainda assustado com o ocorrido, o servidor contou que a esposa foi levada por ele ao João XXIII e que não sofreu consequência grave após o disparo. “Ela está calma e tranquila, foi uma sensação muito ruim e ela deu muita sorte porque poderia ter sido muito mais graves. Os exames estão ótimos e não vai ser preciso nenhum outro procedimento. A bala chegou a perfurar a cabeça dela, mas parou no osso e não atingiu o cérebro.”
Os responsáveis pelo bar em que o casal estava quando Paula Puntel foi atingida se disponibilizaram a ceder as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento para as investigação da Polícia Civil. “Os donos (do bar) foram ao hospital e disseram que iam tentar ver nas câmeras, mas é muito difícil porque os tiros vieram do alto”, explicou o marido da vítima que reclamou da atitude irresponsável do autor do tiro.
“É complicado. A gente estava em uma festa de celebração em um local totalmente familiar. E hoje em dia nem isso podemos fazer, a gente fica sujeito a violência de pessoas ignorantes que fazem isso sem pensar nas consequências,” lamentou.
Polícia vai investigar a autoria do disparo
No boletim de ocorrência registrado junto à Polícia Militar, um homem, que não foi identificado, confirmou a versão que foi publicada nas redes sociais. De acordo com as informações registradas na ocorrência, Paula estava sentada em uma mesa com amigos no Miguelito Bar e Restaurante, na Avenida Aggeo Pio Sobrinho, quando um estampido foi escutado e a mulher atingida.
Ainda conforme relato da testemunha à PM, a funcionária pública se queixou de dores, mas não teve sangramentos. Disse ainda que amigos resgataram a mulher ao Hospital de Pronto Socorro João XXIII. O tiro, segundo a ocorrência, teria sido disparado de um dos prédios da região.
A autoria do disparo que atingiu Paula Candiotto e a dinâmica da ocorrência serão apuradas pela Polícia Civil.
*Sob supervisão do editor Benny Cohen