As fortes chuvas dos últimos dias aprofundaram buracos que já tiravam o sono de belo-horizontinos e levaram ao surgimento de outros em várias regiões de Belo Horizonte. Crateras abertas em vias de fluxo intenso de veículos vêm trazendo perigo para pedestres e transtornos para os condutores de veículos. Devido aos problemas estruturais das vias, os motoristas enfrentam retenções de trânsito, congestionamentos, além de riscos de acidentes. Pedestres também não escapam dos tropeços. Apesar de a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) afirmar que solicitações registradas no Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) são atendidas em até cinco dias úteis, admite que, durante o período chuvoso, o prazo de execução dos serviços pode se estender devido ao aumento das demandas. Porém, moradores denunciam crateras que estão causando transtornos há pelo menos dois meses. Eles relatam casos de acidentes por causa dos buracos, assim como a falta de sinalização para indicar os obstáculos.
Um dos locais onde fica evidente o problema é na Rua Rio Pardo, 330, esquina com Anápolis, no Bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde o asfalto cedeu, deixando exposta uma cratera de cerca de cinco metros de largura. “Moro na rua de baixo e passo aqui todos os dias. O buraco existe há muito tempo e já fizemos várias reclamações. Agora, com a temporada de chuva, o problema só se agrava. Está cada vez mais difícil de passar pela via”, contou o empresário Leonardo Barros, de 55 anos, que precisa ser cauteloso ao transitar de carro pelo local. Segundo ele, o defeito na pista tem prejudicado o tráfego de veículos, já que é tão grande que não é possível desviar. A única solução é diminuir bastante a velocidade. “Aqui à noite é um perigo, além de você não enxergar o buraco, cair e furar um pneu, também há risco de ser assaltado. Logo em cima fica uma boca de fumo”, disse o taxista Gilson Barbosa, de 56. O buraco se abriu há aproximadamente três meses. E nem mesmo onde houve alguma providência a intervenção representou o fim dos transtornos.
Quem passa pela Rua Euclásio, próximo ao número 786, também no Bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul, conta apenas com a sinalização improvisada de moradores que colocaram paletes próximo a um dos buracos da via. Com as chuvas que se intensificam, há risco de que o objeto se perca. Ainda próximo do local, na Rua General Tibúrcio, o problema se repete. Porém, como a rua é estreita e de mão dupla para carros, torna-se impossível transitar se não houver a colaboração de outro condutor. Além do mais, com a possibilidade de estacionar dos dois lados da rua e o buraco localizado bem no meio, fica ainda mais difícil. Moradores reclamam que a cratera atrapalha a rotina há pelo menos dois meses.
A situação ainda é mais grave na Rua Lançarote Pessanha, no Bairro Taquaril, na Região Leste, onde uma cratera de aproximadamente sete metros se abriu na via. A rua, que já é muito íngreme, se torna extremamente perigosa tanto para motoristas quanto para pedestres. “Esse buraco já tem mais de dois meses. Ainda estava passando carro, mas, depois dos últimos temporais, se tornou inviável. Para tirar meu carro da garagem, preciso subir de ré. Deixo de sair de carro para evitar essa manobra. Melhor é pegar o ônibus na rua de baixo”, afirmou um dos moradores da via, Diego Neves, de 32. Ele contou que, inclusive, um motoqueiro já caiu ao se deparar com o buraco e um carro precisou ser rebocado. Nos dias de chuva, o medo aumenta: “Depois que a prefeitura fez uma obra de desvio há 10 anos, a água da chuva desce toda em nossa rua. Com esse buraco, as pedras da rua deslizam. Inclusive, já machucaram uma vizinha. O problema está a cada dia maior”, contou Zenilda Oliveira, de 34. Ela reclama da falta de apoio da PBH, que não apareceu no local para tampar a cratera.
PROBLEMA CONTINUA Outro exemplo desse quadro, que aguarda a execução de obras, fica na Rua Genoveva de Souza, no Bairro Sagrada Família, também na Região Leste. A interdição em uma importante via de escoamento de veículos rumo ao Centro e ao Vetor Norte da capital completou dois anos no ano passado. O fechamento, em 2015, ocorreu por causa de um abatimento no asfalto, com abertura de cratera e trincas no piso, em um ponto em que há um barranco em um dos lados da via. Por causa do fechamento, são muitos os problemas no trecho, que fica entre as ruas Jacques Luciano e Silvestre Ferraz. Além do trânsito interditado, com o desvio que dificulta a acessibilidade no bairro. “Ficamos muito prejudicados. Tinha um ponto de ônibus aqui, por exemplo, que teve que ser desativado. Moradores que vivem na Rua Genoveva queriam vender os apartamentos com medo do risco de desabamento por conta do buraco”, contou o morador José dos Santos, de 77. Ainda segundo ele, desde o fechamento, quem frequenta a região precisa usar desvios, que dificultam o acesso e confundem motoristas. Moradores já até organizaram manifestações para que medidas sejam tomadas.
Em novembro, o Estado de Minas mostrou que obra foi orçada em R$ 1,8 milhão e chegou a ser prometida inclusive pela gestão passada. Durante o período eleitoral, em visita à Genoveva de Souza, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) disse que resolveria o problema. Novamente a intervenção foi anunciada para 2017, mas segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão, ainda não há recurso aprovado.
OUTRO LADO Ontem, a prefeitura informou, por meio da Secretaria Municipal da Obras e Infraestrutura, que o serviço de tapa-buracos é realizado, de forma rotineira, durante todo o ano. As solicitações têm prazo máximo de atendimento de cinco dias úteis. Porém, durante o período chuvoso, o prazo de execução dos serviços pode se estender devido ao aumento das demandas. Os buracos informados pelo reportagem serão reparados até o fim de janeiro. Em 2017, foram investidos aproximadamente R$ 21,5 milhões e executados mais de 11.600 serviços de tapa-buracos nas nove regionais. Em 2016, foram investidos cerca de R$ 19,4 milhões no programa e, no ano de 2015, aproximadamente o valor de R$ 17,4 milhões.
A prefeitura ainda informa que o cidadão pode solicitar o serviço de tapa-buracos através dos canais oficiais de atendimento, que são: Sacweb, disponível no endereço www.pbh.gov.br/sac, pelo aplicativo BH Resolve Mobile, no BH Resolve e nas sedes das regionais ou pela Central de Atendimento Telefônico 156.
Passado trágico
Um dos locais onde fica evidente o problema é na Rua Rio Pardo, 330, esquina com Anápolis, no Bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde o asfalto cedeu, deixando exposta uma cratera de cerca de cinco metros de largura. “Moro na rua de baixo e passo aqui todos os dias. O buraco existe há muito tempo e já fizemos várias reclamações. Agora, com a temporada de chuva, o problema só se agrava. Está cada vez mais difícil de passar pela via”, contou o empresário Leonardo Barros, de 55 anos, que precisa ser cauteloso ao transitar de carro pelo local. Segundo ele, o defeito na pista tem prejudicado o tráfego de veículos, já que é tão grande que não é possível desviar. A única solução é diminuir bastante a velocidade. “Aqui à noite é um perigo, além de você não enxergar o buraco, cair e furar um pneu, também há risco de ser assaltado. Logo em cima fica uma boca de fumo”, disse o taxista Gilson Barbosa, de 56. O buraco se abriu há aproximadamente três meses. E nem mesmo onde houve alguma providência a intervenção representou o fim dos transtornos.
Quem passa pela Rua Euclásio, próximo ao número 786, também no Bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul, conta apenas com a sinalização improvisada de moradores que colocaram paletes próximo a um dos buracos da via. Com as chuvas que se intensificam, há risco de que o objeto se perca. Ainda próximo do local, na Rua General Tibúrcio, o problema se repete. Porém, como a rua é estreita e de mão dupla para carros, torna-se impossível transitar se não houver a colaboração de outro condutor. Além do mais, com a possibilidade de estacionar dos dois lados da rua e o buraco localizado bem no meio, fica ainda mais difícil. Moradores reclamam que a cratera atrapalha a rotina há pelo menos dois meses.
A situação ainda é mais grave na Rua Lançarote Pessanha, no Bairro Taquaril, na Região Leste, onde uma cratera de aproximadamente sete metros se abriu na via. A rua, que já é muito íngreme, se torna extremamente perigosa tanto para motoristas quanto para pedestres. “Esse buraco já tem mais de dois meses. Ainda estava passando carro, mas, depois dos últimos temporais, se tornou inviável. Para tirar meu carro da garagem, preciso subir de ré. Deixo de sair de carro para evitar essa manobra. Melhor é pegar o ônibus na rua de baixo”, afirmou um dos moradores da via, Diego Neves, de 32. Ele contou que, inclusive, um motoqueiro já caiu ao se deparar com o buraco e um carro precisou ser rebocado. Nos dias de chuva, o medo aumenta: “Depois que a prefeitura fez uma obra de desvio há 10 anos, a água da chuva desce toda em nossa rua. Com esse buraco, as pedras da rua deslizam. Inclusive, já machucaram uma vizinha. O problema está a cada dia maior”, contou Zenilda Oliveira, de 34. Ela reclama da falta de apoio da PBH, que não apareceu no local para tampar a cratera.
PROBLEMA CONTINUA Outro exemplo desse quadro, que aguarda a execução de obras, fica na Rua Genoveva de Souza, no Bairro Sagrada Família, também na Região Leste. A interdição em uma importante via de escoamento de veículos rumo ao Centro e ao Vetor Norte da capital completou dois anos no ano passado. O fechamento, em 2015, ocorreu por causa de um abatimento no asfalto, com abertura de cratera e trincas no piso, em um ponto em que há um barranco em um dos lados da via. Por causa do fechamento, são muitos os problemas no trecho, que fica entre as ruas Jacques Luciano e Silvestre Ferraz. Além do trânsito interditado, com o desvio que dificulta a acessibilidade no bairro. “Ficamos muito prejudicados. Tinha um ponto de ônibus aqui, por exemplo, que teve que ser desativado. Moradores que vivem na Rua Genoveva queriam vender os apartamentos com medo do risco de desabamento por conta do buraco”, contou o morador José dos Santos, de 77. Ainda segundo ele, desde o fechamento, quem frequenta a região precisa usar desvios, que dificultam o acesso e confundem motoristas. Moradores já até organizaram manifestações para que medidas sejam tomadas.
Em novembro, o Estado de Minas mostrou que obra foi orçada em R$ 1,8 milhão e chegou a ser prometida inclusive pela gestão passada. Durante o período eleitoral, em visita à Genoveva de Souza, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) disse que resolveria o problema. Novamente a intervenção foi anunciada para 2017, mas segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão, ainda não há recurso aprovado.
OUTRO LADO Ontem, a prefeitura informou, por meio da Secretaria Municipal da Obras e Infraestrutura, que o serviço de tapa-buracos é realizado, de forma rotineira, durante todo o ano. As solicitações têm prazo máximo de atendimento de cinco dias úteis. Porém, durante o período chuvoso, o prazo de execução dos serviços pode se estender devido ao aumento das demandas. Os buracos informados pelo reportagem serão reparados até o fim de janeiro. Em 2017, foram investidos aproximadamente R$ 21,5 milhões e executados mais de 11.600 serviços de tapa-buracos nas nove regionais. Em 2016, foram investidos cerca de R$ 19,4 milhões no programa e, no ano de 2015, aproximadamente o valor de R$ 17,4 milhões.
A prefeitura ainda informa que o cidadão pode solicitar o serviço de tapa-buracos através dos canais oficiais de atendimento, que são: Sacweb, disponível no endereço www.pbh.gov.br/sac, pelo aplicativo BH Resolve Mobile, no BH Resolve e nas sedes das regionais ou pela Central de Atendimento Telefônico 156.
Passado trágico
Conhecido no passado como “Buracão”, o trecho da Rua Genoveva de Souza onde o asfalto afundou já foi cenário de tragédias. Eraum quarteirão inteiro sem asfalto ou calçamento, com enorme cratera no meio, no alto de um barranco. Ali existiu uma pedreira, que empregou muita gente nos primeiros anos do bairro. O negócio foi embora, os riscos ficaram. Na época das chuvas, tudo piorava com a lama e os deslizamentos. Foi lá que uma família de cinco pessoas foi soterrada na década de 1980. Após grande mobilização da comunidade, foi construído pela Sudecap um arrimo que resolveu o problema. Entretanto, com a implementação do novo plano de mobilidade urbana no Bairro Sagrada Família, motivado principalmente pela reinauguração da Arena Independência, a rua passou a ser a única via paralela à Rua Pitangui de mão única para quem trafega do Horto até a Avenida Silviano Brandão e alguns afirmam que o afundamento da pista foi provocado pelo trânsito pesado, acrescido devido ao trajeto de linha de ônibus do bairro.