Moradores de Oliveira, Região Centro-Oeste de Minas Gerais, passam esta sexta-feira limpando as casas e contabilizando os prejuízos após o forte temporal que atingiu a cidade nessa quinta-feira. Tratores e caminhões estão nas ruas para retirar lamas e entulhos. Agentes da Defesa Civil fazem vistorias em imóveis para detectar os riscos de desabamento. Ao todo, 18 famílias tiveram que deixar as casas e duas ruas estão interditadas. Na chuva, segundo o coordenador da Defesa Civil Breno Moteran, uma mulher morreu depois de sofrer um ataque cardíaco ao ver a residência da filha tomada pela água. O corpo de Laurinda Silveira Siqueira será sepultado na tarde desta sexta-feira no Cemitério da cidade.
De acordo com Moteran, a mulher já tinha costume de ir para a casa da filha em dias chuvosos, pois o imóvel constantemente era alagado. “A mãe foi visitar a filha, mas quando chegou a água já estava muito alta. Ela se assustou com o medo de ter acontecido algo com os familiares e teve um ataque cardíaco. Ela já tinha problemas cardíacos”, disse o coordenador.
Equipes da Defesa Civil estão percorrendo ruas e avenidas para verificar os prejuízos. Já foram contabilizadas 53 ocorrências e 18 famílias ficaram desalojadas. “Temos uma família que ficou desabrigada, mas já tínhamos acolhido ela antes. Por sorte, a casa desabou depois que os moradores já estavam sem o risco”, explicou o coordenador.
Ao percorrer a cidade, novos chamados foram recebidos pelos agentes. “Apareceram ao menos 15 casos de rachaduras, estruturas trincadas por causa da água, telhados que podem desabar. A situação é mais crítica nos bairros São Bernardo, da Graça, Dom Bosco e Bandeirantes”, disse. “Já decretamos estado de calamidade pública. Estamos fazendo a triagem de ocorrências graves para consolidar e tentar o apoio do Estado. Se vier outra chuva, a estrutura das casas pode não aguentar”, completou.
O temporal
A chuva durou aproximadamente duas horas. O rio que corta a cidade transbordou e a água arrastou carros, atingiu casas e inundou vias. “Tive informações do SAAE e do DEER que o volume foi de 109 milímetros, quase o mesmo que caiu o ano passado inteiro. Então, é algo muito forte. Mesmo estando preparados para eventuais chuva, o volume foi muito grande. O rio não suportou a vazão”, afirma o diretor da Defesa Civil.