Jornal Estado de Minas

Trecho crítico do Anel Rodoviário terá restrições em março, diz Ministério do Transporte

Em setembro do ano passado, um acidente no Anel Rodoviário de Belo Horizonte envolvendo uma carreta e sete carros deixou ao menos três mortos - Foto: Reprodução
A urgente adoção de medidas para conter o violento trânsito no Anel Rodoviário tem seguido por desvios de informações sobre a questão. Depois do anúncio da administração municipal de Belo Horizonte, na quarta-feira, de restrições do tráfego de veículos pesados na via a partir de março, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio de nota, na tarde desta quinta-feira, contradisse a informação da PBH, afirmando que não havia decisão a respeito. À noite, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação (MTPA), ao qual o DNIT está subordinado, desautorizou o departamento, afirmando por meio de comunicado que haverá sim a limitação na rodovia no trecho de concessão da Via-040.

“Haverá sim restrição de tráfego no trecho concedido da BR-040. O trecho administrado pelo DNIT funcionará normalmente. Do total de 26,1 quilômetros do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, 10,7 quilômetros são concedidos”, disse a nota do MTPA. A assessoria da pasta, porém, no comunicado evitou apontar datas. “A decisão sobre quando se dará a restrição será tomada pelo grupo de trabalho (GT) a ser criado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) especialmente para estudar seu impacto neste trecho”.

Mas o Ministério dos Transportes destacou que o GT deverá apresentar os resultados de seus estudos com previsão de implementação das ações em março, confirmando a informação dada pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS), em sua conta de Twitter, na quinta-feira.
De acordo com o MT, o objetivo da medida é limitar a circulação com o mínimo de transtornos e reduzir o número de acidentes. A nota do ministério acrescenta que o DNIT vai acompanhar o grupo de trabalho técnico e verificar os reflexos nos trechos sob sua administração.

No começo da tarde desta quinta-feira, por meio de nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes afirmou que “ainda não houve qualquer decisão sobre restrição à circulação de veículos de carga no trecho.” Ao contrário, em postagem no Twitter, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), sugeriu a proibição do tráfego pesado na rodovia, “no máximo a partir de março”. Momentos depois, a PBH divulgou comunicado oficial, falando em “restrições”.

O anúncio do prefeito veio depois de reunião na tarde da quinta-feira, em Brasília, com o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, e representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), da concessionária Via-040 e Dnit. Em nota, a PBH afirmou que durante o encontro, “o ministro Quintella determinou que o Anel Rodoviário de Belo Horizonte passe a ter restrições ao tráfego de veículos pesados, numa primeira etapa de medidas preventivas contra graves acidentes.”



DNIT fala apenas em planos

Porém, hoje, em seu comunicado, o DNIT informou “que foi definido, até o momento, é que os estudos para avaliar os impactos de tal medida terão continuidade e deverão ser concluídos somente em março, quando só então será tomada uma decisão sobre o assunto”, esclareceu. Ainda, segundo a nota, será desenvolvido um plano de ação visando mitigar o número de acidentes no trecho que concentra o maior número de ocorrências, próximo ao Bairro Betânia (Oeste), que é concedido à Via-040. “O Dnit vai acompanhar o grupo de trabalho técnico e verificar os reflexos nos trechos sob sua administração”, finalizou.

Pelo menos em sua postagem, o prefeito Kalil demonstrou muito mais disposição em adoção de medidas, as quais não foram detalhadas: “Acabo de sair do gabinete do ministro dos Transportes.
Vim sacramentar a cobrança de um projeto para o Anel Rodoviário. Os planos estão sendo desenvolvidos, e já asseguramos a proibição do tráfego pesado no máximo a partir de março deste ano”, afirmou.

Em 22 de novembro, Alexandre Kalil anunciou com uma das primeiras propostas visando a garantia da segurança na via, operações pente fino nos veículos de carga, principalmente no tocante à segurança, além de restrição do tráfego dos pesados. As medidas iniciais foram aprovadas pelo grupo de trabalho criado por iniciativa da PBH com a missão de reduzir a quantidade de acidentes e mortes na via, no projeto Aliança para a vida.

Desde o último acidente grave na rodovia, a véspera do feriado de 7 de setembro, com três mortes, o prefeito se comprometeu a lutar contra a violência na via, com ocorrências causadas na maioria por veículos pesados. Ele que a procuradoria do município ingressasse com ação na Justiça pedindo a municipalização da rodovia, que é federal e sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. O objetivo é independência da PBH para adotar ações preventivas no trecho de 10 quilômetros entre os bairros Olhos D’água (Barreiro) e Califórnia (Noroeste), concedido à iniciativa privada.
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