Houve uma demora para ocorrer o traslado do corpo de Gabriel de Belo Horizonte até Janaúba por problemas para a emissão da Certidão de Óbito, e a criança só chegou a Norte do estado na madrugada desta sexta-feira. O velório é realizado no salão de uma funerária no Bairro Saudade, em Janaúba.
O incêndio criminoso também provocou as mortes do autor do ataque e das auxiliares de professora Jéssica Morgana Silva Santos, de 23, e Geni Oliveira Lopes Martins, de 63, além da professora Heley Abreu Batista, de 43, que perdeu a vida tentando salvar seus alunos. Helley enfrentou Damião, que usou gasolina para atear fogo na creche – o vigia sofria de transtornos psiquiátricos, segundo laudo médico.
Gabriel Carvalho de Oliveira teve 80% do corpo queimado. Ontem à tarde, o corpo seguiu para o Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte, para ser translado para Janaúba, onde a chegada estava prevista para a madrugada desta sexta. Conforme a Prefeitura de Janaúba, que arcou com as despesas do transporte e funeral, o corpo será velado no salão de uma funerária da cidade e o sepultamento deverá acontecer no fim da tarde, no Cemitério São Lucas, onde também foram sepultados os corpos das outras nove crianças, da professora Helley, das duas servidoras e do autor do ataque.
Passados mais de três meses da tragédia, uma vítima do incêndio na creche ainda continua internada no Hospital João XXIII. É Marley Simone, professora do centro de ensino infantil. O estado de saúde dela é estável, segundo boletim divulgado pela unidade de saúde. Uma outra criança, do sexo feminino, que recebia atendimento no local, recebeu alta no início de dezembro.
Na Santa Casa de Montes Claros, no Norte de Minas, as duas últimas crianças que estavam internadas na unidade deixaram o hospital em 11 de dezembro. As vítimas têm 4 e 5 anos e sofreram queimaduras de segundo e terceiro graus pelo corpo. Elas ficaram internadas por aproximadamente dois meses.
INDENIZAÇÕES No início de dezembro, a Prefeitura de Janaúba assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Publico de Minas Gerais (MPMG) para o pagamento de indenizações às vítimas ao incêndio criminoso na Creche Gente Inocente. Conforme o termo, o Município vai pagar R$ 12 mil, divididos em 12 parcelas, ao longo de janeiro a dezembro deste ano para cada família das crianças e das servidoras mortas na tragédia. As vítimas que sofreram queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus e que tiveram “incapacidade laboral por mais 30 dias ou “outra forma de lesão corporal de natureza grave ou gravíssima” também vão receber o montante.
Ainda conforme o documento, serão pagos R$ 6 mil, também divididos em 12 parcelas, ao longo de 2018,para as demais vítimas que tiveram algum ferimento na tragédia. Os pagamentos serão feitos sempre no último dia útil de cada mês. Desta forma, a primeira parcela será paga no fim deste mês.
Desde 18 de outubro, os alunos da unidade que sobreviveram ao ataque passaram a serem atendidos em uma creche improvisada em um prédio da Secretaria Municipal de Saude de Janaúba. O prédio incendiado foi demolido e começou a ser construído no local uma outra creche, obra doada por um grupo de empresários, com previsão de ser concluída na segunda quinzena de fevereiro, no início do ano letivo.