Eram 11h no quarteirão fechado da Rua Antônio de Albuquerque quando a turma do Ziriguidum Stardust começou a tocar os clássicos de Bowie, fazendo gente de todas as idades cair no samba e acompanhar o ritmo. Fã confessa da folia, a publicitária Meg Freitas gostou do que viu e ouviu e se mostrou pronta para a maratona dos desfiles de blocos e festas que vem por aí. “Carnaval é sempre muito bacana e o de BH já mostrou que é pulsante, bem-organizado e bonito”, disse a publicitária, que está à frente do Bandulino, bloco de pré-carnaval que vai desfilar em 3 de fevereiro, na região da Savassi.
Uma das organizadoras do Stardust, Catarina Furst informou que este é o terceiro ano de trabalho do bloco, que tem como marca registrada o traço de um raio pintado no rosto. “Nosso bloco é bem aberto, as pessoas podem chegar e participar e se unir à bateria de 70 pessoas”, disse Catarina. Na avaliação da fervorosa devota de Momo, a mistura de carnaval e rock dá samba na capital. “Sempre fiquei aqui nesta época. Há alguns anos, não tinha nada, a gente ficava rodando à noite, de carro, até encontrar um lugar para brincar”, afirmou. “Acho que a folia começou. De agora em diante, a tendência é só aumentar”, acrescentou.
“Viemos todas com a fantasia de unicórnio”, brincou a arquiteta Nathália Vieira, moradora do Bairro Santa Tereza, ao lado da irmã, Camila Vieira, arquiteta, e da sobrinha Malu, de 3 anos. “Belo Horizonte tem carnaval para todos os públicos e gostos. Se está muito cheio, a gente vai para blocos menores”, disse Nathália.
ESTREIA
No Prado, na Região Oeste, o clima era de alegria e de desafios. Como assim? É que depois do ensaio da bateria, os integrantes do bloco É o Amô, variação mineira da música É o amor, sucesso dos irmãos Zezé de Camargo e Luciano, faz concursos de tirar o fôlego: quem entoar a música Galopeira e demorar o maior tempo nos trinados das sílabas finais – “peeeeeira” – ganha um prêmio e aplausos. Era diversão com entusiasmo para agitar o bloco, que estreia no carnaval de BH, promete ficar na programação e foi criado por Cris de Souza, do Então, Brilha!, e Peu Cardoso, do Havayanas, informou Gabriela Antunes, que faz parte da diretoria e cuida do setor de comunicação.
“Todo mundo está na faixa dos 30 anos, gosta mais das músicas sertanejas de raiz e das compostas nas décadas de 1980 e 1990 e algumas da década passada. Quando a bateria toca Evidências, de Chitãozinho & Xororó, todo mundo canta e pula”, disse Gabriela, que estava com um tradicional chapeuzinho sertanejo, cor-de-rosa”, jogado nas costas. Depois do ensaio, a turma toda se uniu, levantou os braços e deu vivas a Momo. “Tem gente que acha que música sertaneja é só sofrência, mas não é não. Dá muito certo com a alegria”, observou Giovana Souza, que cuida da customização das camisas do bloco, adereços, figurino e arranjos de cabelo.
OUTROS SONS
O sábado foi de muito agito em outros cantos da cidade. Na Praça da Estação (Rui Barbosa), no Centro de BH, espaço emblemático na retomada do carnaval de BH, houve o tradicional Praia da Estação. Sob sol quente, grupos deram seu grito de guerra para o começo da folia. Na Avenida Pedro II, no Bairro Padre Eustáquio, a Bartucada, nascida em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, também fez a festa com seu som de arrepiar.
As escolas de samba e os blocos caricatos de Belo Horizonte têm até terça-feira para se inscrever e participar dos desfiles no carnaval de Belo Horizonte 2018, que serão feitos em 12 e 13 de fevereiro, na Avenida Afonso Pena. O edital da Empresa Municipal de Turismo Belotur foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) e quem se habilitar receberá subsídios de R$ 75 mil para escolas do grupo A e R$ 37,5 mil para o grupo B e blocos. A verba cresceu 50% em relação à festa de 2017.
Para este ano, a estrutura na Avenida Afonso Pena receberá melhorias, como a pintura da pista na cor branca, valorizando as fantasias e adereços, a instalação de um cronômetro visível na avenida, som e iluminação mais eficientes no espaço, e arquibancadas com mais conforto. “O fato de o carnaval viver momento interessante de expansão contagia todos. As escolas estão mais animadas, blocos que não saíam há tempos estão de volta. Escolas se preparam melhor”, garante o presidente da Belotur, Aluizer Malab.
O regulamento de 2018 inova, ao prever a vigência, a partir de 2019, de uma dinâmica de acesso e rebaixamento das escolas entre Grupo A e Grupo B, estimulando a competição e a qualificação dos desfiles. Está prevista a abertura de espaço para o surgimento de novas escolas de samba e blocos caricatos. A inscrição de blocos carnavalescos mostrou aumento expressivo. Segundo o presidente da Belotur, houve aumento da ordem de 20%.
SERVIÇO
O regulamento completo com orientações para a inscrição, lista de documentos e outros detalhes pode ser acessados nos links:
Regulamento desfiles Escolas de Samba: https://goo.gl/ohfXmG
Regulamento desfiles Blocos Caricatos: https://goo.gl/468UzZ
Inscrições até 17 de fevereiro, pessoalmente, na Belotur, Rua da Bahia, 888, 7º andar.
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