Jornal Estado de Minas

Clube onde crianças morreram afogadas em BH não possuía alvará de funcionamento


O clube onde duas crianças morreram afogadas nesse domingo em Belo Horizonte não possui alvará de funcionamento. A informação foi confirmada no início da noite desta segunda-feira pela Secretaria Municipal de Política Urbana, ligada a prefeitura. Segundo a pasta, a Arena Clube Mattos, que está localizada no Bairro Vista Alegre, na Região Oeste da capital mineira, deverá ser interditado.

Por meio de nota, a PBH informou que as medidas para o fechamento do local já estão sendo tomadas. “A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que o Arena Clube Mattos não possui alvará de funcionamento e já tomou as providências cabíveis para a imediata interdição do estabelecimento”, afirmou. 

A morte das duas primas, de 3 e 4 anos, aconteceu na tarde desse domingo. Segundo informações da Polícia Militar (PM), a ocorrência foi às 18h13. O pai da criança mais velha disse aos militares que na hora que deixava o clube ouviu uma gritaria próximo à piscina. Quando se aproximou percebeu que a filha estava afundando.
Os responsáveis pela outra criança também foram até o local da confusão e perceberam que a criança já estava no fundo da piscina.

Ainda segundo a PM, os pais das crianças tentaram salvá-las, colocando as meninas em um carro e levando-as até o 5º Batalhão da PM, no Bairro Gameleira, na mesma região. Lá, os policiais começaram as massagens cardíacas e chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).  Quando os médicos chegaram ainda tentaram reanimar as crianças por cerca de uma hora, mas sem sucesso.

Não foi possível realizar a perícia já que, no momento em que chegaram até o clube, o local já estava fechado. Nenhum responsável pela Arena Clube Matos foi encontrado. Testemunhas contaram aos militares que os proprietários deixaram o local em um veículo e que não havia salva-vidas no local quando as crianças se afogaram.

A reportagem tentou entrar em contato com os responsáveis pelo estabelecimento, mas as ligações não foram atendidas. Uma taxa de R$ 15 era cobrada aos frequentadores do clube que eram proibidos de entrar com bebida alcoólica no local. A Polícia Civil informou que instaurou um inquérito para apurar o caso e que, ainda nesta semana, todas as partes - responsáveis pelo clube e familiares - serão chamados para prestar depoimento. Trabalhos de perícia também estão programados para ocorrer nos próximos dias dentro do clube..