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Estado de Minas

Sacrário de prata é furtado de igreja em Mariana

Ladrões levam peça de prata usada para guardar as hóstias, além de um pequeno vaso do mesmo material. É o segundo episódio do tipo em menos de três meses em igrejas de Minas


postado em 24/01/2018 06:00 / atualizado em 24/01/2018 07:58

Padres pedem colaboração para ajudar a encontrar o sacrário de prata (ao pé da cruz) furtado da Paróquia Sagrado Coração de Jesus(foto: Arquidiocese de Mariana/Divulgação)
Padres pedem colaboração para ajudar a encontrar o sacrário de prata (ao pé da cruz) furtado da Paróquia Sagrado Coração de Jesus (foto: Arquidiocese de Mariana/Divulgação)
Em menos de três meses, ladrões furtam dois sacrários de igrejas de Minas. Na noite de segunda-feira, foi a vez da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na comunidade de Nossa Senhora do Rosário de Padre Viegas, em Mariana, na Região Central. De acordo com informações dos religiosos do templo, vinculado à Arquidiocese de Mariana, houve arrombamento da porta de entrada da sacristia, sendo armários, cômodas e guarda-roupas revirados. Além do compartimento de prata para guardar as hóstias consagradas, foi levada a âmbula (pequeno vaso) do mesmo material.


As polícias Militar e Civil estiveram no local, lavrando o boletim de ocorrência e fazendo perícia, mas ainda não há informações sobre o paradeiro do sacrário. Segundo a PM, serão verificadas as gravações feitas pelas câmeras localizadas no entorno da igreja. Nas redes sociais, os padres pedem a colaboração da população para elucidar o “lamentável episódio”, com informações: “Se alguém souber do paradeiro do sacrário, chame a polícia imediatamente, para que possamos recuperar o quanto antes este que é nosso maior tesouro”.

NA ÁGUA
Em 2 de novembro, Dia de Finados, os moradores de Fama, no Sul de Minas, se surpreenderam com o assalto à Matriz do Sagrado Coração de Jesus, no Centro, quando o ladrão levou apenas o sacrário. Durante o dia, no entanto, a peça foi encontrada por um militar dentro do Lago de Furnas, que banha o município distante 383 quilômetros de Belo Horizonte. Segundo informações do destacamento local da Polícia Militar, o titular da paróquia, padre Benedito Clímaco Passos, comunicou o furto e foi lavrado o boletim de ocorrência. De imediato, o Cabo Borges decidiu percorrer a represa e encontrou o sacrário, longe da margem, boiando e com todas as hóstias intactas, conforme relatou o Estado de Minas.

Nas redes sociais, um morador da cidade postou o seguinte: “Vemos como Deus é misericordioso. Mesmo todo destruído, arrebentado, não afundou e, para mostrar que Cristo é vivo, nenhuma hóstia se molhou”. Um dos momentos mais emocionantes da história, segundo o católico presente à missa das 9h, na matriz, é que o cabo Borges entrou no templo e devolveu o sacrário com as hóstias secas.

O sacrário furtado de Fama, no Sul de Minas, foi retirado do Lago de Furnas por um cabo da PM e devolvido à igreja(foto: Reprodução da internet/Divulgação)
O sacrário furtado de Fama, no Sul de Minas, foi retirado do Lago de Furnas por um cabo da PM e devolvido à igreja (foto: Reprodução da internet/Divulgação)


CAMPANHA O furto do sacrário engrossa as estatísticas de Minas, que está em busca de 730 peças sacras dos acervos históricos, conforme último levantamento do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). No estado, de acordo com a Coordenadoria das Promotorias de Justiças de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC), há 216 obras sacras aguardando decisão judicial para retornar aos locais de origem. Na lista, há muitas atribuídas a Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814), o “mestre do barroco”, que tem os 280 anos de nascimento comemorados em 2018.

Enquanto muitos mineiros aguardam apenas a decisão judicial para ter de volta imagens dos padroeiros e santos de devoção, cientes de que as peças se encontram sob guarda de instituições culturais ou ainda com os detentores, outros mantêm apenas a esperança, pois as peças foram roubadas ou vendidas e ninguém sabe do paradeiro. As estatísticas do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) mostram que 60% dos bens culturais sacros foram deslocados de suas origens de forma indevida, indo parar nas mãos de colecionadores e antiquários mineiros, fluminenses e paulistas.

No estado, está em vigor há mais de 14 anos uma campanha para recuperação de bens desaparecidos de igrejas, capelas, museus e prédios públicos. O MPMG mantém o blog (patrimoniocultural.blog.br. mpmg) com um banco de dado atualizado constantemente e disponível à população. (*) Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho


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