Jornal Estado de Minas

Vacinação contra febre amarela é recomendada a visitantes de áreas verdes

A advogada Daniele Mello e a dona de casa Francielle Mendes Anacleto passeavam ontem com as filhas no Jardim Zoológico - Foto: Jair Amaral/EM/DA Press

O Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, na Região Leste, uma das principais áreas verdes de Belo Horizonte, está recomendando que visitantes que quiserem desfrutar do local, instalado em uma área de aproximadamente 600.000 metros quadrados e com vegetação típica da Mata Atlântica, se vacinem contra a febre amarela 10 dias antes da visita. O museu segue o protocolo das secretarias estaduais e municipais, já que BH decretou situação de emergência por conta da endemia. 


Nesta semana, acontece no museu a 14ª edição da colônia de férias, com cerca de 130 crianças, com idades entre 5 e 12 anos. No entanto, os pais e responsáveis podem ficar mais tranquilos, já que nenhum animal foi encontrado morto nos arredores do local. Em Minas Gerais, oficialmente 25 pessoas morreram em decorrência do surto no estado. 


A direção da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de BH anunciou anteontem o fechamento, entre amanhã e 1º de fevereiro, do jardim zoológico, na Pampulha. A partir da reabertura, no dia 2, será exigida a apresentação do cartão de vacinação contra a febre amarela para todos os visitantes, mesmo que não tenha sido registrado nenhum caso na região. Segundo o presidente da fundação, Sérgio Augusto Domingues, a medida é necessária para a logística de remanejamento dos primatas para uma área de reserva, onde não haverá visitação pública, com telas finas de proteção impedindo o acesso de insetos, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais. Não há prazo para o fim do isolamento.



TREINAMENTO Durante esta semana, os funcionários de portaria e vigilância passarão por treinamento para exigir e identificar dos visitantes, quando da reabertura, o cartão de vacinação contra a febre amarela e serão utilizados vários meios de divulgação “para que a pessoa não se desloque de forma desavisada e seja impedida de entrar por não portar o documento exigido”.

De acordo com Sérgio Augusto, todos os animais falecidos no zoo passam por necropsia e qualquer doença identificada é avaliada e sua evolução monitorada por equipes de veterinários, biólogos e tratadores. O zoológico conta com 100 funcionários, entre efetivos, terceirizados e permissionários.

Adriana Marques, permissionária da praça de alimentação, disse que só tomou conhecimento do fechamento à visitação pela imprensa. “Fomos pegos de surpresa. Mas ontem (anteontem) fomos avisados de que precisamos tomar a vacina.”

A advogada Daniele Mello e a dona de casa Francielle Mendes Anacleto, que passeavam com as filhas Malu, Isabela e Manoela, apoiaram a proposta de isolamento dos primatas. Segundo Daniele, todas estão vacinadas e a medida de evitar o contato dos macacos com o público é importante, “porque muita gente ignora que o transmissor é o mosquito e acha que os macacos são os vilões da doença”.

Embora não tenha registros de casos da doença nas proximidades do zoo, Sérgio Augusto explica que adotar essa exigência do cartão de vacinação para visitação do espaço é importantíssimo, pois é um dos locais da cidade que mais concentram pessoas nos fins de semana e está em meio à mata. “Assim, contribuímos para sensibilizar a população, aumentar as taxas de vacinação, garantir a segurança dos que visitam ou trabalham no zoológico e atuamos na contenção do avanço da doença para o meio urbano e também preservamos os animais que aqui estão”, afirma o presidente da fundação.

*Sob supervisão da subeditora Ellen Cristie

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