Os casos de febre amarela têm impactado não apenas a rotina das unidades de saúde, mas também a economia de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em Casa Branca, um povoado charmoso no entorno do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça com muitas pousadas e intenso circuito gastronômico, moradores e comerciantes reclamam de queda na visitação. No Instituto Inhotim, próximo dali, estrutura montada garante que só pessoas vacinadas contra a doença visitem o parque.
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Boatos e verdades sobre o surto de febre amarela: vídeo explicaZoo de BH é fechado a partir deste sábado por causa da febre amarelaVacinação contra febre amarela é recomendada a visitantes de áreas verdesIdoso de Belo Vale internado em BH morre em decorrência da febre amarelaSurto de febre amarela pode ter mesma origem do vírus que matou 162 mineiros em 2017Morre terceira vítima com suspeita de febre amarela em BarbacenaA chefe de serviço do Centro de Atendimento ao Turista (CAT) do local, Renata Rezende Perez Gouthier, compara o movimento atual com janeiro do ano passado. “Não parava. Agora, quem vive de aluguel está fechando.
A doença está prejudicando o turismo e os macacos. Quarta-feira, três primatas foram encontrados mortos a tiros num condomínio da região. “O pessoal do Instituto Estadual de Florestas (IEF) veio aqui deixar cartazes e pedir que orientemos os visitantes sobre o fato de que os macacos não são responsáveis, pelo contrário, são tão vítimas como nós”, conta Renata. Há três semanas, duas turistas do Rio de Janeiro que não tinham se vacinado usaram a sede do CAT para se encher de repelente: “As pessoas têm que ter consciência.
Administrador da pousada Verde Folhas, Alysson Vinícius diz que, embora continuem com a casa cheia, diminuiu entre 30% e 40% a procura neste mês de janeiro. Em compensação, aumentaram as perguntas dos hóspedes sobre a doença. “Acho que três fatores contribuíram: o conflito de informações sobre a doença, que deixa as pessoas confusas, o fator econômico e a concorrência forte que pulveriza o público”, diz. Nos questionamentos, as principais dúvidas são sobre o mosquito e a intensidade da contaminação na localidade. Na Entre Folhas, houve um cancelamento de uma turista de Brasília, que queria visitar o Inhotim, mas, ao saber da exigência da apresentação do cartão de vacina, desistiu.
Para Alysson, o ponto-chave para não perder clientes é a forma como se lida com as dúvidas. “Procuro informar e tranquilizar. Se a pessoa não tiver vacina, oriento a tomar e esperar 10 dias para vir. Também pode visitar sem vacina, mas é prudente passar repelente e evitar os horários de pico dos mosquitos. Acaba sendo uma loteria, pois nem todos os insetos estão contaminados”, diz. O jardineiro José Carlos Ramalho, de 47, morador de Casa Branca, também percebeu a redução de visitantes na região. “Tem muita gente da área urbana evitando vir aqui”, conta. Ele também está tomando precauções: “Estou batendo inseticida até debaixo da cama. Tem muito mosquito mesmo e eles não estão mais só na água”.
PREVENÇÃO No Instituto Inhotim, logo no estacionamento foi montada uma grande estrutura para atender os visitantes.
Gustavo Ferraz, no entanto, alerta: “Não há casos de contaminação no Inhotim nem foram encontrados macacos mortos aqui. Uma equipe faz o monitoramento diário dos animais. Sendo Brumadinho uma área de casos da doença, a medida é uma forma de garantir a segurança de visitantes que vêm de todas as partes do país e do exterior”. Repelentes também estão disponíveis no estacionamento e em pontos estratégicos do parque. De acordo com ele, a média de público, de cerca de 1,2 mil pessoas por dia, está mantida.
A funcionária pública Kênia Nascimento, de 33, tomou a vacina duas vezes.