O surto de febre amarela fez mais uma vítima em Minas Gerais. Um trabalhador rural, que morava em Alvinópolis, na Região Central do estado, teve a morte por complicações da doença confirmada pelo município ontem. Apesar de a Secretaria de Estado e Saúde (SES/MG) ainda não ter oficializado a morte, fato que deve ocorrer hoje com a publicação do informe epidemiológico, a febre amarela já matou ao menos 30 pessoas em Minas Gerais desde junho de 2017. No último boletim, publicado na terça-feira passada, o número de mortes contabilizadas pela SES era de 25. Enquanto os números engrossam, a preocupação com a febre amarela leva a população a encher os postos de saúde à procura da vacinação. O resultado foi a longa espera por atendimento, que pode chegar até três horas.
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Alvinópolis, na Região Central de Minas, registra primeira morte por febre amarelaHomem morre com suspeita de febre amarela em BarbacenaItabira confirma primeira morte por febre amarela; óbitos em MG sobem para 43 Mortes por febre amarela em Minas Gerais chegam a 42Sobe para 36 o número de mortos por febre amarela em Minas Idoso de Belo Vale internado em BH morre em decorrência da febre amarelaPM apreende 210 mil maços de cigarros contrabandeados no interior de MinasAlém do óbito em Alvinópolis, a Secretaria de Municipal de Juiz de Fora, na Zona da Mata, também registrou uma morte pela doença.
Enquanto isso, a procura por imunização continua por postos de saúde na cidade com o aumento de mortes pela doença em Minas. Nas filas, muita reclamação pela demora do atendimento. O subgerente de estacionamento, Bruno Guilherme da Silva, de 33, foi um deles. “Eu cheguei no posto às 13h30, mas fui atendido 16h30. Senhas estão sendo distribuídas. Mas a demanda está muito alta e o posto conta apenas com uma pessoa para verificar o cartão”, contou. Ele disse que muitos esquecem e/ou não levam o documento comprovando a vacinação, atrasando o procedimento.
Em abril de 2017, foi adotada a dose única da vacina contra febre amarela no Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais. Isso significa que apenas uma dose é capaz de imunizar por toda a vida, não havendo mais a necessidade de reforço. A medida foi proposta pelo Ministério da Saúde, que recomenda a dose única seguindo orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em resposta, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), informou, por meio de nota, que o Centro de Saúde Carlos Chagas contou ontem com “quatro profissionais de saúde para vacinação: duas na sala de vacina, uma fazendo o cadastro e uma na organização das filas (…) e por se tratar de uma unidade localizada na área hospitalar, a procura de pacientes não cadastrados tem sido ainda maior”. Além disso, a PBH reforçou que “a vacina contra a febre amarela pode ser encontrada em todos os 152 centros de saúde ao longo de todo o ano”.
CASOS SUSPEITOS O número de mortes confirmadas também pode subir. Um homem de 41 anos morreu no domingo em Barbacena, Região Central de Minas Gerais, com suspeita de estar contaminado pelo vírus da febre amarela. Esse é o quarto óbito registrado na cidade em 2018 que será investigado pela Funed. De acordo com uma nota assinada pelo Secretário Municipal de Saúde, José Orleans da Costa, a vítima morava em Ouro Branco, mas estava internada em estado grave no Hospital Regional de Barbacena desde o último sábado. A equipe médica constatou que o homem teve falência múltipla dos órgãos e febre hemorrágica.
Agora, com a morte de domingo, Barbacena tem quatro óbitos em investigação por suspeita de febre amarela.
O Estado de Minas apurou que um morador de Belo Vale, também na Região Central do estado, está com suspeita da doença e segue internado no Hospital Eduardo de Menezes, na capital. Na última sexta-feira, o governo de Minas Gerais alterou um decreto publicado em 20 de janeiro no Diário Oficial e ampliou de 94 para 162 o número de cidades em situação de emergência pela doença. Os municípios pertencem às Regionais de Saúde de Belo Horizonte, Itabira, Ponte Nova, Juiz de Fora e Barbacena. *Estagiário sob supervisão da subeditora Regina Werneck
UPAs ameaçam parar
Somente os casos de urgência e emergência deverão ser atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Belo Horizonte hoje. Os funcionários e médicos prometem uma paralisação de cinco horas durante a manhã. O principal protesto da categoria é em relação à segurança.