Jornal Estado de Minas

Obra que deverá amenizar crise hídrica em Montes Claros está 60% concluída

Governador Fernando Pimentel,e a presidente da Copasa, Sinara Meirelles, visitaram a obra nesta terça-feira - Foto: Marcelo SantAnna/ImprensaMG
As obras da adutora que visa captar água no Rio Pacuí, no município de Coração de Jesus, para o abastecimento de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, já estão quase com 60% concluída. A nova captação deverá ser iniciada pela Copasa em agosto ou setembro e visa amenizar o problema da crise hídrica no município, onde a população enfrenta o racionamento de água.

Nesta terça-feira, as obras da captação Pacuí foram visitadas pelo governador Fernando Pimentel, juntamente com a presidente da Copasa, Sinara Meirelles, e diretores da companhia de saneamento. A adutora tem 56 quilômetros de tubulação, dos quais 33 já estão prontos, informou o superintendente Operacional Norte da Copasa, Roberto Botelho. Segundo ele, os serviços da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Pacuí também já estão bastante adiantados.

Orçada em R$ 135 milhões, a adutora foi iniciada pela Copasa em setembro do ano passado, para amenizar o problema da falta de água em Montes Claros, agravado com a baixa redução do nível da barragem do Rio Juramento (Sistema Rio Verde Grande), responsável pelo abastecimento de 65% da cidade polo do Norte de Minas. Atualmente, o volume da barragem está com pouco mais de 20% da sua capacidade.

No final do ano passado, a Copasa anunciou também que vai captar água no Rio São Francisco para abastecer Montes Claros. Para isso, vai construir uma adutora de 146 quilômetros até um ponto do Velho Chico no município de Ibiaí, aproveitando os 56 quilômetros de tubulação entre Montes Claros e o Rio Pacuí, com investimentos totais de R$ 323 milhões.

Ainda como tentativa de resolver o problema da falta de água em Montes Claros, a Copasa, por meio de licitação, no valor de R$ 1,291 milhão, contratou uma empresa especializada, a Modclima, para a indução de nuvens com um avião adaptado na região da  barragem do Rio Juramento (município homônimo) e provocar chuvas artificiais, com o objetivo de aumentar o volume do reservatório. De acordo com a empresa especializada, a chuva artificial é provocada com aplicação de gotículas de água potável (sem substâncias químicas) nas nuvens cumulus.
Ainda não se tem um balanço oficial sobre os resultados da tecnologia.



O superintendente Operacional Norte, Roberto Botelho, disse que o último balanço que recebeu aponta que, entre os dias 11 e 26 de janeiro, o “avião da chuva” fez 11 sobrevôos na região da barragem de Juramento, dos quais seis resultaram em densidade pluviométrica. No entanto, ele disse que não tem números da quantidade de chuva provocada.

Botelho informou que a Copasa tem outorga para a captação de até 345 litros por segundo no Rio Pacuí, sendo obrigada a deixar uma vazão mínima no manancial de 399 litros por segundo, a fim de não prejudicar os moradores ribeirinhos. Famílias protestaram contra a obra e chegaram até conseguir uma liminar para a suspensão dos serviços, em setembro. A determinação foi cassada. “A nossa expectativa é que a captação no Pacuí sirva para 'poupar' a água no reservatório do Rio Juramento, a fim de garantir o abastecimento regularizado no período crítico da seca”, afirmou o superintendente. Ele salientou que a quantidade que será retirada do Pacuí na época da entrada em funcionamento da adutora vai depender da vazão do rio. Atualmente, com o racionamento no município, a Copasa está fazendo destinando 620 litros por segundo para o abastecimento de Montes Claros, sem que, em condições normais (sem restrições), o fornecimento era de 880 litros por segundo.

Ao visitar as obras, o governador Fernando Pimentel disse que o novo sistema de captação vai atender a demanda de abastecimento de água para cerca de 30% da população de Montes Claros em períodos críticos.
“A obra está indo muito bem, nós estamos com quase 60% já concluída, tudo dentro do cronograma. Essa é uma obra que já deveria ter sido feita por governos passados, não foi feita e agora nós estamos apressando para resolver o problema de água de Montes Claros, que está passando por racionamento neste momento”, disse Pimentel.
A presidente da Copasa, Sinara Meirelles, disse que a nova captação é um sistema complementar que se compara ao que foi feito no Rio Paraopeba, na Grande BH. “A ideia é que, assim como fizemos no Rio Paraopeba, no caso da Região Metropolitana de Belo Horizonte, também possamos dotar o sistema de uma flexibilidade operacional. Desse modo, mesmo quando o reservatório não tiver volume de água suficiente para abastecer a totalidade da população de Montes Claros, essa população terá água complementada por meio do sistema Pacuí", afirmou Sinara. .