Mais de uma centena de pessoas em todo o país já perderam a vida em decorrência da febre amarela no segundo surto sucessivo da doença, cujo ciclo foi iniciado em julho do ano passado. São Paulo lidera a quantidade de óbitos, com 52 vítimas, seguido por Minas, com 39 casos fatais, Rio de Janeiro (9) e Distrito Federal (1). Às vésperas da maior festa popular do Brasil, quem vai viajar para áreas onde há recomendação permanente ou temporária de vacinação tem até hoje para se imunizar e dar tempo para que a vacina produza efeitos com segurança. Até a sexta-feira antes do carnaval serão exatos 10 dias, tempo necessário para que o organismo produza anticorpos contra a enfermidade. Em Belo Horizonte, o Serviço de Atenção ao Viajante está lotado de pessoas em busca da vacina ou do cartão com validade internacional, reconhecendo que a dose está em dia.
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Minas tem ainda 208 casos sob investigação. Mariana, na Região Central, é a cidade com maior número de diagnósticos confirmados de febre amarela, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado ontem pela Saúde estadual. São 14 pacientes infectados, sendo que quatro morreram. Já Nova Lima, na Região Metropolitana de BH, lidera em número de óbitos: seis, de um total de 11 pessoas com diagnóstico positivo para a doença.
Presidente Bernardes (uma morte), na Zona da Mata, e São Thomé das Letras (uma morte e um paciente internado), no Sul de Minas, passaram a integrar a lista. Contagem, na Grande BH, tem um paciente internado com febre amarela e também aparece pela primeira vez no boletim, assim como Raposos, onde foi registrada uma morte. Segundo o estado, do total de pacientes com febre amarela, 77 são homens. As vítimas, que tinham entre 15 e 88 anos, não se vacinaram, conforme a pasta.
Já o estado de São Paulo tem 134 casos confirmados, sendo que 52 resultaram em mortes. No Rio de Janeiro, são 36 casos suspeitos, sendo 30 confirmados, três descartados e três em investigação. Entre os pacientes com diagnóstico positivo para a doença, nove morreram.
VIAGEM O surto no país aumenta o alerta entre pessoas que vão viajar para áreas endêmicas. No Serviço de Atenção ao Viajante, na Savassi, Região Centro-Sul de BH, tem sido grande a movimentação, não só de quem vai partir rumo a países que exigem a certificação internacional da vacina como daqueles que precisam se imunizar. São 140 senhas diárias para os dois serviços e a prioridade é dada a quem vai seguir para região com recomendação de imunização e ainda não recebeu nenhuma dose – desde que apresente passagem comprovando a necessidade.
São 60 senhas para o período da manhã e 80 para o da tarde. Com o acesso limitado, tem gente chegando cedo para ser vacinado. A cozinheira Ivonete de Oliveira, de 52 anos, chegou ontem às 11h para conseguir atendimento, que começaria às 13h, para a filha, que vai viajar para a Bolívia. “Abriu às 9h e as senhas começaram a ser entregues às 9h30.
Previna-se
É hoje...
... o dia de se vacinar com segurança para pessoas que vão viajar para áreas de risco no carnaval. Até a sexta-feira véspera do recesso, terão se passado 10 dias, prazo necessário para que o corpo produza anticorpos contra o vírus da febre amarela
Quem deve se vacinar
» Quem vive em áreas com recomendação, mesmo que temporária, de imunização contra febre amarela, bem como aqueles que vão viajar para essas áreas. Uma dose garante proteção para o resto da vida
» A vacina deve ser administrada pelo menos 10 dias antes da viagem
» Em casos de viagens internacionais, é preciso verificar se o país de destino exige o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia. Nesse caso, procure um posto de vacinação e apresente o comprovante de viagem para tomar a dose e pedir a emissão
do certificado
» Para casos em que a vacinação ou a profilaxia for contraindicada, o viajante deverá apresentar um Atestado Médico de Isenção de Vacinação, escrito em inglês ou francês
» O viajante que mora em área sem recomendação e vai viajar para área também sem recomendação não precisa se vacinar. Contudo, é fundamental que todos os brasileiros mantenham as vacinas atualizadas, de acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunizações
Fonte: Ministério da Saúde.