Jornal Estado de Minas

Militares e moradores que ajudaram no socorro na tragédia em creche recebem medalha


A tragédia na creche Gente Inocente em Janaúba, na Região Norte de Minas Gerais, deixou 14 pessoas mortas e dezenas de feridos. O saldo poderia ser ainda pior se não fosse o ato heroico de militares e vizinhos do imóvel, que entraram para retirar crianças e funcionários. Prestes a completar quatro meses do ataque, 14 pessoas que participaram do resgate foram homenageadas nesta quinta-feira com a Medalha de Mérito da Defesa Civil. O ato, presidido pelo Governador Fernando Pimentel (PT), aconteceu no Palácio da Liberdade.

As cenas terríveis ainda estão na cabeça das pessoas que ajudaram no resgate. Entre eles estava o pedreiro Warley Oliveira Silva, de 28 anos, um dos homenageados. Ele conta que não pensou duas vezes ao ouvir os gritos vindo da creche. “Eu estava trabalhando e ouvi os gritos da professora e corri para dentro da escola.
Fomos socorrendo a professora, as crianças, tentando apagar o fogo. Nunca vi aquilo na minha vida”, disse.

A mãe da auxiliar Jéssica Morgana da Silva Santos, uma das vítimas da tragédia, que morreu dois meses após o ataque, recebeu a medalha em nome da filha. Ela agradeceu a homenagem.  “Foi uma tragédia muito grande, muito triste, que comoveu o mundo todo. Essa é uma homenagem muito bonita às pessoas que foram guerreiras, heroínas, que salvaram muitas vidas”, afirmou  Maria Solange Ferreira Silva, de 44 anos.

Na cerimônia, o Pimentel destacou o ato dos militares e moradores. “Aqui, neste ano, estamos homenageando mineiros e mineiras que estavam em Janaúba, tragédia terrível que tirou a vida de 10 crianças inocentes e que o Estado teve que socorrer a tempo e a hora.
Para fazer isso, muitas vezes, quem está lá presente é o cidadão comum, é a pessoa de todo dia que arrisca sua vida”, comentou. Dos 77 agraciados com a Medalha de Mérito da Defesa Civil, 14 ajudaram nos trabalhos de resgate e socorro médico na tragédia.

A tragédia aconteceu em 5 de outubro de 2017. O vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, entrou no imóvel com um frasco onde estava combustível. Ele atraiu as crianças para perto dele e ateou fogo em seu corpo. Ao todo, 10 crianças morreram, além de uma professora e duas auxiliares de classe. O autor do atentado também morreu. .