Funcionários do Centro de Saúde Jaqueline, localizado no bairro de mesmo nome na Região Norte de Belo Horizonte, paralisaram os atendimentos nesta quarta-feira devido a violência. O ato acontece depois que uma profissional de saúde foi assaltada ao chegar para trabalhar. A vítima foi rendida por criminosos que levaram documentos, carteiras e até o documento do carro dela.
De acordo com a diretora do Sindibel, os funcionários estão remarcando os atendimentos que seriam realizados nesta quarta-feira. “Os funcionários fizeram as coletas de sangues dos pacientes que estavam marcados para hoje. Depois, se reuniram e não vão trabalhar. Vão ficar no posto e elaborar uma série de documentos e uma carta aberta para a população”, disse. “Vamos tentar uma nova conversa com a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) e também discutiremos uma proposta para um novo protesto”, completou Cleide.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) afirmou que o acolhimento aos pacientes foi feito normalmente, mas que “algumas consultas foram remarcadas”. Além disso, disse que a unidade funcionar normalmente.
Protesto
A violência nas unidades de saúde da capital mineira é pauta de protestos de funcionários desde o ano passado. Segundo o Sindibel, de de junho do ano passado a 19 de janeiro deste ano, foram registrados 309 episódios de violência envolvendo pacientes e funcionários. Por causa desta situação, em 30 de janeiro, ao menos sete das nove Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) de Belo Horizonte aderiram a uma paralisação para pedir mais segurança. Os trabalhos ficaram suspensos de 7h às 12h.
Sobre a segurança nas unidades de saúde, informou que medidas estão sendo tomadas. “A SMSA tem desenvolvido ações em parceria com a Secretaria de Segurança, visando qualificar a segurança nas unidades de saúde. Foi implantado fluxo de abordagem a episódios de violência nos serviços desta Secretaria, que direcionam o trabalhador e/ou usuário na tomada de decisão em caso de violência. Este fluxo orienta quais providências e quem acionar em cada tipo de violência”. A pasta afirmou, ainda, que o patrulhamento da Guarda Municipal no entorno das unidades de saúde foi fortalecido, com base em “diagnóstico realizado entre a própria pasta da Saúde e a Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção e baseado na vulnerabilidade de cada região”. As ações foram iniciadas nas regionais Oeste, Barreiro, Noroeste, e foi expandida para a Pampulha e Venda Nova.