Todos os 152 centros de saúde de Belo Horizonte estarão abertos hoje, de 8 às 17 horas, para vacinação contra a febre amarela. Quem ainda não se vacinou pode se dirigir a qualquer um dos endereços das unidades, sem necessidade de comprovação de endereço. Quem tiver o cartão de vacinação deve levá-lo, caso contrário basta apenas um documento de identidade e o paciente será cadastrado e o cartão confeccionado no local.
O atual surto de febre amarela em Minas Gerais já é mais letal que o da temporada 2016/2017 da doença, até então considerado o pior já registrado pelo Ministério da Saúde. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) mostram que já são 61 mortes em decorrência da virose em seu tipo silvestre e 164 casos confirmados – praticamente 50% deles na Região Metropolitana de BH. A taxa de letalidade também é maior que a do mesmo período da temporada passada, quando, em 6 de fevereiro, o estado divulgou que 59 pessoas haviam perdido a vida. Na época, eram 167 diagnósticos confirmados. A preocupação maior na atual temporada é com o Sul e o Nordeste do estado, onde há municípios com baixa taxa de vacinação. A capital registra seis diagnósticos confirmados, sendo que três pacientes morreram.
Os dados da secretaria mostram um avanço da doença por Minas Gerais, com grande incidência na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Somente em 14 cidades, incluindo a capital mineira, 81 casos foram confirmados, o equivalente a 49,3% do registrado em todo o estado. Ao todo, 26 moradores da Grande BH perderam a vida devido à doença.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a vacinação já atingiu 90% da população da Capital, lembrando que o efeito imunológico da vacina leva dez dias, após a inoculação, para se manifestar.
Alguns parques e espaços públicos estão exigindo dos visitantes a apresentação do cartão de vacinação. Além do Santuário do Caraça outros atrativos turísticos em área verde do estado também solicitam aos visitantes que apresentem o registro vacinal para entrada nos locais. Na Grande BH, o Instituto Inhotim, em Brumadinho, adotou a medida após a confirmação de mortes em decorrência da doença de moradores de áreas rurais da cidade. Em Belo Horizonte, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, além de pedir o cartão de vacina aos visitantes, também fez um isolamento dos macacos de pequena espécie. Os primatas foram levados para um recinto protegido com uma tela que não permite a entrada de mosquitos que podem trazer a doença aos macacos. Nos dois locais, não foram encontrados primatas mortos e as medidas foram adotadas em caráter preventivo para proteger visitantes e animais.
Os macacos não transmitem a doença e são importantes para detecção e controle.