Jornal Estado de Minas

Parentes de feridos em acidente no Barreiro reclamam de condições dos ônibus da região

O dia seguinte à tragédia com o ônibus da linha 305 (Estação Diamente/Mangueiras), que ficou desgovernado em uma rua do Bairro Mangueiras, Região do Barreiro, em BH, caindo em um córrego e deixando cinco mortos e 18 feridos, é de movimentação intensa nos hospitais que receberam feridos e de torcida dos parentes pela melhora dos pacientes que estão em tratamento.

No João XXIII, onde estão nove feridos, sendo três em estado grave, a situação de uma jovem de 15 anos é considerada gravíssima, segundo a tia dela, Valdirene Amaral. A garota estava no ônibus junto com o irmão, de 12 anos, que foi encaminhado para o Hospital Risoleta Neves, na Região de Venda Nova. "Eles estavam indo para uma festa de carnaval no Bairro Tirol. Essa situação é muito triste porque tinha muitos jovens e minha sobrinha está muito grave. O jeito é rezar", afirma Valdirene.

Ela ainda destaca que uma demanda recorrente da população do Bairro Mangueiras é a melhoria nas condições dos ônibus que circulam pelo bairro. "Já pedimos várias vezes, mas não tem jeito. Só temos ônibus velhos para nos atender", afirma.

Já Maria do Carmo Ribeiro de Souza, que é prima de um jovem de 17 anos internado no João XXIII, endossa a reclamação. "Precisou acontecer uma tragédia dessas para alguém fazer alguma coisa? Os ônibus que vão para a Estação Diamante estão caindo aos pedaços e onde está a empresa que até agora não veio ao hospital conversar com os parentes dos feridos?", questiona.

A linha 305 é operada pela empresa Transoeste, de acordo com o Transfácil, consórcio das empresas que possuem as concessões do transporte coletivo em BH.
O encarregado de tráfego da empresa, Fábio Júnior, disse que o coletivo envolvido no acidente estava com a manutenção em dia e que forneceu toda a documentação e informações solicitada à Polícia Civil, para o trabalho de perícia. "A Polícia Civil vai apontar o que aconteceu", diz ele.


O ACIDENTE

O ônibus da linha 305 (Estação Diamante/Mangueiras) ficou desgovernado na Rua José Luiz Raso, Bairro Mangueiras, e desceu quase 500 metros sem controle, até que subiu em uma calçada e praticamente decolou sobre um córrego, parando sobre o curso d'água com a frente do coletivo apoiada no muro de arrimo do outro lado do canal. O acidente aconteceu por volta das 19h15 da noite desta terça-feira.

As cinco pessoas que morreram já foram identificadas: O motorista do ônibus, Marcio João de Carvalho, de 59 anos, Maria do Carmo Pereira dos Santos, 73, Dayse de Fátima Josino Trindade, 55, Naiara Dias Martins, 30, e Thais Soares Morais, 25. Todos os corpos já foram liberados do Instituto Médico Legal. Outras 18 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para os hospitais João XXIII, Risoleta NEves e Odilon Behrens..