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Estado de Minas

Polícia começa a ouvir testemunhas do acidente com o ônibus

Testemunhas do acidente com o ônibus da linha 305 (Estação Diamante/Mangueiras), começam a ser ouvidas hoje. A hipótese inicial da Polícia Civil é de que o veículo tenha tido problemas nos freios


postado em 16/02/2018 06:00 / atualizado em 17/02/2018 10:27

Ver galeria . 11 Fotos Acidente com veículo da linha 305 foi às 19h15 desta terça-feira no Bairro Mangueiras. Motorista está entre as vítimas fatais Leandro Couri/EM/D.A press
Acidente com veículo da linha 305 foi às 19h15 desta terça-feira no Bairro Mangueiras. Motorista está entre as vítimas fatais (foto: Leandro Couri/EM/D.A press )
Testemunhas do acidente com o ônibus da linha 305 (Estação Diamante/Mangueiras), na Região do Barreiro, que deixou cinco mortos e 18 feridos, começam a ser ouvidas hoje. O inquérito para investigar as causas da tragédia foi aberto pela Delegacia Especializada de Acidentes de Veículos (Deav) e deve ser concluído em até 30 dias. O delegado Roberto Alves Barbosa Júnior, um dos responsáveis pelo caso, já designou um delegado para agilizar as apurações. A hipótese inicial da Polícia Civil é de que o veículo tenha tido problemas nos freios.

Agentes da Deav foram para as ruas ontem fazer levantamentos para tentar conseguir imagens de câmeras de seguranças que possam ter flagrado o veículo desgovernado e também convocar vítimas e testemunhas para depoimento. No dia do acidente, a perícia da Polícia Civil já tinha feito as análises preliminares nas vias por onde o veículo passou e também no próprio ônibus. O laudo seria concluído até o fim da primeira quinzena de março. “Vai bater com a data de conclusão de inquérito. Vamos confrontar as informações de testemunhas e vítimas. Verificar se realmente houve falha no freio, como foi dito por uma pessoa, se ocorreram outros fatores que possam ter causado o acidente, pois podem ser vários. Mas, a priori, a informação de testemunhas que se manifestaram é sobre a hipótese de problemas no freio”, afirmou o delegado Roberto Júnior.

A versão de defeito no sistema de frenagem foi contada por uma das sobreviventes, Giane da Silva Coelho, de 37 anos. Ao deixar o hospital João XXIII, onde recebeu atendimento médico, ela disse que o veículo descia o morro, quando uma passageira começou a gritar que havia dado o sinal, mas que o ônibus aumentou a aceleração. “O motorista virou pra trás e falou: ‘Não tem freio, não tem freio!’’. E todo mundo começou a entrar em desespero e eu falando pro pessoal: ‘Senta, gente. Vai cair lá embaixo, no córrego’”, narrou.

Outras hipóteses também serão analisadas. “Estamos indo a campo para buscar imagens que possam ter flagrado o acidente e, também, para detectar se o motorista estava consciente no momento, se teve o mal súbito, ou se aconteceu alguma adversidade”, diz o delegado. “A delegacia de acidentes de veículos está aberta para as pessoas que quiserem espontaneamente comparecer e trazer informações, como vítima e testemunhas, para concluirmos o inquérito o mais rápido possível”.

DESGOVERNADO
O acidente ocorreu na noite de terça-feira, provocando a morte de cinco pessoas e deixando 18 feridos. O ônibus ficou desgovernado na Rua José Luiz Raso, Bairro Mangueiras, e desceu quase 500 metros sem controle, até que subiu em uma calçada e praticamente decolou sobre um córrego.

Seguem internadas em hospitais de Belo Horizonte 14 pessoas. Há nove no Hospital João XXIII. Destas, sete estão em estado grave. No Hospital Metropolitano Doutor Célio de Castro, no Barreiro, três adolescentes, entre 16 e 18 anos, ainda recebem tratamento, enquanto um teve alta ontem.

Ainda há uma criança de 12 anos internada no Hospital Odilon Behrens. A garota passou por cirurgia na quarta-feira, mas o estado de saúde dela não foi revelado. A mãe da menina está entre as pessoas mortas no acidente. Há também um paciente internado no Hospital Risoleta Tolentino Neves. (JHV)

 

enquanto isso...

RMBH tem novo
ataque a ônibus

Mais um caso de ônibus incendiado se repetiu na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desta vez em Santa Luzia. Cinco homens abordaram um motorista, que levava um veículo da linha 4100 (Santa Luzia via Kennedy/Terminal Vilarinho) para a garagem, mandaram que ele abandonasse o veículo e atearam fogo. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros Metropolitano (Sintram), em janeiro sete coletivos sofreram algum tipo de vandalismo e 37 foram alvos de assaltos. Segundo a PM, o motorista contou que, quando se aproximava da Praça Kennedy, no Bairro Barreiro do Amaral, o grupo entrou no coletivo e teria usado combustível na ação. A carcaça foi recolhida para a garagem da empresa, no Bairro Vila Olga, também na cidade. Ninguém foi preso nem houve indicação sobre a motivação. O Sintram informou que em 2017 houve 18 casos de ônibus incendiados no sistema metropolitano, e um em 2018. Já de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Belo Horizonte (Setra-BH), desde 2008, foram queimados 67 ônibus na capital. Neste ano foram dois, ambos em janeiro: dia 2, no Conjunto Felicidade, e dia 21, no Bairro Piratininga, em Venda Nova. 


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