Os acidentes nas rodovias mineira no feriadão do carnaval deixaram 35 mortos, segundo dados das polícias Militar Rodoviária (PMRv) e Rodoviária Federal (PRF). Nos trechos fiscalizados pela PMRv foram 24 ocorrências fatais, e pela PRF, 11. Os dados da polícia estadual foram divulgados ontem em entrevista coletiva do governador Fernando Pimentel, em que se destacou a queda do número de acidentes: de 171 no recesso em 2017 para 86 neste ano.

Também foi registrada redução nas ocorrências com vítimas, de 228 no mesmo período do ano passado para 163 agora – queda de 28,5%. Porém, houve mais mortes, com maior gravidade dos desastres, o que, de acordo com o major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da PMMG, seria uma “fatalidade”.

Ainda de acordo com o policial, foram empenhados 2 mil militares nas fiscalizações para conter os abusos ao longo dos 30 mil quilômetros de rodovias controladas pelo estado. Conforme a PMRv, 148 pessoas foram presas por embriaguez, 48 a mais em relação a 2017. Foram feitas 5,5 mil operações com uso de etilômetro e radares móveis.

Já nas estradas federais que cortam Minas houve declínio da violência na comparação dos dados dos dois últimos carnavais. Mas, ainda assim, ocorreram 11 mortes – redução de 52% em relação ao ano passado, que registrou 23. O acidente mais grave no recesso deste ano foi na quarta-feira, em que três jovens morreram na BR-267, em Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata.

O balanço da Polícia Rodoviária Federal também foi divulgado ontem. Foram confirmados 170 acidentes entre as primeiras horas de sexta-feira até 23h59 de quarta-feira. Nas ocorrências, 201 pessoas ficaram feridas. Os números estão abaixo do registrado no ano passado no mesmo feriado, com 340 acidentes e 386 feridos.

Para o inspetor Aristides Júnior, a redução do número de acidentes e mortes ocorreu devido à “colaboração dos motoristas, que dirigiram de forma mais prudente, atendendo às recomendações” e “diminuição no número de colisões frontais”. Outro ponto ressaltado pelo policial foi o reforço do policiamento, que ajudou a inibir abusos. Com uso até de drones e helicópteros, cerca de 950 agentes em escalas de revezamento, com 150 etilômetros e 22 radares, flagraram 122 motoristas dirigindo sob efeito de bebida alcoólica e 8.853 por excesso de velocidade. Na Zona da Mata, onde foi registrado o mais grave acidente, houve flagrante de carro a 149 Km/hora.

SEM CINTO Na ocorrência em que três jovens morreram, na madrugada da quarta-feira, na BR-267, em Juiz de Fora, foi constatado que eles não usavam cinto de segurança. De acordo com a PRF, as vítimas viajavam num Gol que trafegava em direção à cidade, quando houve a batida com uma ambulância que seguia para Cataguases, também na Zona da Mata. Quatro pessoas ficaram feridas.

Um dos veículos entrou na contramão e acabou batendo na lateral do outro. Morreram duas mulheres, ambas de 21 anos, e um homem de 20, que estavam no carro particular. O motorista do Gol, um jovem de 22 anos, foi encaminhado em estado grave para o Hospital de Pronto-Socorro em Juiz de Fora com um outro passageiro do carro, de 19 anos, que teve ferimentos leves.

Ainda segundo a PRF, o motorista da ambulância não se feriu. Um enfermeiro da unidade móvel, de 37 anos, teve ferimentos leves, enquanto um médico, de 42, foi internado em estado grave. (Com Flávia Ayer e JHV).