Mais rigor nas ruas para coibir a mistura de álcool e direção nas ruas de Belo Horizonte durante a maior festa de carnaval da história da cidade. De olho nos 3,8 milhões de foliões que segundo a prefeitura circularam pela capital, o número de ações da campanha Sou pela Vida, Dirijo sem Bebida quase sextuplicou, a quantidade de veículos abordados foi praticamente multiplicada por quatro e a média diária foi de mais de 10 motoristas alcoolizados flagrados em cinco dias de ações.
Ao todo, 54 pessoas foram punidas por dirigir alcoolizadas durante o carnaval na capital. Destas, nove foram detidas e vão responder por crime de trânsito, que ocorre quando o teste do bafômetro aponta 0,34 miligrama ou mais de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
A intensificação das ações durante o carnaval já havia sido adiantada pelo Estado de Minas em 6 de fevereiro. O Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) anunciou que faria seis operações diárias entre a sexta-feira e a quarta-feira de cinzas, totalizando 36 blitze. Porém, o total de ações da Lei Seca, 58, superou a meta e foi quase seis vezes superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando houve 10 operações.
O número de veículos abordados quase quadruplicou: saltou de 529 para 1.987. Nos cinco dias do carnaval foram 132 veículos removidos, 48 pessoas inabilitadas detidas e 119 certificados de registro e licenciamento de veículos e 107 carteiras nacionais de habilitação recolhidas.
Neste ano, nove motoristas foram flagrados por crime de trânsito. Eles tiveram a carteira de habilitação recolhida e receberam multas no valor de R$ 2.934,70. Como a infração é considerada gravíssima, vão perder sete pontos no prontuário de motorista, terão o direito de dirigir suspenso e ainda responderão administrativamente, além do processo criminal.
Em relação a 2017, houve aumento de 87,5% no total de motoristas alcoolizados que cometeram infração, mas não foram enquadrados em crime, casos em que o teste de bafômetro indicou entre 0,05 e 0,33 mg/l. Neste ano, foram 45 condutores flagrados nessa situação, contra 24 do período anterior. Nesse caso, os motoristas tiveram a carteira de habilitação recolhida, receberam multas no valor de R$ 2.934,70 e perderam sete pontos no prontuário.
MAIS OPERAÇÕES A intensificação desse tipo de trabalho durante os dias de carnaval em BH ocorre em um contexto de recorde de abordagens de motoristas na capital, que fechou 2017 com mais de 116 mil testes de etilômetro (43% a mais do que em 2016), o que representa 317 exames em média por dia. O número de testes é o maior em um ano, desde que a norma passou a ser fiscalizada em sua forma mais rígida, a partir de julho de 2011.
Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) também revelam que há um indicativo de que os casos de maior consumo de álcool associado à direção estão diminuindo, mas persiste o desafio de alcançar motoristas que bebem quantidades menores e insistem em assumir o volante.
Em 2017, dos 116.048 motoristas que sopraram o bafômetro na capital mineira, 70 foram presos em flagrante pela prática de crime de trânsito (teor de 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expelido dos pulmões ou mais). Esse é o menor número de flagrantes de crime de trânsito desde julho de 2011, quando a fiscalização da Lei Seca passou a seguir padrões mais rígidos em todo o Brasil, e representa 23,92% a menos que os 92 casos de 2016.
Por outro lado, o número de infrações (teor até 0,33mg/l), aumentou 7,14%, passando de 308 em 2016 para 330 no ano passado. Segundo a coordenadora das Ações de Trânsito da Sesp, Christianne Aguiar, esse cenário indica o caminho que o planejamento de 2018 deve seguir, visado aos condutores que bebem pouca quantidade, mas acham que estão aptos a dirigir e que não serão pegos em uma blitz.