O carnaval acabou, mas ainda não se fala de outro assunto. Nunca se viu tantos foliões pelas ruas e avenidas da capital mineira. Foi uma festa recorde em vários aspectos: dados da Belotur dão conta de que 2018 reuniu cerca de 3,8 milhões de foliões em Belo Horizonte, segundo cálculo da prefeitura, e foi o maior da história – número 25% maior em relação ao ano passado. O evento superou até mesmo a previsão inicial da prefeitura de 3,6 milhões de pessoas. A folia aqueceu a economia da capital, produzindo números “recordes”, segundo o órgão, tanto para a ocupação hoteleira, quanto na receita de bares e restaurantes. O resultado foi de uma receita financeira de R$ 641 milhões apenas da sexta-feira de carnaval à quarta-feira de cinzas.
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Carnaval de Belo Horizonte é aprovado por turistas e moradores, diz pesquisaMaior carnaval de BH reuniu 3,8 milhões de foliões Premiação de escola de samba campeã do carnaval de BH é suspensa pela Justiça“Para o próximo carnaval, não esperem um crescimento de apenas 20% porque, felizmente, o Brasil vai migrar para a melhor folia de rua do país” Essas foram as palavras usadas pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS) para falar da maior festa da história da cidade. Isso porque os foliões elegeram o carnaval de BH como o segundo melhor do país este ano. Com 18%, o carnaval da capital mineira perdeu somente para o de Salvador, indicada por 36% dos votantes em eleição organizada pelo Google, que contou com mais de 34 mil participações. Nas ruas, moradores e turistas que participaram de uma pesquisa da prefeitura avaliaram a festa com notas entre 8,3 e 8,6, numa escala de zero a 10 – avaliações superiores às de 2017 (entre 8,1 e 8,3).
Os níveis satisfatórios, segundo a PBH, vieram acompanhados de uma melhora dos números de segurança. Apesar do crescimento de público, o carnaval 2018 registrou uma queda nos registros de ocorrências efetuados tanto pela Guarda Municipal (GMBH) quanto pela Polícia Militar. A guarda registrou uma diminuição de 15% nas ocorrências gerais, enquanto a PM relatou uma queda de 30% nos furtos e de 31% nos crimes violentos.
DESCENTRALIZADO “O desafio de quem está com um nível de satisfação tão alto é manter esse nível e superar.
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais (ABIH/MG) verificou que a estratégia de descentralização dos blocos e festas por toda a cidade refletiu positivamente em todas as regiões, com hotéis de fora do Centro-Sul operando acima dos 50% de ocupação. O levantamento, no total, englobou 49 empreendimentos hoteleiros em toda a cidade contabilizou um crescimento de 15% na taxa de ocupação em relação a 2017.
Mas vale lembrar que foi fora da Região Centro-Sul que os conflitos entre policiais e foliões ocorreram.
NÃO É SÓ FESTA Como toda ação tem uma reação, o crescimento do carnaval de BH impacta diretamente em vários outros aspectos urbanos. Apesar dos esforços para o fluxo da cidade correr em paralelo aos blocos e da avaliação “bem-sucedida” da BHTrans, pessoas enfrentaram muitos problemas para locomoção. No sábado de folia, por exemplo, o fechamento do Viaduto Leste provocou um trânsito intenso no Complexo da Lagoinha. “Tivemos muitos avanços em relação ao ano passado.
Apesar de a quantidade de banheiros de rua ter sido ampliada de 10 mil para 14 mil, Kalil reconheceu a insuficiência: “Se 14 mil banheiros foram pouco, 30 mil ainda não serão suficientes para o próximo carnaval. Em 2019, passaremos a ser a maior festa de rua do Brasil.” Também teve muita lixo espalhado pela rua. Ao todo, a SLU recolheu cerca de 1.500 toneladas de lixo. Para isso, a equipe de limpeza contou com 800 funcionários por dia e 800 contêineres instalados diariamente nos locais de maior concentração de pessoas.
De olho na próxima folia
Com o objetivo de traçar o perfil dos visitantes e moradores que participaram da folia, a Belotur, ao lado do Observatório do Turismo, mostrou avaliação da infraestrutura e o nível de satisfação de quem pulou a festa do rei momo na capital mineira. De acordo com a pesquisa, a maioria dos visitantes (80,4%) e dos moradores (77,7%) avaliou que o carnaval superou ou atendeu plenamente suas expectativas. Entre os visitantes que declararam ter participado em edições anteriores, 77% afirmaram que o evento melhorou e 89% têm intenção de voltar.
Ainda de acordo com o estudo, BH contou com um número recorde de visitantes. Participaram do evento, por dia, 867 mil pessoas, em média, sendo que cerca de 80% eram moradores e 20% visitantes. A maioria dos visitantes veio do interior de Minas, seguido pelos estados de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
A pesquisa analisou também o grau de satisfação dos entrevistados com o carnaval. A avaliação geral do evento, em uma escalda de zero a 10, atingiu o valor de 8,6 pontos na opinião do turista e 8,3 pelos moradores – avaliações superiores às de 2017 de 8,1 e 8,3, receptivamente. O lazer foi apontado como o principal motivo por 81% dos visitantes, sendo que, desses, 97,3% vieram motivados pelo carnaval. A pesquisa foi feita entre 9 e 14 de fevereiro e 1.600 foliões foram entrevistados. O levantamento completo será divulgado em março.
Farra em números
» Avaliação dos foliões
Moradores e turistas avaliaram o carnaval com notas entre 8,3 e 8,6, numa escala de zero a 10
» Segurança
Redução de 31% nos crimes violentos e de 30% nos furtos, segundo a PM; Redução de 15% de ocorrências em comparação ao ano passado, segundo Guarda Municipal
» Economia
Hotéis, bares e restaurantes arrecadaram
R$ 641 milhões.
» Limpeza
1.500 toneladas de lixo recolhidos nos quatro dias de festa
» Saúde
UPA Centro-Sul recebeu 30% a mais de pacientes vindos de blocos de carnaval; 80% tinham quadro de intoxicação por álcool
» Transporte
3,9 milhões de passageiros nas linhas de ônibus
» Fiscalização
Foram realizadas 63 apreensões de mercadorias diversas, como salgadinhos e cigarros, entre 27 de janeiro e 14 de fevereiro
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